CAPÍTULO UM

10.8K 801 263
                                    

O século XVIII foi marcado pela devastação da região de Delpic, enquanto a aparição de uma tenebrosa criatura assolava seus habitantes

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O século XVIII foi marcado pela devastação da região de Delpic, enquanto a aparição de uma tenebrosa criatura assolava seus habitantes.

Ninguém sabia ao certo do que se tratava, teorias eram formuladas e as perguntas ficavam sem respostas. Os moradores locais tiravam suas próprias conclusões, e aos poucos as explicações e teorias passavam a ser aceitas por todos como um ataque de uma terrível besta.

Uma fera que raptava pessoas e as devorava, deixando somente seus restos mortais como um aviso. A macabra criatura agia sempre sob a luz da lua cheia pelas redondezas do lugar.

Gallen era uma pequena aldeia entre a floresta, todos se conheciam e eram felizes com suas boas e pacatas vidas.
Porém, em pouco tempo, a monótona vida de seus habitantes passou a ser sombria e cercada de medo.
Não se podia andar sozinho à noite, não se quisessem estar vivos na próxima lua cheia.

O perigo estava lá fora a poucos metros de cada um, esperando apenas o momento certo para consumar o destino trágico e cruel de sua próxima vítima.

O sino tocava todos os dias exatamente às oito da noite, todos já sabiam o que aquele persistente e irritante som significava. Todos deveriam estar em suas casas, debaixo de suas cobertas, com portas e janelas trancadas, rezando para que sua família não fosse o próximo alvo da fera.

Ninguém ousava desobedecer a essa ordem, não havia muito o que se fazer, o medo poderia ser seu melhor aliado, ou seu pior inimigo. Ele os deixava ariscos e atentos, ou descuidados e vulneráveis.

O som de gritos e o choro compulsivo poderiam significar apenas duas coisas. Mais uma vítima estava gritando e se debatendo por sua vida, ou mais uma família lidava com a dor de ver seu ente querido ser arrastado de sua casa e tragado floresta adentro. O rastro de sangue e desespero, famílias desoladas e destruídas era tudo o que "ele" deixava para trás.

A igreja não tinha uma explicação lógica para dar a seus fiéis. Tratava-se de uma fera, faziam com que acreditassem. Os padres disseminavam a ideia de que a criatura estaria nas ruas, alertavam do perigo de estarem expostos, e acalmavam a população com suas teses.

Os ataques não cessavam, pessoas continuavam a desaparecer, as mortes eram cada vez mais cruéis e a devastação cada vez maior.
Corpos mutilados e famílias destroçadas, testemunhas de que o culpado por tal destruição era o mais terrível dos animais, o sobre-humano, aquele meio lobo e meio homem, sedento de sangue e vidas.

Uma das histórias mais contadas naquele tempo era sobre Lucy, uma mulher que morava naquela aldeia. Ela tinha apenas um filho e seu marido desaparecera misteriosamente.

Alguns dias se passaram, ela e o filho estavam inconsoláveis, até que ela encontrou o corpo de seu marido mutilado próximo à entrada da floresta. Ela e o filho desapareceram nesse mesmo dia, não havia mais esperança de encontrá-los vivos, até que Lucy reapareceu como alguém que havia ressurgido dos mortos.

Ninguém sabia o que havia acontecido, muito menos o que houve com o menino. Ela mantinha um capuz em seu rosto, cobrindo-lhe a face, permanecia incomunicável. Ninguém jamais a vira sem ele depois de sua reaparição. De longe parecia uma mulher sombria, de perto, tornava-se assustadora.

Muitas histórias passaram a ser contadas e espalhadas entre o povo, uns diziam que ela se automutilava, devido à dor de perder o esposo e filho, outros diziam que algo horrendo deformava sua face. Teorias e mais teorias vagavam pelo vilarejo sobre a misteriosa mulher e sua capa.

Coisas estranhas aconteciam nas redondezas de sua casa. Onde quer que tocasse, ou o que fizesse, desaparecia a vida por onde seus pés se arrastassem. Era como uma maldição, ou sua sina de morte.

Todos tiravam suas próprias conclusões sobre a mulher das sombras, queriam descobrir seus segredos, e decifrar seu enigma, era a curiosidade pelo desconhecido.

Um dia, com forcados e tochas, eles a forçaram a mostrar-se em público. Eles lhe arrancaram o capuz, e seus olhos negros e sombrios pareciam ainda mais obscuros à luz do dia. No lado direito de seu rosto um punhado de riscos e cortes brilhava. Não se pareciam com nada aleatório, muito menos feitos por mão humana. Os cortes não cicatrizavam, pareciam ainda mais vivos e recentes. Era algo sobre-humano.

A igreja tentou exorcizá-la, diziam que a marca em seu rosto se tratava de um símbolo satânico, um castigo enviado dos céus. Boatos afirmavam que ela era a própria filha do demônio.

Não precisavam de mais provas, ela era a fera que havia devorado o marido e o filho. Eles a queimaram viva como uma bruxa em sua maldição, deveria morrer.
Após sua morte, acreditaram que qualquer que fosse a maldição que a cercava, teria tido um fim.

As pessoas já suspiravam aliviadas com a falsa sensação de paz e tranquilidade, até que em uma noite clara de lua cheia, um grande massacre teve início entre os habitantes de Gallen.

Esse foi o maior massacre já presenciado, uma destruição causada por uma única fera que ficou conhecida como O Lobisomem.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ninguém mais estava seguro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ninguém mais estava seguro.

Ninguém mais estava seguro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Chapeuzinho Vermelho - [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora