Capítulo 10 - Muito Cedo

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(Escritora/ Publicitária:

Meninas, nunca imaginei que a vida de publicitária pudesse ser tão esgotada e sem tempo assim, e mesmo dessa forma olha eu aqui pronta para escrever e pedir que por favor vocês me entendam. Estou me desdobrando e fazendo de tudo para estar aqui..

Obrigada por todas as mensagens de carinho... E fiquem tranquilas, escrever é um sonho que não penso em largar!

Ai vai a Liah :)

Att, Wendy Falls)




Tento sair com a Holly do carro e quase bato a cabeça dela na porta por duas vezes. Tivemos um dia calmo apesar de todas as turbulências. O Ben tem tido o dom de me acalmar quando eu acho que tudo vai cair em cima da minha cabeça. Ele tem sido um protetor, acho que um amigo ou até mesmo um irmão. Acho que para ele não sou nem de longe como uma irmã, pelo menos julgando as duas vezes que ele tentou me beijar e fez Holls sorrir de maneira alegre e divertida cortando o clima dele ou até mesmo nosso clima.

Acredito que não é a hora para que eu comece um relacionamento, muito menos começar a gostar de alguém. Ao contrário de muitas meninas, eu nunca tive o homem ideal e nem nunca sofri por nenhum cara, pelo contrário, sempre fui a destruídora de corações.

-Acho melhor você me dar a minha sobrinha - ele a pega do meu colo, estamos parados na frente da casa do senhor Martin, o carro está estacionado no meio fio e no rádio uma música leve toca baixo.- Não queremos que ela morra decaptada.- Eu sorrio e ele a retira dos meus braços. Faço menção em acompanhá-los.- Liah, espera aqui! Quero te mostrar uma coisa, eu já volto... Assim você olha o meu carro para mim- ele dá um sorriso torto e eu assinto.

"Espero que não seja nada obsceno o que ele quer me mostrar."

Sento no banco do carona e começo a encarar a rua, o carro, e me solto na música Shape of You. A minha vida mudou tanto de uns dias para cá, parece que as coisas tem se perdido de tal forma, e ao mesmo tempo se encontrado.

Saudades da minha família!

Ben vem em minha direção depois de um tempo e eu tiro os pés do porta luva ao ver ele, me ajeito no banco como uma mocinha - como diria o meu pai-.

-Demorou- eu falo e solto um sorriso, ele dá a volta no carro e senta no banco do motorista.

-Ela acordou e pediu para que eu colocasse uma filmagem da mãe, estava toda manhosa, acho que logo dorme de novo. Ainda me disse que quer que nós dois namore.- eu engasgo e ele sorri.- ela só disse, mas criança você sabe né...

-Você disse que queria me mostrar uma coisa- ele assente e pega uma caixa no banco do carona.- queria que você me dissesse se essa câmera é boa.

-Oh meu Deus, caramba!- eu grito ao ver umacâmera Nikon D750 AF-S- Que coisa mais linda!- falo encantada- ele sorri e me entrega.

- Queria te agradecer por estar cuidando da minha sobrinha e...

-O que?!- eu quase grito- Você não comprou essa câmera para mim? Ben, ela custa muito caro, mais que muitos salários meu. Além do mais, eu ganho para cuidar da Holls, eu a amo mas...- ele fecha a minha boca com o dedo e liga a Câmera.

-Tira uma foto bem perfeita daquela lua- ele aponta pela janela do carro- se eu gostar te dou e você nem precisa reclamar, vai ser merecido. Ai se eu achar que está feia eu a devolvo amanhã.

-Você vai dizer que está linda mesmo que estiver horrível- ele ri alto.

-Eu não minto!- sorrio e bato em seu ombro, ele ri ainda mais em uma risada gostosa. Retiro o lacre de segurança do flash, ligo a Câmera e fico fascinada com aquela bebezinha nas minhas mãos, ajeito as configurações e canto o refrão de  That's what i like que toca baixinho no rádio. - Além de fotográfa é cantora agora é?- eu sorrio e aproximo o zoom da câmera e vejo de forma clara aquela maravilhosa lua.

-Gosto de cantar!- bato a foto e tiro a câmera dos olhos para ver a foto, Ben se aproxima e eu mal espero seus lábios grudam nos meus. Fico de olhos estalados e não consigo ter nenhuma reação.- Ben- o empurro delicadamente depois de um tempo.- Hei!

-Me desculpe! Você deixou alguém e...

-Não, eu só não quero que as coisas se encaminhem para esse lado. É muito cedo!- ele sorri sem graça e pega a câmera das minhas mãos e observa a foto.

-Como eu disse! A câmera é sua- ele sorri- é maravilhosa essa sua habilidade em tirar esses retratos perfeitos.

-Eu não sei se...- ele me mostra a caixa onde leio uma mensagem em um círculo vermelho. "Não aceitamos devoluções após romper o lacre de segurança."

-Se não aceitar eu não sei o que fazer com ela.- eu o encaro nervosa e solto uma risada.

-Seu filho de uma mãe!

-Esperto- me entrega a bolsa da câmera- cuide bem dela.- ele olha por de trás do meu ombro.-Não sei desde que horas, mas, o chato do senhor Martin já se encontra no recinto.- abro a porta depressa com medo dele nos ver ali e falar alguma coisa, pego a câmera.- Calma- Ben me puxa.

-Desculpe, quero agradecer pelo presente! Eu amei- beijo o rosto dele- Você tem sido um amigo maravilhoso- ele me encara.

-Ah, um amigo- fala sem graça.

-Sim, um amigo... - levanto do banco e saio, tropeço no cinto e caio estirada na grama.

-Oh céus Liah- ele sai depressa do carro e eu me levanto sacundindo a minha roupa.

-Eu estou bem.- pego a câmera - e ela também!- ele ri alto.

-Você não existe, de que mundo você veio, que menina é essa meu Deus?!- ele fala enquanto eu ando de ré e sorrio.

-Eu? Eu sou simplismente a Liah!

-Então anda que nem gente se não não vai sobrar nem um ossinho da Liah!- solto um meio sorriso e me viro indo em direção a porta.

Entro e ao acender a luz me assusto perante uma sombra que do nada se revela no senhor Martin sentado em seu sofá, sem o terno e um copo de bebida na mão, ele não está bêbado e presumo que está ali tem pouco tempo. Sinto meu corpo gelar, depois da nossa briga essa é a primeira vez que eu vejo esse homem na minha frente.

-Liah, precisamos conversar!

-Sim, precisamos!- respondo mesmo com medo e ele faz menção para que eu me sente na frente dele.


Simplesmente LiahOnde histórias criam vida. Descubra agora