Odeio Despedidas

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CRYSTAL BLUE:



Prometo para mim mesma que só ficarei na cama por mais 5 minutos quando o Nick entra no quarto, puxa minha coberta e diz:



- É hora de levantar, maninha! Não podemos correr o risco de perder o voô.



Me pergunto como alguém pode acordar animado desse jeito, tão cedo, em plena segunda feira e depois de um final de semana super cansativo! Abro os olhos e digo:



-Bom dia pra você também, maninho!



-Bom dia, dorminhoca!




Duas horas depois, de malas prontas e banho tomado, sento no sofá enquanto aguardo o meu pai que vai nos levar ao aeroporto. Nick não para de andar de um lado para o outro, verificando se não esqueceu nada e tagarelando sobre como está ansioso para encontrar seus amigos em Chicago. Me pego viajando em pensamentos, será que meu relacionamento conturbado com a minha mãe finalmente vai ter fim, e conseguiremos ser amigas como deve ser com toda mãe e filha? Será que a Lavínia ainda está obsecada com a ideia de arrumar um namorado? Que saudade da minha amiga!




Nick se despede do meu pai com um forte abraço e sinto uma enorme tristeza, queria poder vê-lo todos os dias. Já está quase na hora de embarcar no voô e é minha vez de me despedir.



- Eu te amo, pai. Já estou morrendo de saudades!



- Te amo mais, filha. Aproveite sua juventude, não tenha medo do amor e lembre-se, seja feliz!



Olho para trás mais uma vez e sinto como se estivesse deixando um pedaço de mim aqui. Não gosto de demonstrar fraqueza, mas me permito chorar agora, a felicidade foi embora da minha casa quando meu pai foi embora também.



Já acomodada na poltrona do avião, penso em Chicago e no que a vida me reservou para esse ano, espero realmente realizar o desejo do meu pai, ser feliz.

Quase Sem QuererOnde histórias criam vida. Descubra agora