sete - conversas

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POV ANGEL

Eu comecei a cantar desde os catorze anos, quando Amy me levou num karaokê e me obrigou a subir no palco e cantar. O dono de lá me viu cantando e desde aquele dia eu comecei a ir lá de vez em quando por troca de uns cem reais.

O fato é que cantar me faz bem, por mais que eu não queira fazer isso como uma profissão, cantar me acalma e eu gosto de fazer isso como um Hobby.

E assim que o pessoal da escola descobriu isso - por culpa da América -, eles me pediram para cantar nessas festas e, como é só uma vez por mês, eu aceitei. Não ganho nada por isso, mas é uma coisa que eu faço por diversão.

No inicio, era pra ser apenas uma vez, mas as pessoas gostaram, então decidimos que isso seria todos os meses, mas não a festa inteira.

(...)

Assim que a última música terminou, vejo Andy parado bem em frente à mim, então desço do palco e vou em direção à ele.

- Caralho Angel, você canta muito bem. - Ele diz assim que chego até ele.

- Valeu. - Olho para o lado e vejo Lucas nos olhando fixamente. - Você vir comigo pegar alguma coisa pra beber?

- Claro.

Passamos no meio de todas aquelas pessoas e finalmente chegamos na cozinha da casa, que estranhamente, estava vazia.

- O que você quer beber? - Pergunto à ele.

- Vodca.

- Ok, eu vou ficar no refrigerante mesmo.

Entrego a vodca à ele, que me encara com a testa franzida enquanto abro minha latinha de refrigerante.

- Por que você não bebe?

- Porque, da ultima vez que eu bebi, eu fiquei realmente muito bêbada e dancei em cima de um carro. E, talvez, eu só saiba disso porque me gravaram fazendo isso.

- Você só subiu em cima de um carro e dançou?

- E depois eu tive que correr cinco quarteirões fugindo do dono do carro. Disso eu me lembro.

- E aí você decidiu nunca mais beber?

- Exato. - Digo e dou uma piscadinha pra ele.

(...)

Passei praticamente a festa inteira junto com o Andy, até que me dou conta que esqueci meu celular no andar de cima e, a qualquer momento, meus pais poderiam me ligar só pra se certificarem que eu estava na casa da Amy mesmo.

- Eu vou lá em cima pegar meu celular. - Aviso à Andy.

- Quer que eu vá com você?

- Se você quiser ir lá, sim.

Fomos ao andar de cima, que estava sem nenhum barulho, entro no quarto que deixei minha bolsa e pego meu celular.

5 LIGAÇÕES PERDIDAS DE PAI.

- Ferrou. - Digo olhando fixamente ao meu celular que no mesmo momento começou a tocar de novo.

- Meu pai me ligou cinco vezes e eu não atendi. - Ergo meu braço até ele em sinal de silêncio e atendo o celular. - Oi pai.

"Por que não me atendeu antes?"

"O meu celular acabou a bateria e eu não tinha percebido. Coloquei ele pra carregar agora."

"Com quem você tá na casa da América?"

"Com ela e uns amigos que vão dormir aqui também por conta do trabalho"

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