Capítulo 07

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Tudo bem, eu entendi.-Ele o cortou, duro.-Eu mantenho esse borboletário porque ele existe desde que eu era criança...me traz boas recordações.- Ele murmurou, distante.

-Que tipo de recordações?-Rafa perguntou, querendo saber mais sobre a vida daquele homem misterioso.

-Não lhe interessa.-Ele respondeu, mordaz. Rafa se assustou com o olhar de ameaça dele.- E se quiser vir aqui, venha somente em minha companhia. Ou então entre com Adelaide. Nunca entre aqui sozinho, entendeu?

-Mas porquê?-O ruivo não entendeu.- É apenas um borboletário!

-Mas não é seu. Esse lugar é algo muito pessoal para mim, por isso se quiser entrar terá que ser comigo ou com Adelaide. Se algum dia eu o vir sozinho aqui dentro você vai se arrepender, está entendido?-Ele quase gritou, e Rafa ficou confuso com aquele ataque repentino, e sem razão nenhuma.

-Está bem.-Ele concordou rapidamente, com medo de que Christopher se descontrolasse mais.

-Ótimo.-Ele voltou com seu ar controlado.- Não queira provocar uma briga entre nós, docinho.- Ele murmurou se aproximando e passando um dedo pelo queixo de Rafa.- Você só tem aprender.

O ruivo virou o rosto. Chris deu um sorriso malévolo, encarando-o por uns instantes, e depois se afastou.

**

Uma semana se passou. Rafa e Chris sequer tinham mencionado o que houvera naquela noite, e embora dormissem no mesmo quarto todos os dias, era como se houvesse uma parede entre a cama. Rafa e Christopher dormiam afastados, e ele nunca mais tentara tocá-lo novamente.

Mais calmo com a possibilidade de que o marido fosse deixá-lo em paz por mais algum tempo, Rafa andava mais tranqüilo e menos nervoso; embora no fundo soubesse que uma hora Uckermann iria reivindicar seus direitos de marido, o que ainda não tinha feito desde a cerimônia de casamento.

-Senhor?.-Adelaide se aproximou, ansiosa.

Rafa levantou os olhos e sorriu para a criada. O ruivo estava sentado sobre uma toalha, na sombra da parte de trás do Borboletário. Ali era calmo e ninguém o perturbava.

-Olá.

-Senhor, ainda aqui?-Adelaide murmurou nervosamente.- O patrão está esperando-o para o almoço...e se me permite dizer, ele não está com um bom humor hoje.

-E quando ele está?- Rafa perguntou fazendo um biquinho de emburramento.

-Bem, é a segunda vez que ele me pede para levar o senhor para dentro. E se não vier logo, ele virá buscá-lo.

Rafa deu de ombros, enquanto pegava na mão algumas flores coloridas que tinha pegado dentro do Borboletário (com ajuda de Adelaide, claro).

-Não tenho medo dele. Além disso, estou sem fome. Pode avisá-lo que não irei almoçar hoje?

-Mas, senhor...

-Vá, Adelaide.

A mulher saiu, mais ansiosa do que tinha chegado Rafa respirou o ar refresco daquele dia, relaxado, enquanto apanhava mais algumas flores que estavam ao seu lado na toalha.

**

-Como é?-Christopher perguntou, sibilante como uma cobra.

-Ele não vai vir, senhor. Disse que está sem fome.-Adelaide repetiu, pigarreando.

-Não me interessa...-Ele estava claramente controlando a fúria.- Rafael vai comer comigo na mesa, nem que eu tenha que forçar a comida dentro da boca dele!- Ele disse com brutalidade.

-Doutor, por favor!-Adelaide pediu, chocada.

-Onde está?-O homem se levantou da mesa, como um tigre cutucado.

-Senhor, não vá causar uma briga por causa disto! O menino ainda é jovem demais, não está acostumado com...

-Que se dane!-Ele disse de maus modos.-Se ele ainda não sabe como um esposo deve agir, eu vou ensiná-lo...

-Mas...

-Adelaide, não é só porque me conhece desde pequeno que eu vou permitir que interfira em meu casamento.-Christopher disse duramente, e a mulher se calou.-Agora com licença.

Ele saiu feito uma rajada de vento, deixando para trás temor e uma angustiada Adelaide.

**

-Levante-se para ir almoçar comigo, Rafael.-Ordenou, quase aos gritos, quando se aproximou.

Rafa olhou para cima e viu Christopher olhando-o ameaçadoramente.

-Adelaide não mandou meu recado?-Perguntou calmamente, enquanto tirava uma fitinha debaixo da coxa para amarrar ao redor das flores em sua mão, fazendo um pequenino buquê colorido.

-Mandou, e se você pensa que vai agir com caprichos e mimos comigo está enganado.-Chris disse autoritário.-Vai agir como um esposo deve ser.

-E se eu não quiser?-Rafa o olhou desafiante.

-Eu vou obrigá-lo!-Christopher puxou Rafa que estava sentado para ficar de pé, pelo braço.- E vou perder toda o respeito de marido que tenho por você até agora!

-Ai!!-O braço dele doeu pelo puxão brusco, que foi arrastado ate a sala de jantarAssim que terminou de comer forçado Rafael Gritou:

-Satisfeito Uckermann?- Levantou-se da mesa e correu para o quarto

-Esta maluco RAFAEL?- O loiro entrou espulmando de ódio no quarto, e bateu a porta com força. – Acho bom que você me de uma boa explicação para essa palhaçada na frente dos criados!

- Eu te odeio! Você é um es...- Rafa parou de falar quando percebeu que o loiro estava levantando a mão para lhe bater, e se encolheu como um animalzinho. Christopher respirou fundo e saiu do quarto batendo a porta com muita força, o ruivo respirou aliviado quando o loiro saiu do quarto.

.

.

A noite Rafa tinha acabado de sair do banheiro com apenas um pijama curto, quando notou a presença do marido na cama o olhando maliciosamente ele caminhou tremulo ate a cama e se deitou virando para o lado ao contrario do marido. Quando o ruivo já estava quase pegando no sono tomou um susto com as mãos do loiro em seu quadril o impulsionando para traz, fazendo eles ficarem de conchinha. Chris sussurrou no ouvido dele antes de dormir.

- Meu, você é só meu!

.

.

Continua.....

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