CAPÍTULO SETE

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Finalmente ela estava ali comigo

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Finalmente ela estava ali comigo.

As regras eram claras a respeito da aproximação entre um lobisomem e sua escolhida, apenas na lua do seu 18° aniversário ela estaria pronta para assumir o compromisso de sangue. No entanto, com Anne estava sendo diferente, eu me sentia ansioso para mantê-la por perto e então passei a sondá-la.

Diferente de qualquer outra escolhida, a minha Anne mostrou-se única, poderosa, eu queria agradá-la, queria que fosse grata a mim por estar protegendo-a, mas eu sabia que ela não era uma humana qualquer. Eu não tinha permissão para intervir por ela, pelo menos não até consumarmos nossa união. No entanto, surpreendentemente algo permitiu que eu me aproximasse, uma garota em especial ameaçava entregá-la como bruxa e eu tive que intervir.

Sem pestanejar, eu ataquei a garota e em um ato infame e mal pensado, errei o meu alvo. O pai da menina apareceu e tive que revidar. A tal garota já havia sofrido o bastante, e não se atreveria a cruzar novamente o caminho da minha protegida.

Prometi a mim mesmo que esperaria a data certa e que não me aproximaria novamente até lá, mas ao ver aquele porco imundo tocando de forma tão íntima o que me pertencia por direito, não hesitei em me aproximar e matá-lo. De todas as mortes que já causei, essa com certeza não me traria remorsos.

Saboreei cada minuto do seu sofrimento e dor, enquanto ouvia seus gritos por socorro e misericórdia. No entanto, eu teria de ser ainda mais cuidadoso, não pude controlar meus instintos, e agora Marie sabia sobre mim.

A avó de Anne sabia perfeitamente o que implicava ser a companheira de um lobisomem, e não hesitaria em fazer de tudo para nos separar. Ainda me recordo da última vez em que a vi junto de minha mãe quando voltamos para a aldeia.

Minha mãe foi morta injustamente acusada de bruxaria e eu prometi a mim mesmo que a vingaria. Um tempo depois de seu assassinato cruel, a pequena aldeia de Gallen teve o que merecia, pois os rostos de todos aqueles que presenciaram e atearam fogo no corpo indefeso e vulnerável de minha mãe, ficaram marcados em minha memória.

Ela era a única coisa que ainda me restava, meu pai a machucou e me fez machucá-la, ele foi covarde e pagou o alto preço da sua covardia. As marcas que ela carregava no rosto não me deixavam esquecer o dia em que eu assassinei meu próprio pai.

LISA

Um vento gélido soprou as cortinas surradas da pequena janela da frente. Esfreguei as mãos uma na outra tentando me manter o mais aquecida possível, estava uma noite fria lá fora e o ar parecia molhado.

Observei a lenha queimar devagar, as brasas começaram a brilhar e o amarelo alaranjado das chamas passou a lamber a lareira. Tornei a abraçar o corpo, mas dessa vez não era pelo frio. Anne ainda não havia voltado para casa, não havia sinais de Joseph ou de alguém que os tivesse visto na estrada.

Chapeuzinho Vermelho - [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora