Capítulo 24

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* 15 dias depois *

Eu não tinha feito o que o Arthur me mandou, não podia simplesmente sair sem antes me planejar, o que eu fiz durante esses dias, consegui um emprego em um escritório de Advocacia, ainda como estagiário, conseguiria pagar minha faculdade, e enfim tomei a decisão de sair de um lugar onde eu nunca deveria ter entrado. E não me envolver mais com problemas que não diziam respeito a mim.

Saí cedo de casa, havia marcado com o Gabriel para conversar. Ele insistiu que fosse na casa dele, e eu aceitei. Por volta das 8:30 da manhã havia chego na casa dele, apertei o interfone e ele abriu o portão. Entrei e ele já me esperava na porta vestido com a roupa que havia dormido com certeza.

- Oi Bruno.

- Oi. – Respondi. Ele entrou e entrei logo atrás dele. Fomos para a cozinha onde ele ainda tomava seu café da manhã.

- O que quer conversar comigo? – Perguntou enquanto comia uma fatia de mamão.

- Vou ser direto Gabriel. Eu não quero mais trabalhar na Câmara.

Ele pegou a xícara de café, tomou.

- Posso saber por quê?

- Porque é a minha vontade. Eu não quero mais continuar a trabalhar lá.

- E sua faculdade? Vai deixar todas as oportunidades que teve escapar?

- Eu vou pagar a minha faculdade, não se preocupa.

Ele ficou calado, apenas me analisando. Parecia querer medir suas palavras antes de me falar.

- Você é maior de idade e tem o livre arbítrio para tomar as suas decisões. Mas não me convenceu os motivos de estar fazendo isso.

- Eu tenho os meus motivos, e não te diz respeito.

- Eu sei. Você está com medo de sobrar para você. – Ele me encarou. – Quando eu disse que não deixaria nada te acontecer. Você não acreditou em mim.

- Eu não sei em quem acreditar. Eu tento confiar em você Gabriel, mas não consigo, a sua palavra não me passa segurança. Só acho que você não é essa pessoa boazinha que se passa para mim.

- Eu não sou essa pessoa boa mesmo Bruno. – Ele falou se levantando da mesa. – Venha comigo. – Ele saiu me conduzindo até a sala. – Você foi a única coisa boa que me aconteceu, com sua simplicidade, com seu caráter. O que eu não tenho.

- Sabe eu aprendi muito com a vida, a cada problema eu me tornava mais forte e fazia com que aquilo soprasse ao meu favor.

- Já eu não consegui lidar com meus problemas. Pelo contrário. Eu criava mais problemas.

- Gabriel...

- Deixa eu terminar. – Ele me interrompeu. – Por favor, não saia.

- Por que Gabriel? Eu não sou ninguém cara. Não tenho importância nenhuma em sua vida, você pode ter as pessoas que quiser por perto.

- Você tá muito enganado. Você é muito importante pra mim, diferente de muitas pessoas que se aproximaram de mim só tentaram me apunhalar pelas costas e tirar vantagem, e você não.

- Nunca que eu faria isso. Eu só tenho a te agradecer pela oportunidade de ter me ajudado a realizar principalmente meu sonho de fazer uma faculdade.

- Bruno. Não me deixa por favor.

- Você ainda não me disse por que me quer tanto assim perto de você.

Ele me olhou, parecia envergonhado. Eu insistia em querer saber a resposta.

Duas Caras (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora