CAPÍTULO DOIS

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ANNE

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ANNE

O aroma dos biscoitos recém tirados do forno preenchia a cozinha inteira, minha mãe havia passado a manhã inteira preparando-os e finalmente estava satisfeita por ter acabado.

— Minha filha, soube do último ataque do lobo? Será que aquela terrível besta nunca será morta?! — Ela se lamentou.

— Não fique assim, mamãe. Irão pegá-lo um dia, até lá estaremos seguras. — Eu a abracei sobre os ombros.

— Imaginei que finalmente estivéssemos livres. — Ela suspirou. — Há muito tempo não se ouvia falar sobre ataque algum.

— O gado voltou a desaparecer e os animais parecem sobressaltados novamente — eu disse.

— Tem razão, a verdade é que Ele sempre esteve por perto. Oh, querida! O estado do pobre Alfredo era lamentável, havia sangue por todos os lados. Morreu para salvar a filha, pobre homem, que descanse em paz! A família está em lástima.

— Mas o que houve, mamãe?

— Foi esta noite, você já dormia. Alícia, a filha do casal, lembra-se dela? Aquela com quem você se desentendeu outro dia. Aliás, de que mesmo se tratava? Eu nunca entendi por que viviam sempre em pé de guerra!

— Não era nada demais, mãe. Acho que ela não gostava muito de mim, sempre me cercava, e inventava coisas ao meu respeito — queixei-me. — Mesmo assim, lamento por quase ter acontecido o pior.

— Todos nós lamentamos. Se fosse com você, oh céus… Ela estava fora de casa, onde já se viu?! Em uma hora daquelas, sabe-se lá Deus, fazendo o quê… — Eu me apoiei no lateral do fogão à lenha.

— Conte mais… O que houve então?

— Alfredo ouviu um barulho e resolveu ver o que era, claro! Era um pai de família e zelava pela vida da mulher e da filha. Ele encontrou a besta olhando diretamente para Alícia, e sem pensar duas vezes empurrou a moça para dentro, que conseguiu se livrar, mas ele não teve a mesma sorte. Deus que o guarde em paz. — Fez o sinal da cruz. — A fera o abocanhou e o deixou em pedaços.

— Que horror, mamãe! Isso é tão triste! — Abracei meu próprio corpo. — Quando ficaremos livres dessa besta?!

— Tinha que ver o estado do corpo… — Ela apertou os olhos. — Pobre família…

Mamãe estava abalada com o que acontecera, há tempos não se ouvia falar sobre ataques da fera no vilarejo e já nos sentíamos em segurança. Vez ou outra animais eram encontrados mutilados perto da floresta e agradecíamos por termos passados mais uma lua.

— Não fico nada contente em deixá-la ir floresta adentro. — Minha mãe torceu as mãos, preocupada.

Arrumei os pães e doces dentro da cesta e os cobri com um pano limpo.

Chapeuzinho Vermelho - [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora