Um garoto com cabelo azul vibrante e olhos mocha (e lábios dó maior e mãos azul-como-o-céu e dentes de tigres rudindo) levanta, uma lágrima solitária escorre pela sua bochecha. Tudo é azul-preto de novo. Preto-azul. Azul-preto. Tudo. Tem uma palavra pra isso, mas Josh não consegue lembrar. Não consegue lembrar, não consegue lembrar... Tyler o diria, se ele estivesse lá. Mas Tyler não pode porque ele está morto. Tyler não pode porque ele se matou. Tyler não pode, e é tudo culpa de Josh.
O peso desse conhecimento empurra pra baixo seus ombros e contrai seu peito... Ele sente... Ele sente... Oh, ele não sabe a palavra pra isso também. Tudo o que ele sabe é que tudo é preto-azul. O rodeia e cai sobre ele como uma imensa onda na fraca luz de uma lua crescente. Engole ele completamente e o faz se sentir como se estivesse se afogando até que ele finalmente, não aguente mais.
Um sentimento de culpa envolve sua garganta como se uma outra onda azul-preto o atingisse por trás, forçando o ar de seus pulmões finos como papel. Josh está vazio, desolado, gritos dolorosos perfuram o silêncio da pequena igreja mas ninguém se vira para olhá-lo, porque eles não podem vê-lo. E ninguém pode vê-lo porque ele está morto.
A morte é ou um preto escuro ou um branco escuro, dependendo do ângulo que você o olha, mas isso é além do ponto. A tristeza, todo aquele azul-preto, ambas essas coisas levam Josh ao ponto de que ele faria qualquer coisa apenas para sentir esse pequena faísca de vida novamente. A vida que apenas Tyler poderia dar a ele. Não tinha gosto de metal, o som do amanhecer claro quando ele ria, os mecanismos de ouro e as engrenagens de maquinismo de relógio que brilhavam em seus olhos toda vez que ele falava. Tudo isso, tudo isso, se foi.
Sempre que eles se tocavam, Josh se sentia um pouco mais real, um pouco menos como se ele estivesse se agarrando tão desesperadamente a essa existência. Quando estavam juntos, havia apenas o amarelo-limão e o azul-como-o-céu, com uma pitada de verde floresta.
Outro soluço sufocado treme a caixa torácica de Josh, o levando para o chão. Arrependimento e remorso se esculpindo tortuosamente em cada detalhe e cada aspecto dele, até que se torne ele. Ele têm sido estúpido, estúpido pra caralho. E agora ele pagaria o preço pra sempre. Ele daria qualquer coisa só pra voltar no tempo e impedir-se de bater no Tyler. Apenas para impedir que o trem destruído inteiro descarrilhe e mergulhe no esquecimento.
Mas é esse o ponto: Josh não tem absolutamente nada. Tyler é - era - seu tudo, e Josh apenas o empurrou pra longe. Um terrível erro que ele fez. Erros esses que seriam sua ruína.
Os grito de Josh reverberam os vitrais até que ele finalmente percebeu que estava sozinho. Ele queria tanto se matar pelo o que ele fez. Ele merecia isso. Mas aí ele se lembra que já estava morto. Ele tenta se esquecer como isso aconteceu, mas é muito, muito difícil, especialmente quando naquele momento era uma memória constante.
Tyler achou que entendia, mas não, ele nunca poderia entender, e nunca vai entender, agora que ele também está morto.
Tyler era o único que poderia ver Josh, ele era apenas... diferente. E o resto do mundo tentou o convecer de que ele era louco por causa disso. Ele não era louco, não exatamente. Apenas um pouco... Amarelo-verde-roxo. Doente, essa é a palavra pra isso. O cérebro de Tyler era doente, mas tudo bem.