Pov - Amanda
Assim que as aulas da faculdade acabam, vou até a biblioteca da mesma.
Preciso achar um livro, para fazer um trabalho. Eu até poderia pesquisar na internet, mas segundo a professora "os livros são mais confiáveis". E querendo ou não, ela quer o trabalho a partir do livro.
Assim que chego, procuro o livro na área de pedagogia, e graças a Deus o encontro.
Sem falar que tive que subir escadas...
Podiam ter um elevador, não é?!
Não que eu esteja reclamando, nada disso, mas é que para uma pessoa sedentária como eu, não faz bem, entendem?
Mas sem querer, ao tentar pegar o livro da prateleira, uns cinco deles caíram no chão fazendo um barulho que praticamente chamou a atenção dos alunos que estavam sentados lendo.
Sorri fraco e fiz um pedido silencioso de desculpas a eles que voltaram a ler.
Desastrada? Acho que esse é meu sobrenome.
Depois de marcar o livro em meu nome, para retirar da biblioteca e verificar se não havia causado estragos nos outros livros que haviam caído, vou para a saída.
Tenho uma semana para devolve-lo.
E sem falar que preciso urgentemente de um emprego.
Paro no ponto de ônibus, e escuto grito na minha direção.
Só podia ser...
Amanda: hoje você deu sorte do ônibus estar atrasado - digo rindo da cara dela.
Manuela: haha, muito engraçado - revira os olhos - não tive culpa, o professor ficou enrolando - contive um riso - acho que ele é cego, só pode, toda sexta feira ele inventa de atrasar - arruma seus cabelos que estavam bagunçados.
Amanda: e o que tem a ver o fato de você achar que ele é cego - pergunto confusa.
Manuela: o simples fato de ele não conseguir olhar as horas naquele relógio enorme - arruma a alça da bolsa em seu ombro.
Começo a rir e ela me encara confusa.
Manuela: está rindo do que? Administração não é fácil tá?! - resmunga e eu reviro os olhos.
Isso que dá ter uma melhor amiga maluca.
As vezes algumas coisas simples se tornam idiotas assim que ela interpreta do jeito dela.
Mas eu não posso falar nada.
Também sou maluquinha.
Todos dizem que nos duas somos irmãs e nossas mães concordam.
Amanda: somos malucas - ela ri também.
E então finalmente nosso ônibus chega, nos deixando mais aliviadas. E só posso agradecer pelo ponto ser de frente a faculdade e por ser bem iluminado.
Damos muita sorte ao encontrar dois bancos vazios.
É Deus...
Ele faz a diferença em coisas simples, mas quando paramos para refletir é que conseguimos ver.
Posso ser maluca, mas também sou muito sabida.
Ok, ok... talvez o termo "sabida" não tenha sido a melhor escolha de palavras.
Falei... sou doida, converso com minha própria consciência.
Manuela: e então... como está a busca por emprego? - pergunta curiosa como sempre.
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Uma Babá de Outro Mundo
SpiritualPrimeiro livro da série: de Outro Mundo. Amanda nunca foi uma jovem "normal", sempre divertida e espontânea, amada por todos. Com apenas vinte anos, se vê perdida ao saber da doença de sua mãe, tendo assim que trabalhar para ajuda-la com os tra...