Capítulo 9

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E que beijo... Em cinco segundos a vontade de parar aquele beijo passou, envolvi meus braços na cintura do Arthur e me entreguei aquele beijo, sua língua percorria cada parte da minha boca, sentia o carinho e o desejo que ele tinha por mim ao mesmo tempo com aquele beijo. Com sua mão em minha nuca pressionava ainda mais uma boca a outra, depois de uns minutos fomos parando aquele beijo com selinhos.

- Eu não agüento mais Bruno, não consigo mais guardar esse sentimento só para mim.

- Arthur. – Falei colocando meu dedo em sua boca. – Deixa que agora eu falo. – Completei. – Durante esse tempo todo eu aprendi a gostar de você, a ter carinho, mas não aprendi a te amar.

- Mas porque você...

- Não terminei ainda. – Interrompi. – Eu não sei o significado na prática dessa palavra amor. Mas como irei saber se não tentar? E eu quero tentar com você Arthur. – Falei voltando a envolver meus braços em sua cintura.

- Eu te amo Bruno.

- Que lado sentimental esse boy de programa tem. – Falei rindo. – Muito fofo.

- Mas você não está na frente de um boy de programa. – Encarou-me. – E sim do seu namorado.

- Namorado? Acho que não houve um pedido formal.

- Não seja por isso. – Falou se ajoelhando. – Bruno, quer namorar comigo?

- Deixa eu pensar. – Disse isso e ele me encarou com uma cara de cachorro que havia caído do caminhão de mudanças que não teve como dizer outra coisa se não. – Sim. Eu quero namorar com você Arthur.

Mal terminei de responder e ele se levantou, abraçou-me e me beijou. Dessa vez um beijo mais lento ainda que da outra vez, parecia querer conhecer cada detalhe da minha boca, eu correspondi da melhor forma possível, passei a mão por seus cabelos, desci para sua nuca, mordi seu lábio inferior, ele abriu seus olhos marejados, só com aquele olhar que pareceu invadir bem fundo meu coração, pensei: “Eu tomei a decisão certa”.

Já fiquei com algumas garotas e garotos, mas nunca havia namorado antes, não foi por falta de oportunidades, mas sim pela frieza que camuflava qualquer outro sentimento dentro do meu peito, a raiva, o ódio, a mágoa e a tristeza dominavam meu coração sem deixar qualquer sentimento de amor entrar, por isso não fiz amizades verdadeiras, e deixei de conhecer pessoas que talvez lá atrás pudessem ter feito à droga desse gelo em meu coração ter derretido. Não que o Arthur tivesse conseguido, mas senti voltar a aquecer o que estava congelado há muito tempo, se esse iceberg sairia do meu coração isso eu não sabia, mas eu iria tentar, e estava disposto a aprender a amar, a quem me amava.

Desci da sua boca, mordiscando seu lábio, seu queixo, sua bochecha, seu pescoço. Nisso começou a cair uma fraca chuva lá fora, como o telhado era de folhas de Eternit, qualquer pingo que caía dava para escutar. Ele tirou a minha camiseta, e eu a dele, já fui tirando sua bermuda, deixando-o apenas de cueca. A chuva aumentou e nisso ele parou.

- Que droga, vai molhar tudo nossas roupas lá no varal. – Falou ele saindo correndo apenas de cueca para o jardim.

- Já deve ter molhado Arthur. – Falei pra que ele volta-se, mas ele não me escutou e foi recolher. Fui atrás e ajudei a recolher. O resultado, as roupas que estavam no varal todas molhadas e nós molhados também.

Coloquei as roupas num cesto na varanda pra que no outro dia de sol, colocaria para secar novamente. Eu e o Arthur estávamos molhados, ele que usava uma cueca de algodão fina amarela, que destacou tanto seu pau que já estava um pouco animadinho com a situação, tanto aquela bundinha redonda e firme que eu já havia explorado. Eu estava com um calção que também ficou ensopado, tirei e já coloquei no cesto também. Ficamos nos dois molhados e apenas de cueca, encarando um ao outro. O Arthur deu um sorrisinho safado, laçou seus braços na minha cintura e me levou de volta para a chuva. Ficamos nos beijando, a chuva caía sobre nós fazendo daquele beijo molhado o melhor beijo da minha vida. Parecíamos duas crianças naquela chuva, o atrito de nossos corpos molhados, e de nossos membros por debaixo da cueca, começou a esquentar as coisas, apertei a bunda do Arthur por debaixo da cueca, ele respondeu com uma mordida na minha orelha e sussurrando:

Duas Caras (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora