UM DIA ANTES

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Acordei no meu quarto, não me lembrava como tinha ido ali parar, doía-me a cabeça, a luz incomodava-me os olhos, o corpo estava pesado e para ajudar tinha uma ligeira má disposição. Olhei para o relógio, já passava da hora de almoço, peguei no telemóvel e liguei a internet, recebi duas notificações de mensagem, uma do Jack onde me chamava irresponsável por ter bebido sozinho e outra do monstro, o Frank. "Estarei em tua casa às 16h! Abre a porta e não digas nada a ninguém, senão quem sofre é o Jack, já viste o que lhe aconteceu ... Posso fazer pior!", o medo apoderou-se de mim, faltava uma hora para ele chegar, pensei se dizia alguma coisa ou não ao Jack, optei por não contar, ele não merecia ser chateado com os meus problemas, para além de já não querer saber de mim.

Se fosse para morrer, este seria o momento, estava sozinho, sem nada nem ninguém que se importasse comigo. Levantei-me e fui à casa de banho buscar um comprimido para as dores de cabeça, depois dirigi-me à cozinha onde comi uma fatia de bolo, enchi o copo com água e engoli o analgésico, a seguir fui para o quarto vestir-me.

Desta vez eu seria o bully, se acontecesse alguma coisa ele iria pagar na mesma moeda, o meu plano de vingança passou à ação. Tinha acabado de preparar tudo quando a campainha tocou, olhei para as horas, faltavam vinte minutos, inspirei fundo e fui para a porta, espreitei e vi aquele cabelo loiro, era ele, abri. Estava com umas calças de ganga rasgadas e um polo azul justo, que deixava ver a sua musculatura por baixo, combinava com a cor dos seus olhos.

- Então bicha, com saudades minhas? - Questionou com um sorriso branco e irónico estampado no focinho.

- O que queres de mim? - Perguntei friamente. - Já não chega o que me fizeram naquele dia? - Relembrei tudo, as lágrimas ameaçaram cair.

- Está calado! - Ordenou, as suas mãos tocaram-me no pescoço, estremeci.

- Espera, aqui não, vamos para o meu quarto e ... - Fui interrompido.

- Afinal gostaste de receber cinco machos no cu. Eu sabia! - Enquanto ele falava, fui caminhando para o quarto, consciente do que poderia acontecer. Sentei-me na cama, ele entrou.

- Mas o que vieste aqui fazer? - Quis saber, temendo a resposta.

- Não é óbvio? Preciso de descomprimir um bocado e quero enfiar a minha cobra no teu cu! - Fiquei com medo, mas segui com o plano.

- Eu não quero nada contigo, vai-te embora, por favor. - Implorei.

- Já te violei uma vez, portanto só tens duas opções, ou me deixas foder-te a bem ou a mal. Porque vai acontecer! - Ele tinha confessado, era tudo o que precisava.

Fiquei quieto sem me mexer, ele aproximou-se e arrancou-me a roupa, estava totalmente nu, as lágrimas começaram a cair, olhou para mim e mandou-me parar, disse que daquela vez seria prazeroso, pedi para terminar com aquilo mas em vão, senti o seu toque, as suas mãos percorreram-me as pernas, depois subiu até aos mamilos e apertou-mos, despiu-se, a sua barba loira de três dias, parecida com a de Jack, tocou-me no pescoço, senti os seus dentes a morderem-me, aquilo ia deixar marca, no entanto em vez de sentir prazer surgiu nojo, ele era horrível, os seus músculos roçavam no meu corpo, ele tinha um bom físico, isso não podia negar.

- É agora! Se relaxares é mais fácil ... - Disse ele colocando-me na posição de frango assado. Foi enfiando lentamente, até o sentir totalmente encostado a mim. - Geme! - ordenou.

Não sentia nada, mas obedeci com medo do que pudesse acontecer, ficámos uns dez minutos até que o pior aconteceu, ouvi a voz do Jack.

- Que merda é esta? - Gritou ele.

- Estamos a divertirmo-nos! Queres juntar-te à festa? - Perguntou o Frank enquanto continuava a penetrar-me.

- És um cabrão David! A fazeres-te de coitado e agora estás aí a ser fudido. - Insultou-me, não consegui dizer nada.

O Frank saiu de dentro de mim, vestiu-se e saiu, ainda me convidou para aparecer na festa que iria dar naquela noite, mas ignorei, enquanto isso o Jack ficava ali a olhar para mim, parecia magoado, não entendia o porquê, ele não sentia nada por mim, vesti-me, sentei-me na cama e mantive o olhar baixo, sem dizer uma única palavra.

- Não me vais dizer nada? - Questionou. Não lhe queria contar a verdade, podia mostrar a mensagem, mas não o iria fazer. - Foda-se David! Diz qualquer merda, explica-me o que aconteceu aqui. - Pediu exaltado.

- Eu ... eu ... - Comecei a chorar arrependido, arrastei-me até aos seus pés e pedi perdão.

- Não me toques, metes-me nojo! - Afirmou rudemente.

- Desculpa-me, por favor. - Pedi enquanto chorava, tentei tocar-lhe, mas empurrou-me para trás acabando por cair de costas no chão.

- Não me toques, foi um erro ajudar-te! - Não compreendia aquela atitude. - Adeus! - Despediu-se e saiu, batendo com a porta.

Enquanto as lágrimas caiam fui até ao móvel e retirei a máquina que tinha filmado tudo. Agora eu tinha as provas.

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