O MISTÉRIO DO FANTASMA

Capítulo 15

- Alô?
- Juliana?
- Não, aqui é o filho dela, Luke.
- Luke, aqui é Pablo, falo do Brasil, estou ligando para avisar que encontramos os dois desaparecidos.
- Onde minha irmã está?????
- Ela está em uma vila, mais informações somente para sua mãe!
- Ela não está, por favor me fala onde temos que ir buscar ela, como ela esta?
   Pablo desliga o telefone deixando Luke falando sozinho, aflito o garoto foi em direção ao trabalho da mãe, a chuva não ajudava em nada, parecia que a chuva decidirá cair em todos os lugares nos piores momentos, o celular de Luke tocava sem parar, quem chamava era Tamara, ele estava em alta velocidade em meio a tempestade e com os pensamentos na irmã e nos motivos que levavam o homem a não revelar como estava a irmã, um nevoeiro se formou na estrada que o levaria ao trabalho da mãe, uma luz forte em meio ao nevoeiro acabou por atrapalhar ainda mais, Luke perdeu o controle do veículo rodopiando na pista por duas vezes antes de bater de frente com um paredão de rochas.

- Leva o corpo dela de uma vez e fiquei ciente de que quero minha recompensa!
- Claro, liguei para a mãe da garota no Canadá mas ainda não consegui contato com o pai do garoto. Você vai ter sua recompensa assim que eles chegarem!
   Pablo seguiu levando o corpo gelado e pálido de Anna para o IML mais próximo onde se encontrava também o corpo de Brandon, era incrível como ela o tempo passava e Anna não acordava de maneira alguma, por um lado isso era bom pois chegaria até Brandon sem ser descoberta, poderia dar um jeito de trazer ele e volta ou ao menos fugir para longe daquele lugar. Pablo colocara o corpo e menina no banco de trás, ele sabia que mesmo morta não poderia apresentar sinais  de que foi jogada de qualquer jeito num porta mala de carro, a pele da menina estava tão radiante e seus cabelos brancos cheios de um colorido desbotado a faziam parecer uma boneca de porcelana pronta para ser levada a sua caixa e ficar exposta na maior e mais bela coleção porém o que aconteceria era que ela seria colocada em um caixão e levada para baixo da terra e nunca mais seria vista por alguém.
- Olá, eu trouxe o corpo da garota que havia desaparecido, mais cedo trouxe o do menino, encontramos ela já sem vida um tempo depois de minha volta.
- Claro, vou pedir para o doutor achudar a retirar o corpo do veículo.
- Os pais deles já foram acionados?
- Ainda não tive contato com os pais do garoto mas informei o jornal.
- Não acha cedo para a notícia se dada ao mundo todo?
- Da mesma forma que espalharam a fuga e desaparecimentos deve se noticiar que os encontraram, com ou sem vida.
- Muito sensível a senhora, agora preciso retirar a garota de la e voltar para minha família.
- O doutor já está vindo, pode esperar la fora se quiser.
-Claro.
Pablo saiu da recepção e por sorte se deparou com o doutor chegando no estabelecimento, ele informou que o corpo ainda estava no carro e foram em busca da maca para fazer a remoção do cadáver o mais rápido possível.
Já na sala do necrotério Anna estava ao lado de Brandon apenas aguardando um sinal da recepção informando que os pais estão cientes de que os corpos foram encontrados, o doutor parecia não ligar para os corpos, ele tomava café enquanto lia uma revista, um trovão cortou o céu fazendo com que as luzes apagassem, nesse instante um barrulho estranho se fez na sala, algo que poderia ser um bisturi caiu, o doutor procurou pela mesa próximo a ele uma lanterna ou até mesmo seu celular para utilizar da luz e ver o que estava acontecendo mas nada encontou, novamente coisas começam a cair, outro trovão ecoa no céu causando a sensação de pânico no homem, ele ouve passos e sussuros junto dele na sala, o pavor já era maior que tudo, uma última mesa de matérias usados nos cadáveres caiu antes de um raio iluminar a sala revelando o que estava acontecendo e fazendo as luzes voltarem.

"Querido diário, tudo saiu como o planejado, o incêndio foi um sucesso, consegui sair pela janela do quarto que fica nos fundos, o carro já estava lá esperando como Angela havia me dito mas ela não estava dentro, ao chegar silenciosamente na porta do carona pergunto por minha clone e recebo instruções precisas de uma garota chamada Katie, não discuti e entrei no carro, ela saiu com as luzes apagadas e ligou para o corpo e bombeiros informando que passava no local quando viu uma casa queimando, algo na aparência dela me deixava pensativa, ela não parecia ter maldade, na verdade ela parecia machucada por milhares de motivos e além do mais parecia também buscar por uma nova vida... Katie me deixou no aeroporto, meu nome agora não era o mesmo, eu havia recebido um novo nome ainda com a minha foto o que achava estranho, Angel pensara em tudo mesmo, perguntei uma última vez por Angela antes do embarque mas a resposta que tive foi seca, ela vai ficar bem, mas eu não sabia se isso seria verdade, não era verdade.
  Agora estou no ônibus indo para o mais longe o possível antes de ir para o Canadá, preciso ver uma pessoa e convence-la a ir comigo, convencê-la a me ajudar em minha nova vida, a assumir aquilo que carrego dentro de mim por um tempo, eu não quero responsabilidades agora, eu não preciso delas em minha nova vida mas ainda assim algo dentro de mim diz que eu preciso delas em minha vida pois eu ainda amo aquele que tanto me machucou e ainda quero parte da essência dele junto a mim...agora tenho de ir meu querido confidente, não estou sozinha neste banco, acabara de sentar ao meu lado um belo par de olhos verdes, o cheiro dele me lembra a felicidade, seu sorriso meio de lado me lembra o amor, algo nele não é normal, sinto que ele está me olhando, talvez seja a aliança ainda em meu dedo, os olhos dele estão brilhando, preciso me livrar dessa maldita aliança aproveitando a janela entre aberta, sim vou joga-la na rua e me deixar levar em minha nova vida!
  Pronto meu confidente, agora estou de fato livre de meu amor por Alexandre, livre do passado ainda que dentro de mim carregue um fruto daquele amor, um fruto que em breve será meu apenas no sangue mas será dela assim que aceitar, ela vai aceitar, sempre foi seu sonho ser mãe, agora que ela sabe que não pode tenho certeza de que vai aceitar, minha mente clama pela libertação mesmo meu coração dizendo que está criança em meu ventre vai me trazer tanta alegria quanto minha nova vida sem ela..."