Capítulo 4

11.6K 853 83
                                    

Pov - Amanda

Amanda: mãe?! - ela se mexe na cama me ignorando completamente.

Laís: mim deixa - resmunga.

Mim deixa?

Pensei que apenas eu falava qualquer coisa enquanto dormia, mas pelo visto isto deve ser genética.

Amanda: mãe acorda - insisto suspirando - a senhora vai perder a escola dominical.

Dito isto ela pula da cama e pela careta vejo que se arrependeu de te-lo feito.

Laís: você quer me matar menina? - pergunta e eu reviro os olhos - nunca vou perder uma escola dominical - assinto sorrindo.

Amanda: ainda bem que eu sempre te acordo cedo - entrego sua toalha de banho - vou ver se o café está pronto - ela assente entrando no banheiro.

As vezes penso que minha mãe parece mais minha amiga do que minha mãe. Meu pai foi um homem de sorte quando a conheceu e posso dizer o mesmo dela.

E como tenho as mesmas qualidades que ela - se é que me entendem - sortudo será aquele que me tiver como esposa.

Não que eu pense em me casar agora. Vocês devem ter me entendido.

Termino de arrumar a mesa e escuto minha mãe descendo as escadas. Pego seu remédio e o coloco na mesa.

Amanda: coma bem dona Laís, pois o dia será longo - digo sorrindo.

[...]

Acordo minutos antes do despertador. A ansiedade não me deixa dormir.

Pego minha roupa e entro no banheiro.

Hoje é meu primeiro dia como a babá dos pequenos Miller's.

Só de pensar nisso meu coração acelera. Cuidar de três crianças é complicado, mas nada que eu não esteja acostumada. Eu acho.

Cuidar das crianças da igreja é uma coisa. Estão acostumadas comigo, me conhecem e sabem que vou ensina-los sobre a palavra de Deus.

Agora, cuidar de crianças que têm uma grande possibilidade de serem mimadas, me faz ter um certo pavor.

Assim que saio do banho sigo em direção à cozinha, sentindo um cheiro maravilhoso de panquecas.

Amanda: ora, ora, ora - digo assim que adentro a cozinha fazendo minha mãe pular de susto - vejo que alguém resolveu acordar mais cedo - começo a rir enquanto ela se recompõe.

Laís: primeiro - faz o número um com a mão - nunca assuste sua mãe, eu poderia ter morrido com um ataque cardíaco - reviro os olhos me sentando - segundo - faz o número dois - deveria me agradecer por fazer um café da manhã maravilhoso ao invés de me assustar - ela limpa as mãos no avental.

Amanda: o que tem para comer? - pergunto sentindo meu estômago ganhar vida.

Minha mãe bufa e logo em seguida coloca um prato de panquecas na mesa.

Laís: filha ingrata - resmunga me fazendo rir.

Amanda: também te amo mãe - ela da uma risadinha sarcástica.

Laís: não faz mais que a sua obrigação - se senta para comer comigo.

[...]

Laís: pelo amor de Deus minha filha, vê se pensa antes de falar alguma coisa - a olho indignada - nem me olhe desse jeito, conheço a filha que tenho.

Uma Babá de Outro MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora