8. Ruan✔

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Todo mundo esconde o sentimento
Todo mundo esquece o coração
Todo mundo sente o sofrimento
Todo mundo sente a solidão...

(Gabriel Pensador)

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O primeiro erro foi de Anne, que me fez fazer coisas cansativas no tipo de esperar em um fila para um café e o segundo erro foi ela ter dito.

“Se um tal de Alice ligar, diga que estou em reunião”

Será que não era óbvio que eu iria usar isso como uma vingança particular. Mas ela não pensou isso, porém eu pensei quando atender o telefonema e a pessoa se identificou como Alice Oliveira.

Mas eu cometi o terceiro erro, e o maior de todos ao ouvir a conversa das duas.

Era algo errado, mas só percebi isso quando a pergunta foi feita.

-Anne, por favor não me diga que gosta desse homem?

A ligação ficou em silêncio, e assim com as duas eu estava ansioso por uma resposta, algo dentro de mim queria ouvi-la dizer, mas dizer exatamente o que?

Acabei respirando forte demais, devido à ansiedade da pergunta, e tiver que desligar a ligação, antes que Anne percebesse o que eu tinha acabado de fazer.

E não demorou muito para a porta se abrir, mostrando Anne com seus olhos enormes verdes, demonstrando desconfiança.

- Deseja algo Srta. Oliveira?

Ela não respondeu, apenas voltou para dentro de sua sala.

-essa foi quase - falei para mim mesmo.

***

Depois do ocorrido da ligação, Anne voltou a minha mesa temporária apenas para deixar alguns relatórios para serem re-digitados. E quando estava para colocar um ponto final na última página, ouvir o relógio da parede de dentro do escritório marcando cinco horas, uma parte de mim se alegrou pois estaria livre de Anne Oliveira, mas a outra metade desejar conhecer um pouco mais dessa mulher.

Então pelo telefone ela se comunicou.

-Sr. Lima esteja pronto em dois minutos.

Meu corpo gritava “Liberdade” enquanto as folhas do relatório era imprimidas.

Quando ela passou pela porta, sentir um vazio na minha barriga, e lembrei que não havia comido nada assim como ela, então decidi ser gentil com ela.

-você comeu algo hoje?

Ela me encarou meia confusa devido a pergunta e respondeu:

- preocupado com a minha alimentação Sr. Lima?

- apenas notei que não saiu do escritório para comer, e como estou com fome, estou lhe perguntando por educação.

Ela ficou calada e aceitei aquilo como um “sim”.

- conheço um lugar você vai adorar.

- o que tem lá?

- acho que uma hora dessa teremos poucas opções, mais garanto que ira gosta.

***

Depois de uma breve discussão em que carro iríamos sair, chegamos na minha lanchonete favorita.

Ao entra pela porta senti Anne mudar, ela estava tensa.

Sentamos em uma mesa, e fizemos nossos pedido.

Notei que Anne você olhava incansavelmente para um das mesas do lado oposto em que estávamos. Ela piscava os olhos e balançava com a cabeça, era como se ela quiser se esquece de algo.

-Anne, tudo bem? - perguntei segurando em sua mão.

- o que? - falou olhando para mim.

- é que desde que chegamos, você não falar nada e estava direto olhando para algum lugar.

Ela ficou em silêncio e eu decidi não insistir no assunto. Nossos pedidos chegaram e assim que o garçom saiu Anne resolveu falar.

- Eu e Meu Pai, sempre vínhamos aqui, ele achava o lugar mais perto da empresa e do meu colégio. E sem falar que aqui não é um daqueles restaurante refinados, mas a comida é ótima. Era um dos únicos lugares em que ele não era o grande empresário, e sim meu pai. Era tão difícil momentos assim.

Notei que lágrimas começaram a cair.

-Era o nosso santuário - ela falou e olhou para a mesa que estava do lado oposto encostada nas janelas da lanchonete, e logo comecei a imaginar um criança e seu pai sentado na mesa.

- foi aqui que ele me deu as piores notícias. Lembro que tinha nove anos quando decidir morar com ele, e foi ali que lhe contei o que desejava, mas ele parou de me trazer aqui quando completei onze. Sempre vinha com Alice, mas não era a mesma coisa e com o tempo parei. Tinha quinze anos, quando ele me ligou e falou que estava aqui me esperando, eu fiquei tão animada nesse dia, que mal prestei atenção na aula.

Mais lágrimas começaram a cair e eu peguei sua mão e comecei a carícia.

- quando cheguei, ele já estava à minha espera, não tinha um sorriso no rosto, e não tinha um semblante feliz, então ali toda a minha animação foi embora e logo depois meu mundo.

Anne tinha passado por isso tudo, se soubesse não teria lhe trazido aqui.

- ele falou que estava morrendo e a única coisa que eu fiz foi sair correndo e nunca mais voltei aqui, até hoje.

Quando Anne acabou de falar, ela não conseguia conter as lágrimas, então me levantei e sentei ao lado dela, abraçando- à.

Lembro que logo quando comecei a me interessar pelo ramo da engenharia, Fernando Oliveira era um dos nomes mais falado na sala, e que ele começou do zero, e fez um império da construção. Mais morreu no auge do sucesso, deixando tudo para a filha mais velha ao qual estou aqui encarando.

Agora entendi de onde vem tanto imperialismos de Anne Oliveira, vinha do pai.

E a cada segundo que eu passava ao seu lado, só me fazia querer entender mais, dessa doce é amarga Anne Oliveira.

Apenas 48horas [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora