Capítulo 35

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Pov - Amanda

Manuela: isso foi uma péssima ideia - cruza os braços e me olha irritada.

Amanda: e você queria que eu fizesse o que? - arqueio uma sobrancelha.

Manuela: ficasse de repouso como o médico mandou - revira os olhos como se isso fosse óbvio.

Amanda: isso foi a duas semanas - ela da de ombros - eu preciso fazer isso - volta a me olhar - preciso que isso termine.

Ela suspira fundo e assente com a cabeça.

Volto a encarar a porta fechada. Respiro fundo mais uma vez e toco a campainha.

Jamais em toda a minha vida imaginei que entraria em uma clínica psiquiátrica.

Desde que soube que Megan foi internada aqui pela família, senti um desejo imenso de vir visitá-la.

Pode parecer loucura, talvez, mas eu precisava fazer isso, por mim e por ela.

Se quero ser feliz com Mattew, preciso deixar que o passado fique para trás, e é por isso que eu estou aqui sem que ele saiba.

Isso é algo meu.

A recepcionista nos atende e aguardo em uma sala separada até que tragam Megan.

Manuela: ainda acho que isso é uma péssima ideia - resmunga desconfortável.

Amanda: pode ficar lá fora se quiser - revira os olhos e eu sorrio.

Em possibilidade alguma Manu me deixaria aqui sozinha.

Respiro fundo novamente e seco o suor de minhas mãos nas laterais da minha calça. Preciso fazer isso. Ela precisa disso.

Manu se senta e logo em seguida escuto a porta se abrir.

O que vejo faz meu coração se entristecer e resisto a vontade de chorar.

Megan atravessa a porta e logo o seu olhar encontra o meu. Seu rosto completamente abatido, e seu olhar entristecido e quase sem nenhuma felicidade.

Seu corpo, assim como o seu rosto um pouco mais magro, como se não comesse a dias.

Os cabelos que eram antes tão bem cuidados, agora preso em um coque mal feito e sem vida.

Tristeza é tudo o que sou capaz de identificar nela.

Não se parece mais com aquela Megan que me enfrentou e me sequestrou.

Agora se parece mais com alguém que se perdeu e que não sabe como encontrar seu caminho.

Quando ficamos frente e frente ela abaixa a cabeça, mas a ergue lentamente como se estivesse em uma luta interna.

A enfermeira deixa a sala com a porta aberta e meu olhar volta para Megan.

Megan: me desculpe - pede com a voz fraca e falhada.

Logo depois vejo uma lágrima solitária descer por seu rosto e não resisto ao impulso de abraça-la.

Faço isso e uns segundos depois ela faz o mesmo. Escuto sua respiração pesada e logo depois sinto meu ombro molhado

Tento ser forte, mas não consigo mais segurar as minhas.

Amanda: eu perdoo você - sussurro e ela me aperta ainda mais, como se tivesse medo de eu estar mentindo - eu perdoo você - repito e essa é a deixa para que ela se entregue completamente a dor.

Não sei ao certo por quanto tempo ficamos assim, abraçadas. Mas tenho certeza de que algo mudou.

Nos afastamos e ela volta a abaixar a cabeça, limpando o rosto com as costas das mãos.

Olho para Manu e vejo que sente o mesmo que eu.

Megan: eu.. - engole em seco - eu... nem sei o que dizer - suspira pesadamente ainda encarando os próprios pés - me desculpe - me olha os os olhos vermelhos - não faço ideia do porque fiz aquilo - funga - na verdade sei um pouco. Inveja, rancor, e você tinha razão - fico confusa - eu precisava de ajuda.

Amanda: senta - peço e faço o mesmo.

Megan: não tive uma boa infância, mal via meus pais e fui criada basicamente por várias babás, muitas bem rigorosas eu diria - se encosta na cadeira e encara o teto - cresci revoltada com tudo, muitas coisas que eu fiz eu nem me lembrava, e então chegou o maldito ensino médio, um teste de sobrevivência para os adolescentes, só tive duas escolhas , me tornar aquela que tinha poder e respeito, ou ser aquela que era pisada pelos demais. Nem todas as escolas são assim, vocês não devem ter passado por isso - nos encara e eu nego.

Amanda: eu era a nerd que sentava na primeira fileira - Megan ri como se já soubesse.

Manuela: eu era a da turma do fundo, mas graças a Deus isso é passado - revira os olhos fazendo Megan sorri - se pudéssemos voltar no tempo - passa os dedos pelas têmporas.

Megan: mas infelizmente não podemos - da de ombros - acho que já sabem qual foi minha escolha - assinto e ela continua - então conheci Mattew - ela revira os olhos e não consigo evitar rir - aquele belo clichê - suspira - mas nossos sentimentos eram completamente diferentes e então a gravidez - seu olhar se entristece - eu menti, magoei tantas pessoas que não mereciam, apenas para que eu pudesse me sentir um pouco melhor, mas logo esse sentimento passava e eu me via na necessidade de fazer de novo e de novo - meus olhos marejam.

Manuela: a culpa não foi sua, você precisava de ajuda - ela assente e funga.

Megan: e só encontrei depois que quase matei - me olha e sinto meu coração doer.

Ela não merece carregar essa culpa.

Ela não merece carregar esse fardo.

Amanda: está tudo bem agora - ela me olha um pouco descrente - eu estou bem, ninguém se machucou, e você encontrou a ajuda que precisava, tudo está em seu devido lugar - ela volta a chorar - Deus sabe o que faz - me levanto e ela faz o mesmo.

Megan: obrigada - sorri entre as lágrimas e me abraça.

Estamos livres.

>> Continua <<

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Amores da minha vida não imaginam o quanto foi corrido esses dias.

Um mês sem postar nada, me deu até uma dor no coração imaginar vocês querendo saber o que acontecia...

Peço perdão novamente

E espero que tenham gostado desse capítulo.

Livro na reta final, obrigada por estarem me acompanhando, e obrigada pelas mensagens, principalmente aquelas me cobrando capítulos kkkkk

Saibam que amo muito vocês....

Bjs da Coffee

;)

Uma Babá de Outro MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora