" - Você parece um enigma para mim e eu tenho medo que você seja um demônio como meu pai foi. -Ela fala e eu mordo meus lábios. Alexia segura minha mão, fecho meus olhos, sentindo um toque tão quente quanto um raio de sol. A mulher à minha frente pa...
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ALEXIA
—Hey minha princesa. -Mamãe sussurra em meu ouvido e passa suas mãos em meu cabelo. Eu abro meus olhos chateada e emburrada, porque eu tenho que acordar agora? Eu acabei de dormir. —Meu amor, me desculpe, não quero te acordar por mal. -Ela fala e levanto minha cabeça para olhar para ela. Seu olho estava roxo e o bicho ruim que estava em papai atacou ela de novo. Eu gostaria de saber como tirar isso dele, assim tudo ficaria perfeito. Mamãe segurava uma bolsa cheia e grande, ela quer passear no parque agora? Está de noite e chovendo tanto, o parque deve estar ensopado.
— A gente vai passear? -Pergunto e coço meus olhos me sentando na cama.
— Sim meu anjo, vamos visitar a vovó o que acha? -Ela pergunta e sorri, um certo brilho nos olhos de mamãe eu gosto dos seus olhos castanhos brilhantes, são iguais aos meus. Mas visitar vovó? É tão longe, e o papai? Ele irá também?
— Papai também vai? -Pergunto e ela suspira e coloca sua mão em meu ombro.
— Não, minha princesa, desta vez não. -Ela fala e eu faço um bico, querendo chorar, não quero ficar longe do meu papai, ele me conta histórias, ele me ajuda a dormir e me faz uma guerreira.
— Eu quero meu papai também. -Choramingo e mamãe suspira e me pega no colo.
— Alexia, agora ele não vai poder vir. -Ela fala e começa a sair do quarto. Por que não? Por que? Ele não me ama mais? Ele vai pro mar de novo? Ele prometeu que não iria mais esse ano.
— Mas ele prometeu mamãe, ele prometeu que não ia me deixar. A gente tem chamar ele. -Falo desesperada. E mamãe me olha assustada, mas antes que ela pudesse falar algo, reprimir meus gritos eu começo a gritar pelo meu pai. Ele logo aparece e eu sorrio alegre.
— Nós vamos visitar a vovó papai, você prometeu que não me deixaria. -Falo e ele sorri um pouco.
— Claro que não irei, minha princesa. Só que agora está chovendo, podemos ir depois. -Ele fala e eu balanço a cabeça alegre, mas os brilhos nos olhos de mamãe, eles sumiram.
Um Ano Depois — Ilha Libella
Eu nunca tinha entendido, por muito tempo, muito bem porque mamãe gostaria de visitar vovó naquela noite chuvosa e quando entendi eu não parei de sentir culpa, uma das maiores chances dela de fugir das garras afiadas e venenosas de meu pai mas eu não quis ir, eu quis ficar com meu papai porque de uma maneira estranha ele me amava, me tratava bem e eu sentia toda a intensidade deste amor . No fim, só queria meu falso herói por perto, se eu soubesse, se eu tivesse tamanha ideia eu não teria gritado, com toda certeza, eu teria fugido com minha mãe e com certeza minha vida teria sido muito diferente e minha mãe muito mais feliz. Mas enquanto meu pai? Talvez eu jamais o esquecesse, do carinho, do amor e das histórias, que ele me contava, mas acabaria entendo o lado de minha mãe. Eu acabaria ficando mais no lado dela e este é meu maior arrependimento não ter sido uma filha para minha mãe como fui para meu pai, apesar de que no final de sua vida eu não sai nem por um segundo de seu lado, mas isto não compensa a forma de como eu estraguei a sua chance de começar de novo naquela noite.
