Fechei a última mala e a coloquei ao lado da porta perto das outras que levaria comigo. O resto dos meus pertences importantes já haviam sido enviados.
Olhei novamente em todo o quarto, para me certificar de que não havia esquecido nada, mas era provável que sim, mesmo que eu tenha começado a empacotar minhas coisas há uma semana eu tinha o dom para me esquecer de coisas importantes.
Esse era um dos dias mais importantes da minha vida, iria finalmente deixar Seattle e me mudar para New York para estagiar em uma das grandes revistas da cidade.
Eu devo me beliscar para me certificar de isso é mesmo real?
Eu estava radiante, no fundo eu duvidava que pudesse convencer os meus pais, mal podia acreditar que havia conseguido, nem que seria as custas de um preço tão alto como morar com meu irmão.
Chamar Evan de irmão sempre me deixava com uma amargura que eu nunca pude controlar, aliás, a verdade é que eu nunca pude controlar nada quando a questão era ele.
Desde o momento em que Rebecca e John me adotaram e me trouxeram para essa casa com apenas seis anos eu sabia que estava perdida assim que o vi.
Crescer em um orfanato me tornou madura cedo demais, eu não gostava de depender das pessoas e fazia o possível para me virar sozinha, era uma criança inteligente demais para a idade. Eu me trocava, tomava banho, limpava o meu quarto e as vezes ajudava no orfanato, eu me sentia como se fosse uma funcionaria, mas era grata pelo que tinha.
Quando conheci Rebecca soube imediatamente que ela era uma boa pessoa e que ela tinha se encantado por mim, vi a sua expressão em milhares de outras mulheres que passavam por ali e adotavam crianças mais novas.
Ser adotada depois dos quatro anos era algo raro de acontecer por ali, a maioria se interessava por bebês, as crianças mais velhas eram apenas ignoradas, eu apenas tive muita sorte.
Por isso, no instante em coloquei meus olhos em seu primogênito sabia que estava encantada também, naquela época eu não tinha noção do que era amar, então acreditei que aquilo não era errado.
Ignorei a sensação de tristeza que tinha sempre que me recordava desse momento e sai do quarto pegando as malas para descer as escadas.
Eu não tinha problemas com a minha adoção, amava meus pais e não me importava com o motivo de ter sido abandonada, nunca questionei quem eram os meus pais, porque eu era feliz, e o meu único problema era esse sentimento inconveniente.
Em outras circunstâncias os doze anos de diferença poderiam ter tornado esse relacionamento difícil de alguma maneira. Era ridículo, mas as pessoas sofriam preconceitos por coisas banais como essa.
– Alyssa você está pronta? Já podemos ir? – Encontrei Evan apressado me esperando e apenas acenei com um manear de cabeça.
Eu ficava sem palavras sempre que o via, era impossível raciocinar com ele na minha presença, especialmente quando ele estava vestido de modo tão casual, ver Evan de calças jeans era raridade, e usando uma camiseta polo azul era um verdadeiro milagre.
Não deixei de notar o quanto seus olhos azuis ficavam realçados com aquele tom e como o seu cabelo loiro escuro ainda molhado do banho parecia perfeito. Ele parecia um maldito modelo para minha infelicidade.
Finalmente olhei para o lado para notar que meus pais já estavam a minha espera, e fui imediatamente me despedir deles.
– Nos mande uma mensagem quando chegar e tente dar notícias, não faça como o ingrato do seu irmão. – Minha mãe parecia conformada e calma com minha partida.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Romance Proibido
RomanceViver com Evan foi a maior prova de auto controle que Alyssa já enfrentou. O que você faria se você fosse loucamente apaixonada por seu irmão adotivo, e para piorar a situação você é obrigada a morar sozinha com ele por um longo tempo? Alyssa achava...