Uma Babá de Outro Mundo

Capítulo 21

Pov - Amanda

As semanas se passam rapidamente e sinto que algo muito estranho está acontecendo com essa família.

A começar por Mattew. Não sei o que é, mas o modo como ele me olha está me deixa estranhamente incomodada.

Não incomodada de forma ruim, pelo contrário, se é que isso é possível.

Faz meu coração acelerar, e a minha respiração chega até a falhar. Minhas pernas ficam bambas, parecem até gelatina, e eu não estou exagerando.

Sei que sou a rainha do drama, mas é a mais pura verdade.

Uma felicidade diferente se apossa de mim sempre que ele está por perto, e infelizmente eu sei o porque ele está me causando tudo isso.

Não sou uma menininha para não saber do que se trata tudo o que está acontecendo comigo.

Estou gostando dele, não como um simples amigo, ou talvez o irmão dos meus pequenos. Sei que ele é diferente dos outros que vejo por aí, dos amigos que já tive.

Ele é completamente confuso, e isso acaba me deixando cada vez mais intrigada. Sei que é o jeito dele - pelo que presenciei e pelo o que seus irmãos me contam.

Ele é carinhoso, mas ao mesmo tempo é rude. É generoso ao mesmo tempo em que não é. É sério, mas também um pouco engraçado. Ele é diferente.

Tem seus dois lados, e eu não sei como, mas gosto de ambos.

Minha mãe sabe como estou me sentindo em relação a ele, assim como Manu. E ela me entendeu completamente, não foi preciso que dissesse que estou apaixonada por ele, pois eu já sabia disso.

Por que outra razão eu me preocuparia com a minha aparência se não fosse por isso. Não cheguei ao extremo, não sou capaz disso, não foi assim que eu fui criada, isso não faz parte de mim.

Mas por causa de tudo isso passei a me vê de outra forma. Nunca vou mudar quem sou para agradar ninguém, mas precisei disso para ver que, como mulher também tenho alguma vaidade.

Mesmo que pouca mais tenho.

O conselho de minha mãe foi de que eu deveria orar, para saber se era isso mesmo o que Deus queria para mim.

E é isto o que eu estou fazendo. Sem receio algum. Além do que, eu sempre me sinto mais leve quando falo com ele, quando conto pra ele tudo o que eu estou sentindo, e ele como resposta acalma o meu coração, me deixa mais leve, e mais calma para enfrentar o meu dia a dia.

Volto a olhar para as cinco cartas que estão em minha mão. E depois olho para os três pequenos que estão concentrados no jogo.

Uno. O melhor jogo que já foi inventado. Mas um jogo que também é capaz de destruir amizades.

Triz que está ao meu lado direito joga um mais dois vermelho, e sorri para mim, como se eu tivesse que comprar duas cartas.

Sorri para ela como resposta e coloco um mais dois amarelo. Triz revira os olhos e então eu encaro Edu ao meu lado esquerdo, que se mostra completamente indignado com minha jogada.

Ele estava em uno e agora terá que comprar quatro cartas. Lhe lanço um olhar de desculpas, nem um pouco arrependido.

Ele passa sua vez e Bia sorri, jogando logo em seguida um sete amarelo.

O jogo continua, e quando chega ao fim Bia ganha em primeiro lugar, sendo seguida por mim e Edu.

Beatriz: não valeu - fica brava enquanto eu volto a embaralhar as cartas.