Capítulo 08

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Na manhã seguinte, Rafa acordou e quando olhou para o lado viu a cama vazia, como sempre. Em todos aqueles dias dormindo no mesmo quarto,

Bocejando, o ruivo sentou-se na cama. Prendeu atrás da orelha os cabelos ruivos, para tirá-los do rosto, e se levantou para abrir as janelas e fazer a claridade entrar naquele quarto escuro.

-Bom dia, senhor. - Adelaide adentrou no quarto, trazendo uma bandeja.

-Bom dia. O café da manhã hoje vai ser aqui?

-O doutor saiu cedo, e pediu para eu trazer a bandeja de café para o senhor. - Adelaide explicou, depositando a bandeja reforçada sobre a cama.

-Que bom que ele saiu.- Rafa murmurou, voltando a olhar pela janela. A claridade e os raios do sol lhe iluminavam, fazendo sua pele ficar mais dourada, os olhos mais claros e os cabelos mais vermelhos do que nunca.

-Senhor, têm que ser mais paciente com o doutor Uckermann.- Adelaide murmurou, bondosa, se aproximando.

-Não consigo ser paciente com esse homem. Eu nunca quis, nem quero esse casamento, eu não o amo.- Rafa respondeu.

Adelaide suspirou e balançou a cabeça.

-É uma pena que as coisas estejam assim. Mas o senhor dormiu bem? Ontem não foi se deitar muito bem...

Lembrando-se da briga feia que tivera com Christopher no dia anterior, e de como tinha ido dormir cedo e quase aos prantos, Rafa suspirou.

-Consegui descansar bem.-Respondeu simplesmente.- Trabalha aqui nesta casa há muito tempo, Adelaide?

-Desde que o doutor era menino. Conheci os pais dele, uma pena terem morrido tão jovens.

Rafa apertou os olhos, encarando a mulher.

-E os pais eram a única família dele? Christopher não teve irmãos?

Adelaide se afastou, abrindo as tampas das comidas na bandeja de Rafa.

-O senhor é o único Uckermann vivo agora.- Respondeu simplesmente.-Venha comer, tenho que descer agora

Rafa franziu o cenho e se aproximou da cama.

-Tudo bem.

-Qualquer coisa me chame, ou chame algum dos empregados.- Adelaide sorriu e saiu do quarto. O ruivo respirou fundo e sentou-se na cama, enquanto pegava algumas uvas da bandeja.

Hoje à noite iremos à uma festa.- Foi a primeira coisa que Christopher disse, à tarde, quando Rafa desceu e o encontrou na biblioteca, lendo uma folha muito concentradamente.

-Festa aonde?-Rafa perguntou. Christopher ainda lia a folha, sem ao menos olhar para Rafa enquanto falava.

-É aniversário de um amigo, e ele fará uma reunião para comemorar. Quero você vestindo algo sofisticado hoje, e com um sorriso no rosto.

-Está bem. A que horas tenho que estar pronto?-O ruivo o observava com os grandes olhos azulados

Christopher finalmente ergueu os olhos para ele.

-Sete hora sairemos daqui.

-Ok.-Rafa assentiu, tirando uma mexa ruiva dos olhos e piscando.

Christopher levantou-se e se aproximou.

-As coisas funcionam muito mais agradavelmente quando você não discute, percebeu?

Rafa se afastou, franzindo o cenho.

-Não faça essa cara, parece uma criancinha emburrada.- Ele brincou, passando o dedo pelo queixo dele.

-Se você fosse menos estúpido, eu não discutiria tanto.- Rafa murmurou.

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