Capítulo 23

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— Canalha! — Louis chutou a porta de aço pela terceira vez sem nenhum resultado.

Ele andou pelo arsenal. Pensara que Styles decidira fazer o relacionamento deles funcionar. E qual era a única maneira de isso acontecer ? Deixar que o lobisomem decidisse.

Se ele o aceitasse, Styles poderia esquecer o medo de que Louis jamais estaria seguro perto dele. E, se o lobisomem lhe cortasse a garganta... Bem, não havia o que argumentar se isso acontecesse.

Racionalmente, ele compreendia o temor dele. Tanto acon­tecera com eles desde que estavam juntos. Styles jamais po­deria prever que seu namorado se transformaria num vampiro. E então perdê-lo, se o lobisomem não  aceitasse ?

Este devia ser o lugar mais seguro para Louis durante a lua cheia mas, tendo se transformado em vampiro, Louis perdera todo o medo. E estava com fome.

Deu mais um chute na porta mas conseguiu apenas afun­dar um pouco o aço.

Não deveria ter superpoderes ? Os outros vampiros eram tão fortes que haviam arrancado as portas de suas dobradiças.

Embora tivesse percebido muitas mudanças nele desde a transformação, Ivan lhe dissera que só depois da lua cheia seguinte seria completamente vampiro, o que quer que isso significasse.

Sabia que seus sentidos estavam mais apurados, podia sentir cheiros com mais intensidade e enxergar no escuro.

Aproximou-se da mesa e segurou a beirada de aço com força. O canto da mesa dobrou.

— Então estou mais forte, embora não forte o bastante para derrubar aquela porta.

Talvez pudesse arrancar as dobradiças ? Pegou uma ala­vanca e um martelo e começou a trabalhar.

Um uivo distante o fez parar de bater, então ouviu outro, mais perto da casa. Soube que ele não estava longe. Estaria indo para ele ?

Voltou a trabalhar com mais energia e ouviu uma das dobradiças cair. Começou a lidar com a outra, então ouviu o barulho de algo quebrando. Percebeu que era o vidro da porta do pátio que fora reposto apenas uma semana antes. O lobisomem entrara na casa.

Recomeçou a bater, mas a segunda dobradiça não cedeu. Decidiu parar de fazer barulho e escutar, encostou o ouvido na porta.

Ouviu a distância uma respiração pesada, rosnados e ui­vos. O lobisomem provavelmente estava na cozinha. Não corria mais, estava andando e, provavelmente, procurando seu cheiro. E sentindo o cheiro de vampiro.

Louis fechou os olhos e pressionou os dedos no aço da porta.

Percebeu os passos do lobisomem se aproximando do ar­senal. Uma pancada forte na parede abalou-o. Parecia zanga­do, impaciente para encontrar a criatura cujo cheiro sentira. O lobisomem estava na caça.

Com os joelhos bambos, Louis procurou uma arma, não para matá-lo, apenas para fazê-lo parar enquanto fugia. Não queria morrer, não queria ser estraçalhado pelo amante.

Mas queria que o reconhecesse... Pelo menos por um momento... E soubesse que não havia mudado. Claro, agora precisava de sangue para sobreviver, mas nada mu­dara em seu coração. Sua alma precisava de Styles... E do lobisomem.

Uma pancada forte contra a porta dobrou-a, o som de gar­ras contra o aço fez Louis estremecer. O lobisomem uivou e Louis reconheceu o uivo baixo e ameaçador de ódio, não o que o reconhecia como seu companheiro.

Suas presas desceram e, por mais que tentasse, não conse­guiu que voltassem à posição anterior. O vampiro em que se transformara estava pronto para lutar pela sobrevivência.

Beijo Da LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora