Capítulo 3

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VANESSA

Subo na escada desmontável para arrumar a prateleira com as bebidas. Me inclino e coloco o litro com cuidado. Um desses pagaria meu salário.

— Cuidado para não cair. — Um arrepio gelado toma a minha espinha, quando ouço a voz. — Ou eu terei que salvar você.

Olho para trás e quase caio da escada quando vejo meu vizinho encostado no balcão com um sorriso de canto totalmente sedutor e um olhar penetrante em mim. Ao seu lado tem um homem, que ri da minha cara. Deduzo ser um segurança pelo fone que usa em um dos ouvidos, pelo terno escuro e pelo tamanho.

— O que está fazendo aqui? — Desço as escadas e ele abre mais o sorriso.

— Vim beber e me divertir um pouco com meu segurança e amigo, afinal, isso não é uma casa noturna?

— Como soube que eu trabalho aqui? — Coloco as mãos na cintura, brava.

— Meu bem, eu soube porque vim aqui e tive esta maravilhosa supresa. — Sorri e passa as mãos naqueles malditos cabelos lindos. — Agora quero que prepare uma boa dose de whisky.

— Para mim também. — O homem ao lado dele diz, sorrindo.

— Largou as gírias, Gabe? — Ouço Felipe perguntar ao homem quando me viro para pegar o whisky.

— Não, brother! Eu só uso na hora certa, tá ligado? Não ia chamar a tia de tia.

Sirvo as doses de whisky e volto ao trabalho, polindo as taças, limpando o balcão e servindo os drinks dos clientes. Em pouco tempo, vejo o rapaz puxar uma moça para dançar a música latina agitada que embala toda a casa e os casais na pista. Acabo sorrindo com a animação do amigo de Felipe e me deixo levar pelo ritmo de Back it up de Prince Royce, JLo e Pitbull.

— Gosta de dançar?

A voz de Felipe me atinge e, instantaneamente, paro de dançar.

— Um pouco. — Fico nervosa.

— Por que não dança comigo? Sei que seu tio não se importaria. — Ele dá um sorriso sedutor.

Como ele sabe que a casa noturna é do meu tio? O conhece? Como ele sabe tanto da minha vida? Nem conheço esse homem, mal sei o nome dele, ou com o quê trabalha para que precise de um segurança. Estou assustada. E se meu padrasto colocou alguém para me vigiar?

— Como sabe disso? — Tremo.

— Eu só sei, meu bem.

— Não me chame assim, não sou nada sua!

— E a minha dança?

— Não tem dança nenhuma, Felipe, arrume alguém. — Olho em seus olhos azuis. — As mulheres por aqui costumam vir sozinhas.

— Tudo bem. — Sorri e dá de ombros.

Felipe termina sua dose e observa cada canto da pista de dança. De repente, abre um sorriso predador e se afasta do balcão. Ele para em frente à uma morena sorridente e fala algo no ouvido dela, que sorri toda feliz antes de olhar para mim e acena que sim com a cabeça.

O que será que ele disse a ela?

Ele estende a mão para ela e os dois param perto do amigo dele. Logo começam uma dança despudorada. Ele mantém os braços abertos, enquanto move seu quadril de um jeito sexy e a mulher passa as mãos em seu abdômen.

O homem é lindo, mas não posso me dar ao luxo de confiar nele e muito menos de me interessar por aquele sorriso. Por nenhum deles.

De repente, a mulher dá as costas e começa a mexer o quadril, como se estivesse coreografado. Paro para observar o jeito sensual natural com o qual Felipe dança, o modo como passa as mãos nos cabelos e como sorri para a moça.

[AMOSTRA] Felipe - Série Dono do meu desejo #4Onde histórias criam vida. Descubra agora