capítulo 18

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"Eu sempre achei que seria uma granada na vida dos outros, que eu iria ferir as pessoas a minha volta e que deveria afastar todos de mim, eu estava errada, ninguém se importou de verdade com minha partida, não, eu não morri, nem mesmo cogitei essa ideia, certo talvez eu tenha cogitado em algum momento mas a verdade é que eu nunca quis que isso acontecesse, diferente do que todos pensavam eu tinha sentimentos vivos dentro de mim, não os mais puros mas os mais verdadeiros, espero que entenda que a definição de puro e verdadeiro não é a mesma, para ser puro precisa vir da ingenuidade, vir do coração, para ser verdadeiro, basta você querer e assumir não só que quer mas também as consequências do ato. Poderia falar sobre isso até o final mas não é importante, o que eu quero realmente falar é sobre o amor, sobre um amor impossível, não exatamente impossível mas que não deveria acontecer, ele era puro e seu amor sincero, eu era apenas verdadeira, sim os meus sentimentos eram reais e jamais mentiria sobre eles, não existem motivos para mentir sobre amar alguém, todavia eu ainda me sentia uma granada prestes a explodir e levar comigo cada micro pedacinho em minha volta, simples assim, não era meu desejo mas não poderia evitar, ou pensava assim.
  Nossa história de amor começou confusa, duas peças de um quebra-cabeça que não se encaixavam pelo simples fato de não pertencerem ao mesmo pacote, a mesma paisagem. Ele popular, lindo, com um sorriso que penetrou minha alma tão profundamente quanto uma bala perfura um corpo, aqueles olhos que de todas as direções em que olhava brilhavam mas que quando chegavam a mim mostravam um brilho que me deixava intimidada, logo eu que nunca baixei a cabeça ou deixei-me intimidar por um simples garoto, primeiro erro, ele não era um simples garoto, seu olhar ali parado no meu não me dava outra saída a não ser colocar o cabelo caído no rosto para trás da orelha e baixar a cabeça com um sorriso bobo, eu estava sendo boba ao achar que o brilho em seus olhos significava algo quando em minha direção vinha, então olhei em volta e percebi que não era a única ali, talvez eu estivesse invisível ao seus olhos, logo eu que não andava na moda, não estava maquiada e nem mesmo parecia uma garota de verdade com tantas roupas largas, dois mundos diferentes, eu nerd, ele popular, eu caseira e ele baladeiro, onde estaria eu com a cabeça ao pensar que um dia uma garoto tão lindo quanto ele me daria alguma moral.
   Desbocada, garota maluca que não admite insultos, preconceitos, racismo, não suporta brincadeiras de mal gosto, não se cala para ninguém, despreocupada com a aparência, nenhuma barbie em todos os sentidos, só queria ser feliz fazendo aquilo que gosto, mesmo assim aquele garoto de um mundo tão diferente estava ali em minha frente, olhando nos meus olhos e me deixando vermelha de repente, algo estranho estava acontecendo, ele sabia meu nome, telefone e endereço, sabia minhas músicas e interesses, ele estava afim de mim e eu sem saber o que fazer baixei a cabeça, mais uma vez coloquei o cabelo atrás da orelha e sai correndo, fugindo, me afastando, não era para as pessoas de mim estarem gostando.
  Com o tempo fui me deixando levar por um sentimento bom que aflorava dentro de mim, fui me esquecendo que era uma granada, que eu precisava me ferir para não ferir ninguém, que uma hora ou outra ele encontraria em meu corpo as marcas de uma vida ainda no início porém também quase no final. Eu estava me apegando a presença dele, ao seu sorriso e as suas piadas, eu não ligava mais para nada, meus dias eram felizes apenas com ele ali presente.
- Então, você ainda está aqui?
- Onde deveria estar?
- Presa!
- Presa?
- Sim.
- Por que? Eu não fiz nada, pelo menos que eu saiba.
- Fez sim, você roubou!
- Que palhaçada é essa? Eu não roubei nada!
-Roubou sim, roubou meu coração!
Confesso que tentei não demonstrar reações positivas, tentei permanecer neutra mas era impossível, aquele sorriso me fez sorrir, balancei a cabeça e sem saber o que dizer fui me virando.
- Vou voltar para a aula, aliás ninguém vai cair nessa sua cantada dos anos  2000.
Ele apenas deixou seu sorriso torto, sussurou um "Que?" e balançou a cabeça, ficou por alguns minutos me olhando se afastar e depois correu em minha direção segurando meu braço ao se aproximar.
- Ah, ainda tem vaga nesta aula?
- Vagas são o que mais tem.
Ele me olhava nos olhos enquanto meu cabelo escorregava para o rosto lentamente, eu podia sentir suas mãos ameaçando levantar e tirar meu cabelo para atrás da orelha mas tudo foi interrompido.
- Oie, professor está ai?
- Ah Joe, não, ele não chegou ainda e nem sei se vai vir.
- Tem vaga sobrando?
-  Claro, entra ai, vamos dar início em dois minutos.
- Me passa seu número? Para o grupo.
- Passa o seu, é mais fácil para adicionar.
- Certo, anoto no seu caderno la dentro.
- Ok...
Joe me olhava diferente, ele parecia ter interesse em mim mas meu cérebro me informava que duas aproximações no mesmo dia significavam apenas uma coisa, uma aposta.
- Você não vai entrar?
- Primeiro as damas.
- Então entre querido!
Dei de costas para ele e segui pelo corredor de volta para a sala do diretor, precisava que o professor chegasse rápido pois não conseguiria levar aquela coisa toda a diante sozinha. Sem sucesso voltei para a sala, todos me  esperavam.
- Espero que já estejam com tudo em mãos, vamos começar!
- Onde está o professor?
- Eu sou o professor hoje Joe!
-Com uma professora destas viria até nos feriados.
Os garotos começaram a rir, não gostei da atitude, quem aquele garoto pensava que era para falar assim de mim, eu não era um prêmio a ser disputado, não era brinde de uma aposta, aquilo tudo estava despertando algo dentro de mim que não era a granada, era algo pior, a assassina do casarão, a incendiaria, o monstro frio, calculista e disposto a vingança custe oque custar."

-Então essa carta foi você quem escreveu?
- Carta?
Anna Léia tirou um pedaço de papel do bolso da blusa, ele estava velho, amassado e com algumas letras borradas mas que ainda davam de se ler, ela entregou para a mulher que após alguns segundos em silêncio lendo deixou uma lágrima escorrer.
- Então, é sua? É sobre o homem que você amava ?
- Sim, fui eu...essa carta é sobre um homem que conheci ao partir para fora do Brasil.
- Como isso foi parar nas coisas de minha mãe?
- Sua mãe...
- Sim minha mãe! Como você a conhecê?
- Ela não...

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Oieee, voltei, hoje é meu aniversário, não que seja importante mas queria compartilhar com vocês leitores, queria pedir também um presente especial, compartilhem com os amigos a história para chegarmos logo ao primeiro K 😍.
Enfim eu não iria postar hoje mas decidi que seria uma postagem especial, dedicando este capítulo para duas pessoas que amo muito, a primeira que não me deixa desistir de escrever minha bff AlanaBelloli e a segunda meu namorado fofinho que não me deixa ficar depre para escrever RomarioGrando.
Sigam também o perfil alake123 para encontrar obras conjuntas entre Alana e eu, temos uma fanfic inspirada totalmente em Percy Jackson quase na reta final e em breve mais novidades! É isso, muito obrigada pela atenção, tenham uma boa noite, uma boa sexta feira e um ótimo fim de semana, aproveitem a leitura.

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