POV ANGEL
- Sabe, eu fui a pessoa que mais sofreu com a morte do meu pai. Eu era muito próximo à ele, eu entrei em depressão, mas tudo foi mais fácil com o apoio da minha mãe. - Ele diz encarando a parede. Nós estávamos sentados na cama, apoiados na cabeceira, com ele passando o braço em volta dos meus ombros.
Eu me sentia estranhamente bem conversando com ele sobre isso, o que é muito estranho, pois a única pessoa que eu falo sobre isso abertamente é a Amy, por mais que eu tenha outros amigos próximos, nunca me senti confortável em conversar com eles sobre isso.
E estou aqui, agora, conversando com uma pessoa que eu comecei a conversar há pouco tempo sobre um assunto extremamente desconfortável pra mim, e eu me sinto confortável.
Eu sei que muitas pessoas tratam isso como algo banal, dizem coisas como "Existem pessoas que passam por pior que você" sim, existem pessoas que passam por coisas bem piores que eu, mas eu não estou dizendo que os meus problemas são maiores que os deles, eu apenas estou falando algo que me deixa chateada.
Mas, por alguma razão, eu sabia que Andy não era desse tipo.
- Acho melhor nós mudarmos de assunto, isso tá ficando pesado demais. - Andy diz, finalmente olhando pra mim.
- Você tem razão.
- Qual faculdade você quer fazer? Ou vai continuar nesse lance de ser cantora? - Ele perguntou e eu ri. Ser cantora está fora de coisas que eu quero fazer.
- Eu passei numa faculdade de Londres para fazer fotografia. Eu tenho tios que moram lá, mas eu preferi ficar num apartamento, sabe, pra poder fazer o que eu quiser, decorar no modo que eu quiser, essas coisas. Meus pais aceitaram isso, contanto que eu almoçasse na casa dos meus tios todo domingo. - Eu contei, me lembrando que ainda faltava, infelizmente, muito para eu ir pra faculdade. Pra conseguir a bolsa, eu tive que mandar minha inscrição muito antes e ir até lá pra fazer uma prova pra ver se eu conseguiria, e eu consegui. - E você?
- Bom, eu quero fazer jornalismo numa faculdade em Boston, e eu não sou um aluno prodígio que nem você, então não sei se eu passei.
Olhei para meu celular e vi que já marcava 01HOO e eu marquei com a Amy de ir embora as 02HOO, considerando o tempo que eu vou demorar à encontra-la, é melhor já descermos.
- Nossa, a gente ficou tempo demais aqui. É melhor nós irmos, eu tenho que encontrar a América, eu vou dormir na casa dela essa noite.
- Alguma de vocês dirige?
- Não, por que?
- Eu também estou pensando em ir embora agora, eu posso dar carona pra vocês. É perigoso ficar andando por aí essa hora.
- Ok, mas eu sempre demoro um pouco pra achar a Amy, tudo bem pra você?
- Tudo bem.
(...)
Fomos para a pista de dança, onde tinha alguns casais se pegando pelos cantos e outros preferiam dançar ao som de Thinking Out Loud.
Eu sinto alguém pegar em meu braço e eu me viro pra ver uma América completamente bêbada. E é óbvio que uma América tem que fazer algum comentário vergonhoso, se a América sóbria faz muitos, por que a versão bêbada não faria?
- Aí estão vocês! An, eu te procurei por muito tempo! O que vocês estavam fazendo lá em cima hein? Seus safados! - Ela diz atropeladamente apontando seu dedo indicador pra nós dois.
- Amy, já tá na hora de ir.
- Oh Angel, tá tocando Ed Sheeran, por que vocês não dançam?
- Realmente tá na hora de ir, América.
- Só essa música, por favor. Vocês são meu casal!
Olho para Andy como se pedisse permissão pra dançarmos, eu conheço muito bem a América pra saber que ela não vai desistir até fazer nós dois dançarmos.
- Tá tudo bem, Angel. - Ele diz e estende sua mão em minha direção.
Aceito sua mão e vamos mais para o centro da pista, ele coloca suas mãos em minha cintura e eu apoio minha cabeça em seu ombro.
I'm thinkin' bout how
People fall in love in mysterious ways
Maybe just the touch of a hand
Me, I fall in love with you every single day
I just wanna tell you I am¹
- Me desculpe pela Amy, ela bêbada fala e faz muita merda. - Eu digo sentindo seu cheiro que, por acaso, é muito bom.
- Não precisa se desculpar Amy.
Continuamos dançamos até que a música acabou. Nos separamos e fomos até uma América animada.
- Amy, eu sei que você quer fazer algum comentário, mas você pode ficar quieta só um pouco e assim que chegamos em casa, eu te deixo falar qualquer coisa que você quiser.
- Promete? - Ela diz fazendo bico como uma criança de cinco anos e me estendendo o dedo mindinho.
Dou risada, entrelaço meu dedo mindinho com o dela e digo: - Prometo. - Olho para Andy que está com um sorriso contido nos lábios e digo: - Podemos ir.
Andamos em silêncio até o Carro do Andy, eu segurando a mão de Amy.
Chegamos em seu carro e Amy se senta no banco de trás, enquanto eu vou ao lado de Andy. Ele liga o carro, eu viro pra trás pra ver se America colocou o cinto. Encontro ela com a cabeça apoiada na janela, mas com cinto.
- Você parece uma mãe cuidando dela. - Andy diz sorrindo.
- É, eu sei. - Digo olhando pra baixo sorrindo.
- Ela vai ficar com muita saudade quando vocês forem pra faculdade.
- Na verdade, ela vai cursar moda na mesma faculdade que eu. Nós vamos dividir o apartamento. Eu nunca deixaria ela sozinha pelo mundo.
- Até eu teria medo dela sozinha por aí. - Ele diz e eu dou risada.
O caminho até a casa de América foi preenchido de muitas risadas e logo chegamos.
- Obrigada Andy. - Digo e dou um beijo em sua bochecha.
Saio do carro e abro a porta pra uma América sonolenta sair resmungando algo sobre eu ter a acordado na melhor parte de seu sonho.
Dou um aceno para Andy e entro em casa.
Maybe we found love right where we are²
(...)
¹Estou pensando em como
As pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas
Talvez apenas o toque de uma mão
Eu, me apaixono por você a cada dia
Eu só quero te dizer que eu estou
²Talvez nós achamos o amor bem aqui, onde estamos.
aaaaaaa, que cap amorzinho socorro
a demora valeu a pena, tenho certeza
e eu queria agradecer o 1.1K de visualizações os 100 votos e os 100 coments
obrigadaaa
agora eu tenho que assistir scream beijos
VOCÊ ESTÁ LENDO
.. VOCÊ ..
Romance"O amor surge dos mais misteriosos meios [...] E um desses meios, uniu essas duas pessoas. Esses dois corações. "