11. Um monstro

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  - Maldito programa! – Fechei os olhos e fui pra minha cama. Chorei, chorei e chorei. Não é com transformações físicas que você consegue algo. Não é ajeitando por fora que se conserta por dentro. Não. Por fora só existem máscaras, e o máximo que se tem a fazer é usar ela em público, fingir que está bem. Aposto que naquele programa, a coitada não esqueceu ele. Ela pode estar bonita, com um ar de "seguir em frente". Mas por dentro, ainda lembra do sorriso dele. Lembra de quanto ele fazia bem e do quanto sente falta. E de noite, a coisa que mais procura é dormir. Mas é bem difícil, porque assim que se deita na cama, ela lembra dele, e dói. Sinto pena dessa mulher, desse programa inútil, e de mim mesma por fazer isso.
Já estava anoitecendo, vesti um blusão e andei pela casa. Arrumei meu quarto, meus livros, fui na cozinha e contei quantos passos do quarto até lá. Comi rápido, voltei pro quarto e fui ajeitar o guarda roupa. Fiz um monte de coisa pro tempo passar... até que passou. Já era de noite, e acho que já estava na hora de dormir.
Estava em um sono profundo quando ouvi um barulho. Pensei que estava sonhando, mas quando acordei e vi que não era. Ouvia a árvore do lado de fora balançando... como se alguém estivesse nela. De repente, a janela se abriu devagar, não me mexia, não falava. Até que eu ouvi passos pelo meu quarto. OK. UM MONSTRO. Não tinha nada à perder, então me levantei. Já fui numa palestra sobre auto defesa. Era só tacar o dedo no nariz dele. Eu podia fazer isso, ou correr. À não ser que ele tivesse uma arma. Pensei nisso tarde demais.  

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