* 15 dias depois *
Eu não tinha feito o que o Arthur me mandou, não podia simplesmente sair sem antes me planejar, o que eu fiz durante esses dias, consegui um emprego em um escritório de Advocacia, ainda como estagiário, conseguiria pagar minha faculdade, e enfim tomei a decisão de sair de um lugar onde eu nunca deveria ter entrado. E não me envolver mais com problemas que não diziam respeito a mim.
Saí cedo de casa, havia marcado com o Gabriel para conversar. Ele insistiu que fosse na casa dele, e eu aceitei. Por volta das 8:30 da manhã havia chego na casa dele, apertei o interfone e ele abriu o portão. Entrei e ele já me esperava na porta vestido com a roupa que havia dormido com certeza.
- Oi Bruno.
- Oi. – Respondi. Ele entrou e entrei logo atrás dele. Fomos para a cozinha onde ele ainda tomava seu café da manhã.
- O que quer conversar comigo? – Perguntou enquanto comia uma fatia de mamão.
- Vou ser direto Gabriel. Eu não quero mais trabalhar na Câmara.
Ele pegou a xícara de café, tomou.
- Posso saber por quê?
- Porque é a minha vontade. Eu não quero mais continuar a trabalhar lá.
- E sua faculdade? Vai deixar todas as oportunidades que teve escapar?
- Eu vou pagar a minha faculdade, não se preocupa.
Ele ficou calado, apenas me analisando. Parecia querer medir suas palavras antes de me falar.
- Você é maior de idade e tem o livre arbítrio para tomar as suas decisões. Mas não me convenceu os motivos de estar fazendo isso.
- Eu tenho os meus motivos, e não te diz respeito.
- Eu sei. Você está com medo de sobrar para você. – Ele me encarou. – Quando eu disse que não deixaria nada te acontecer. Você não acreditou em mim.
- Eu não sei em quem acreditar. Eu tento confiar em você Gabriel, mas não consigo, a sua palavra não me passa segurança. Só acho que você não é essa pessoa boazinha que se passa para mim.
- Eu não sou essa pessoa boa mesmo Bruno. – Ele falou se levantando da mesa. – Venha comigo. – Ele saiu me conduzindo até a sala. – Você foi a única coisa boa que me aconteceu, com sua simplicidade, com seu caráter. O que eu não tenho.
- Sabe eu aprendi muito com a vida, a cada problema eu me tornava mais forte e fazia com que aquilo soprasse ao meu favor.
- Já eu não consegui lidar com meus problemas. Pelo contrário. Eu criava mais problemas.
- Gabriel...
- Deixa eu terminar. – Ele me interrompeu. – Por favor, não saia.
- Por que Gabriel? Eu não sou ninguém cara. Não tenho importância nenhuma em sua vida, você pode ter as pessoas que quiser por perto.
- Você tá muito enganado. Você é muito importante pra mim, diferente de muitas pessoas que se aproximaram de mim só tentaram me apunhalar pelas costas e tirar vantagem, e você não.
- Nunca que eu faria isso. Eu só tenho a te agradecer pela oportunidade de ter me ajudado a realizar principalmente meu sonho de fazer uma faculdade.
- Bruno. Não me deixa por favor.
- Você ainda não me disse por que me quer tanto assim perto de você.
Ele me olhou, parecia envergonhado. Eu insistia em querer saber a resposta.
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Duas Caras (Romance Gay)
RomanceBruno é um jovem de 18 anos,ele é orfão ,perdeu sua mãe quando tinha 6 anos e nunca conheceu seu pai,foi criado pelos tios mas foi expulso de casa quando seus tios soube da sua sexualidade. Agora sem ninguém ele ta morando em um barraco abandonado e...