One

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Segundo edit de Golden. Feito por mim, foi meu primeiro, espero que gostem. Observação. Não tem texto porque esse era o objetivo mesmo e segundo eu não consegui tirar a marca d'água e meu computador velho não aguenta um editor melhor então fiz pelo celular. Talvez em um próximo melhore, mas espero que gostem desse também.



ALEXIA

Duas da manhã, uma madrugada de sábado e eu estava sobre as luzes reluzentes vermelhas do Sweet Fantasy. Com toda a emoção que posso ter, movia-me sobre a barra de ferro como eu costumo fazer, sempre com a sensação de liberdade enquanto eu danço dessa forma. Eu me sinto tão bem. Sinto-me livre.

Sei que os homens que olham para mim e não veem como estou me sentindo brilhante pela forma que eu estou dançando, eles não veem como eu estou bem fazendo essa dança. Eles me veem com malícia, como um objeto que eles desejam e querem tocar, isso é a pior parte, porque me faz lembrar a escuridão que faz parte da realidade, por isso eu sempre evito olhar para esses homens. O meu foco está em dançar, estar em mover meu corpo devagar, esticar minha perna bem lá no alto, mover meu quadril, contrair-me, rebolar e girar. Gosto disso e juntando meu ritmo lento com a música, bem, é simplesmente surreal como apenas sinto o meu coração pulsar no meu peito como se estivesse recheado de vida.

Eu decidi vir dançar no Sweet Fantasy já faz dois anos e é engraçado, pois eu facilmente posso ser confundida com uma puta ou vadia, quando, na verdade eu encontrei nesse pedaço de ferro uma sinergia com meu corpo para fazer isso certo, eu encontrei nessa dança sensual uma forma de sentir mais leve com todos os problemas e as feridas que eu carrego e isso me faz bem. De certa formar, dançar nesse lugar aos sábados me deixa bem e quase feliz.

Vir aqui aos sábados também me faz sentir menos sozinha, são tantos olhos me olhando com atenção — nem sempre como eu quero —, que eu consigo me sentir vista de verdade e não apenas um corpo andando por aí sem valor. Eu sei que estou fazendo o certo dançando pole dance porque esta é minha válvula de escape. E talvez, no fundo, a luxúria que carrego seja a causa disso, porque no fim, todos nós somos o aquilo que está entre o céu e o inferno, somos aquilo que carrega tanto o pecado como a virtude. Somos anjos e também somos demônios. Somos humanos, criaturas selvagens com vários complexos e dilemas.

Eu envolvo minha perna no pedaço de ferro e giro em volta dela, enquanto a música que tocava estava em seu momento final, em seguida, minhas costas tocam a barra de ferro já não mais tão gelada e começo a descer até chegar quase no chão. Quando o momento acontece eu levanto a minha a cabeça que estava abaixada, os homens me olhavam atentos, desvio meu olhar para a porta atrás deles, vendo um rapaz entrar com um grupo de amigos, o terceiro a entrar, olha para mim, mas não com malícia estava atento no que fazia. A luz passa pelo seu rosto e consigo ver os seus olhos verdes. Eu o conheço, não é a primeira vez dele aqui. Saio de perto da barra de ferro andando na ponta do palco, eu escuto os homens que estavam sentados na frente do palco murmurarem para mim coisas do tipo "gostosa", "quero ver você dançando assim, em cima de mim", já acostumei com isso e a aprendi a me concentrar apenas na música, eles nunca vão ver essa dança da maneira que vejo, por que me importaria com esses comentários sujos?

Além disso, nunca vou realizar esses fetiches.

Eu volto para a barra de ferro e coloco minhas duas mãos nela eu pego um pequeno impulso e giro devagar, sendo que a perna direita estava esticada e a esquerda flexionada junto da direita, eu vou girando, girando e girando devagar, no ritmo final da música até o chão. A música acaba e eu estou com as mãos no ferro, ajoelhada e de cabeça baixa eu respiro fundo e me vejo obrigada a olhar para os homens que tanto desejam algo mais que uma simples dança. Eu sorrio de lado vendo eles me aplaudindo bêbados com os olhos vermelhos, eu pego algumas notas no chão e saio entrando no camarim.

— Foi uma boa dança Alexia. Com certeza é a estrela desse lugar. -Lolla fala sorrindo entrando no pequeno camarim enquanto a outra garota se trocava para se dançar, eu me sento e começo a contar o dinheiro. Como sempre, as madrugadas de sábado rendem bom dinheiro e acabo tendo que entregar quarenta por cento da quantia para Lolla.

— Não fiz mais do que devia fazer. -Respondo simples e pego minhas roupas. Lolla é a dona disso tudo. Ela me faz sentir no Novo Mundo, numa época em que descobriram ilhas e lugares cheios de ouro e pedras preciosas, quem sabe talvez até em algum lugar no deserto dos Estados Unidos e tinha prostíbulos onde a maioria deles era coordenado por mulheres, pelas Senhoras. Elas tinham muito dinheiro e influenciavam nas decisões da cidade. Mulheres controlando as rédeas em cidades e lugares pequenos, porque a maior parte dos homens só queria saber de fuder, beber e atirar. Apenas sei disso, porque eu gosto dessa época.

— Você pode ganhar mais que isso. -Lolla começa a falar e respiro fundo. Todo sábado. Mesmo discurso. — Não me olhe assim, sabe que é verdade. Você é uma garota e tanto, se trabalhar mais para mim, poderia até ter esse lugar quando eu morrer.

— Não diga isso, Lolla. -Falo e tiro minha roupa, vestindo uma calça, uma camiseta e por fim a jaqueta. — E você sabe, apenas aos sábados. Esses homens iriam enjoar de mim se aparecesse todos os dias. E aí é que está a graça. Se diz que sou a estrela, devo aparecer de vez em quando. Pois, onde estaria a graça? Eu sou a sobremesa especial e ela só é especial quando se come dela em poucos momentos. -Falo divertida, pisco para Lolla pegando minha bolsa.

Eu tiro a chave do carro da bolsa assim que saio do local e começo a segui até meu carro que é um fusca branco. Difícil de limpar, mas bonito de se ter. Eu abro a porta do fusca e pego o cigarro do meu bolso. Enfiando na boca.

— Hey! -Escuto uma voz e me viro. O garoto dos olhos verdes. Mantenho meus olhos atenta aos deles. Em seguida ele tira o cigarro de trás da orelha. — Tem isqueiro?

— Uhun. -Falo e tiro o isqueiro da bolsa e acendo para ele.

— Obrigada. -Ele fala e sorrio pequeno acendendo o meu em seguida.

— De nada. -Murmuro.

Então dou a primeira tragada e única jogando o cigarro no chão. Ele franze a testa e me olha.

— Não quero morrer rápido. Apenas relaxar. -Falo simples.

Entro no meu fusca indo embora, porém antes que eu pudesse me afastar mais eu olho pelo retrovisor e pude ver um sorriso bem pequeno no rosto do rapaz e talvez um pequeno sorriso involuntário tenha se formado no meu também.

Continua. . .

Notas: Oi oi tudo bem? 

Gostaram do capitulo? Espero que sim. Me digam o que acharam. Love All. Xx

Golden || H.S || CompleteOnde histórias criam vida. Descubra agora