Pov - Amanda
Apesar do constrangimento que senti no piquenique, pude perceber o quanto está família sofre.
Mesmo estando juntos em alguns momentos, eles praticamente vivem separados. E olha que moram sob o mesmo teto.
Pude perceber também a ligação que existe entre Edu e o chato e inconveniente do seu irmão.
Enquanto ele e seus pais conversavam sobre negócios - que parece ser o único assunto a ser abordado por esta família - ele a todo instante demonstrava carinho para o irmão. Passava as mãos sobre seus cabelos, sorria sempre que olhava pra ele, dentre outras coisas.
Cheguei até a me repreender por ficar observando isso.
Sei que a primeira impressão que tive dele não foi nem um pouco legal, afinal, nem ele quis demonstrar alguma coisa em relação a mim.
Mas apenas observando o carinho dele pelos irmãos, já me fez mudar um pouco os meus pensamentos. Só um pouco. Bem pouquinho.
Até entendo o seu lado. Para ele eu sou uma completa estranha e ele apenas quer o melhor para os irmãos.
Não que eu não sinta vontade de mata-lo por ser tão chato. Acho que faz parte. Não tenho que atura-lo. Não sou a babá dele.
Eduardo: Amanda?! - me chama e só então volto a realidade - pra onde vai tudo isso que você come? - arqueio a sobrancelha, enquanto escuto o riso de Isaac.
Olho para o meu prato e só então percebo que estou na minha quarta fatia de bolo.
Que culpa eu tenho se o bolo está incrivelmente delicioso. Perdendo apenas para o bolo da minha mãe. Que dona Laís não me ouça.
Isaac: e olha que ela é baixinha - as gêmeas começam a rir.
Amanda: eu não sou baixinha - resmungo brava, ou tentando parecer brava - você que é exageradamente alto - ele me olha risonho - alias todos os homens dessa família - reviro os olhos e encaro Ricardo que dá de ombros e Mattew que arqueia a sobrancelha.
Por que ele tinha que ser tão bonito?
Babaca.
Fátima: parem de falar assim de Amanda - me defende - ela tem uma altura ótima, e pode comer o quanto quiser, melhor reclamar de estomago cheio do que com ele vazio - começo a bater palmas e sou seguida por Bia e Triz.
As mulheres têm que se unir, não é?!
Eduardo: ainda não respondeu minha pergunta - cerro os olhos para ele que sorri de lado sarcasticamente.
Qual é o problema dessa família?
Sinto meu celular vibrar em meu bolso. Pego e vejo o nome de Manu na tela. Não sei porque, mas uma sensação ruim atinge o meu peito.
Amanda: com licença - peço tentando não parecer desesperada.
Saio rapidamente da mesa e atendo o celular.
Amanda: Manu? - pergunto - aconteceu alguma coisa? - sinto minhas mãos suarem.
Manuela: Amanda aconteceu sim - responde com uma voz de choro - a sua mãe ela começou a sentir uma tontura, e depois ela acabou desmaiando - soluça e já sou capaz de sentir lágrimas escorrerem por meus olhos - então eu liguei para a emergência e ela esta sendo atendida - soluço sentindo minha garganta queimar - eles pediram para algum parente vir e então eu disse que ligaria para você.
Amanda: sim, sim - respondo com a voz embargada - eu já estou indo - me despeço dela e meu corpo começa a tremer.
Eu não posso perder a minha mãe.
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Uma Babá de Outro Mundo
SpiritualPrimeiro livro da série: de Outro Mundo. Amanda nunca foi uma jovem "normal", sempre divertida e espontânea, amada por todos. Com apenas vinte anos, se vê perdida ao saber da doença de sua mãe, tendo assim que trabalhar para ajuda-la com os tra...