Partir

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    Te vi andando pela rua certo dia, estava do mesmo jeito da época escolar, quando nos titulávamos melhores amigas. Lembro dos planos que fizemos para morar juntas e das marcações bobas do Facebook. Era tão incrível como me sentia bem por ter uma amiga. Nunca fui boa em cultivar amizades, você notou isso quando me conheceu. E era bem estranho quando saíamos da escola e eu me via rodeada de pessoas. Parte minha sabia que era pelo fato de eu estar com você. E mesmo me sentindo mal por isso, ficava feliz por ter com quem conversar.
Já tínhamos tudo pronto para uma vida. Sair para festas, pegar muitos garotos, dançar reggae e voltar para casa felizes. Mas com o fim das aulas, vem o fim das "Amizades".
   Como disse, te vi passar pela rua certo dia. Você não olhou para mim; no mesmo jeito que não respondeu mais minhas mensagens e nem minhas publicações no Facebook. Sei que você agora tem uma vida, e que está bem. Eu fico feliz por você, porque para mim, nossa amizade era real. Eu realmente estava falando sério em todos os momentos; eu te via como uma irmã. Mas eu descobri que você não.
   Hoje, fico sentada na minha janela com uma xícara de café em mãos; olhando o cair da chuva e pensando em todos aqueles "amigos" que tinha na escola. Acompanho a vida de uns, e sei como estão; e as coisas que conquistam quando postam algo no Facebook; não evito contar as novidades deles para minha mãe. Fico feliz por eles mesmo que eles não saibam. Mesmo que não me vejam e que não procurem.
   Talvez eu seja acostumada a ver as pessoas partirem. E realmente sou.
   Um dia minha mãe falou que nossa vida é como um trem; pessoas embarcam e desembarcam, e poucas permanecem até o fim da viajem.
   Então, aos amigos que tive, só desejo o bem, e aos que terei, desejo que permaneçam por mais tempo. Porque ficar sozinha não é ruim, mas, às vezes, dói lembrar como é vê-los partir.

Outspoken: O Que Vier à MenteOnde histórias criam vida. Descubra agora