23 de Fevereiro, 10 Cortes
Os nossos pais deviam ser os nossos melhores amigos, aqueles que nós podemos contar para tudo, para que nós possamos conversar, contar o nosso dia e todos os altos e baixos deste. As pessoas que nos amam, e que nós amamos de volta sem sequer pensar 2 vezes, os nossos pais, os pais, eles deviam ser assim, todos e não só aqueles que acham que os filhos merecem.
Os pais deviam amar te como és e só por existires, e não mandar te o bafo do cigarro à cara nem dizer que perferia que eu tivesse morido à nascença. Isso não é o que os pais deviam fazer. Isso não é o que os meus pais deviam fazer me, porque apesar de ele já cá não estar, continua a magoar saber que, mesmo que ele aqui estivesse ela iria continuar a tratar me abaixo de cão.
Nem os animais deviam ser tratados assim, como criados, como um objecto que podemos partir e simplesmente ficar à espera que se arranje sozinho, uma e outra vez. A minha mãe não é uma má mãe, simplesmente não gosta de mim e eu até compreendo. Afinal de contas, por o que ela me diz, ele deixou nos por minha causa. Ela diz que ele me queria sofucar com uma almofada, uma das vezes que veio do bar no final da rua.
E, antes, eu chegava mesmo a pensar que era verdade, e que a culpa era minha e que a minha mãe me batia, bebia, fumava e drogava se porque eu não era sufeciente, e quando ela dizia que eu nunca iria poder dar lhe o amor que ela queria, o amor que ele lhe dava. Mas agora eu compreendo. Ela só se sente sozinha, perdida, e acha que um cigarro, uma cerveja ou um pouco de cocaína a irá fazer esquecer, esquecer que ele nós deixou, que ele nunca mais voltou e que não vai voltar.
E é por isso que ela não para, e continua a desmanchar e a rasgar mais e mais a sua vida, a minha vida, as nossas vidas. Ela não para porque ela sabe que se parar, vai sofrer, e realmente quem quer sofrer quando pode nem sentir, nem relembrar, nem amar "de graça". Eu, a um certo ponto claro, até concordo com ela. Para que sentir? Sofrer? E relembrar todas as coisas más que lhe aconteceu? Para que lembra se dele se ele nunca se irá lembrar de nós, dela?
Não vale a pena lembrar mos o que magoa... ou será que vale? Será que vale a pena sofrer mos para que, mais tarde, não virmos a cair no mesmo erro? Talvez seja melhor guardarmos todas as recordações, más ou boas, e aprender a viver com elas, e sofrer em silêncio. É melhor do que gritar com a tua própria mãe e dizer lhe que acorde, que ele se foi e nunca mais vai voltar, que estamos só as duas e que temos de cuidar uma da outra? Não, porque eu nunca conseguiria dizer lhe isso, nunca lhe conseguiria dizer o que realmente sinto por dentro. Por isso mesmo, às vezes é melhor sofrer em silêncio.
Niall anda desaparecido, ainda mais do que o costume. Esteve sol nos ultimos dias o que é bom acho. Ele não gosta de dias de sol, disse me um dia. Gosta de chuva, frio e nuvens. Dias nublados são os seus perferidos. Não sei o que se passa com Niall, mas gostava de conseguir saber, conseguir falar com ele.
Todas as raparigas da minha escola já sabem de mim e dele, o que não torna a minha vida nada mais fácil. Sempre que passo nos corredores sei que falam de mim, mas o que não suporto é os bilhetes de odio no meu cacifo. Bilhetes que me desejam a morte e me chamam de coisas que eu propria nunca haveria que fazer ou até dizer. Não percebo porque me fazem isto. Sei que sou gorda, feia e o meu cabelo é, praticamente, o unico de cor preta, mas porque? Eu sei que gostam dele.
Sim, agora gostam dele. O John chegou a cumprimenta lo no outro dia. Niall ainda que tentou que eu não visse mas eu sei que não foi um simples cumprimento. Havia ali qualquer coisa, algo no seu olhar que de repente ficou negro. Será que eles são amigos? Mas ele sabe o que ele me fez, eu contei lhe, eu contei lhe tudo sobre John e sobre o que ele me fez, e Niall sabe o que eu sinto quanto a ele.
Ele anda estranho, sempre desaparecido, o quarda-roupa diferente. Sempre de preto, sempre de cabeça baixa. Desde o nosso primeiro beijo que nunca mais me fez algum tipo de carinho na escola. Já não me dá a mão na escola e eu começo a ter medo de que ele já não sinta por mim o que eu sinto por ele. Mas, quando vou a falar com ele, quando estamos sozinhos, no nosso sitio, ele acaricia me, abraça me, beija me, e olha me da maneira que eu nunca vou conseguir resistir. E depois disso, não consigo dizer lhe, perguntar lhe o porque a maneira estranha na escola.
Mas eu sei, que se fosse assim quando estavamos sozinhos, eu sei que nunca iria conseguir sobreviver. Não aguentaria viver sem ele, sem ele para me ter encaixada nos seus braços, e é só isso que eu peço, só lhe peço que me ame, como eu o amo, que me queira bem, como eu o quero bem, que me faça pertencer na sociedade, que me faça pertence com ele.
Porque se ele não me puder dár isso eu sei que mais ninguém o poderá fazer e nesse caso, eu prefiro morrer.
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Olá minhas cookies! Desculpem eu não ter escrito mais cedo, mas a vida não está a correr muito bem... Por isso, para compensar fiz um capitulo maior c: Uma candie linda pediu me que lhe dedicasse um capitulo por isso aqui está <3 E agora algumas perguntas:
1- Perceberam o que aconteceu com os pais dela?
2- O que acham que se passa com o Niall?
3- Porque é que ele não faz demostrações de afeto em publico?
4- Acham que ela conseguia viver sem ele?
Obrigada por lerem e pelos comentários <3
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Please, Stop.
Genç KurguO Diário de uma Adolescente. Mary é uma adolescente e tem uma doença. Mary acorda todos os dias sem saber onde está, como se chama ou onde mora. Ela guarda um diário para a ajudar a lembrar da sua vida. Para alem de ser uma rapariga com uma das doen...