Capítulo 22

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Pela primeira vez em noventa anos, estava preparado para dar as boas-vindas a um presa longa em sua casa. Não exatamente preparado... Como alguém se preparava para uma coisa daquelas ? Seu ódio pelos vampiros era tão profundo, não tinha certeza se poderia superá-lo.

Styles dirigia o Mercedes para casa, Louis sentado ao lado dele em estado de graça enquanto o bruxuleio durava. As coxas pressas no jeans se destacavam... Gostava daquelas pernas longas e esguias, melhor, gostava de imaginar o que havia sob o jeans.

E aquela imagem lhe dava a esperança de que tudo ficaria bem, já que ainda o desejava. Nada mudou, repetia ele silenciosamente.

- Ivan disse que você devia beber mais uma vez esta noite e que isso a saciaria por pelo menos uma semana.

- Parece bom para mim - disse Louis suavemente.

Não estava mais embriagado, mas relaxado e num estado estranhamente alterado, o que ele normalmente chamaria de excitação.

- Isso pode ser cruel, mas tenho que perguntar, você tem um orgasmo ?

Louis suspirou, havia tanto prazer.

- Você sabe que vampiros ficam tontos com o sangue.

Sim, e também sabia que a tonteira era orgástica. E certamente ele e Ivan haviam partilhados algumas tonteiras. As mãos apertaram o volante.

- Mas orgasmo ? Não. Isso implica algum tipo de excitação por um estranho. Apenas atende a uma necessidade. Embora quisesse que fosse você ao meu lado e não Ivan.

Por um momento ele desejara a mesma coisa. Porque, em pé na entrada do beco, ouvindo as doces palavras de seu amante e os gemidos do humano, Styles ficara excitado. Com a tentação que Louis oferecia com seus suspiros e toques. Com o beijo que lutara para considerar doce quando sabia que agora era perigoso.

- Vamos descer a Poplar. - Louis mostrou a rua - Não fica longe de onde eu morava. É tranquila, mas podemos encontrar um universitário caminhando por ela.



Styles estacionou no bairro tranquilo e logo Louis se aproximou de um candidato aceitável com a mesma ousadia sensual que demonstrara antes. Quando Styles se aproximou, Louis estava abraçando o homem contra um carro estacionado num beco. O cheiro de sangue enchia o ar, as duas mãos de Louis estavam no carro enquanto ele chupava o pescoço do homem. O homem começara a acariciar-lhe o quadril, mas rapidamente deixou as mãos caírem nas laterais enquanto gemia longamente.

O queixo rijo, Styles se obrigou a não interferir. O sujeito estava dando sangue, assim merecia o bruxuleio. E não iria longe com Louis se tentasse impedir aquilo.


Seria assim o resto de sua vida, acompanhar o amante enquanto ele procurava sangue para garantir que ninguém o tocasse ?

Inferno, teria que se acostumar com aquilo. Não podia sair com ele todas as vezes, isso o mataria. E não seria justo com ele, Louis precisava disso. Ficou excitado ao imaginar-se acariciando-o, tirando-lhe os cabelos dos olhos para revelar aquela expressão de total prazer.

No entanto, não podia tocá-lo. Não queria perturbá-lo, mas não queria tocar o que não podia aprovar.

Cristo, mas respirava com tanta dificuldade como Louis.


Quando a vítima inconsciente escorregou para o chão, Louis se encostou no carro, as pernas abertas. Ele sorriu e lambeu os lábios. Não havia sangue e ele estava surpreendentemente arrumado.

- Ivan me ensinou a persuasão, faz com que eles se esqueçam que estive com eles. - Jogou-lhe um beijo a distância. - Não olhe para mim como se estivesse me julgando.

Beijo Da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora