Capítulo 20

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Deus! Estava confuso de tal forma que mal sabia explicar o que acabara de acontecer!

Vendo o olhar de confusão e incerteza do ruivo, Christopher virou a cabeça e o observou, ainda arfando.

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Quando Rafa e Christopher retornaram à Mansão Uckermann, Adelaide se aproximou.

-Graças a Deus encontrou-o, senhor!-Exclamou. Depois virou-se para Rafa aflita, notando a palidez do ruivo.-Por onde estava, senhor? Se perdeu? O capataz veio correndo e disse que tinha perdido o senhor de vista lá no campo! Apareceu desesperado!

-Hoje mesmo colocarei na rua esse estúpido. -Christopher disse com indiferença.

Rafa se sentiu culpado, e virou-se para o marido.

-Não faça isso. A culpa foi minha. Estava frustrado por estar sendo vigiado, e esporeei o cavalo para longe dos olhos dele. Ele me perdeu de vista quando eu entrei no atalho, e foi então que eu me perdi.

Christopher o olhou de forma superior.

-Então o culpado foi você. Eu o avisei das regras, Rafael. Sempre que sair, para andar à cavalo ou não, terá que sair acompanhado por alguém da mansão. E você, com estes seus ataques de rebeldia, desrespeitou a regra e deu no que deu. Poderia ter acabado pior.

-Eu sei disso. Mas como eu poderia adivinhar?

-Basta pensar nos seus atos! Tentando fugir e escapar assim só faz com que se meta em problemas, Rafael, não entende? -Ele perguntou, gélido.

-A culpa é sua por tentar me manter como um prisioneiro, vigiado em todos os momentos! Você mal me deixa respirar!

Pronto, estava feito. A trégua que havia se estabelecido entre eles horas antes, inclusive enquanto voltavam para casa, estava desfeita.

Adelaide, assustada com a súbita discussão acalorada dos patrões, murmurou uma licença e se retirou.

-Vá tomar um banho se quiser e trocar esta roupa. -Ele mandou, e Rafa soube que ele estava se controlando. -A não ser que queira preservar as lembranças de hoje com você. -Ele acrescentou de forma meio zombadora. O ruivo recuou, ofendido e surpreso como se tivesse levado um tapa.-Me restou pouca paciência...vou pra biblioteca. -Ele saiu dali, de forma fria.

Rafa cruzou os braços delicados, abraçando-se, e deu um tapa forte no corrimão da escada. Furioso, subiu os degraus e se trancou no quarto. Antes do jantar Rafa foi passear pelo jardim, e percebeu que o borboletário estava acesso. Rafa abriu a porta devagar e viu que Adelaide estava limpando delicadamente o quadro da linda moça. O ruivo não se conteve e perguntou.

- Adelaide quem é essa moça?- Rafa perguntou enquanto, chegava perto da mulher.

Adelaide tomou um susto e ficou com a boca seca, pálida feito papel.

-S... Senhor...

-Fale, Adelaide.-Rafael mandou.- Não deixarei que saia daqui antes de esclarecer de uma vez por todas tudo isto. Quem é a moça do quadro?

Após quase um minuto de silêncio, em que Adelaide parecia não fazer idéia do que fazer, a mulher recostou o quadro no chão e deu um profundo suspiro. Rafa a encarava, imperturbável.

-Muito bem.- Adelaide ergueu os olhos. Sabia que não havia mais como fugir daquela situação, tampouco mentir iria ajudar. -Vou lhe contar a verdade, senhor Rafael. A moça do quadro é... irmã do senhor Uckermann.

-Quê? -Rafa franziu o cenho.- Irmã? Mas você mesma me disse que ele não tem família, irmãos, nada!

-Realmente agora não tem mais. O senhor agora é sozinho.

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