Nineteen

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HARRY

Respirava rápido, ansioso, gostaria de me sentir calmo, mas esse sentimento parece impossível para mim. A verdade: Eu odeio acampar. Anthony disse que eu já sou grande o suficiente para ajudar ele e todos os outros. Contudo, eu sei o que isso significa, vou começar a roubar com eles, a questão toda é que eu não sei se isso é algo que valha a pena para mim, mas o sentimento de que não existe nenhum outro lugar para mim apenas piora tudo, porque eu realmente gostaria de estar em outro lugar agora.

Filho, segure a arma assim. -Anthony fala ajeitando a arma em minha mão eu o olho e balanço a cabeça rapidamente. Tremo um pouco. Isso é horrível. Calma filho. -Anthony fala suave e me ajuda a mirar em um animal. Um animal grande para comermos. Ele estava entre os arbustos grandes e comendo grama, só tem ele ali e alguns insetos que cantam.

Eu não consigo. -Sussurro.

É simples garoto. -Anthony fala e ajeita a arma, fazendo a mira ser mais precisa. E se você passar, vai poder vir com a gente e nada de ficar sozinho no acampamento vai fazer as coisas legais com a gente, uh? -A minha figura paterna sussurra com animação.

Em seguida, ele se afasta de mim e diz:

– Atire rapaz.

Respiro fundo e fecho meus olhos. É apenas um animal. Abro meus olhos e atiro. Escuto um gemido, mas não era do animal. Olho em volta, os homens sorriam. Anthony sorria, o animal estava morto, só que não era o único. Eu matei Josh também.

Odeio sonhar com isso, odeio ser perseguido com isso, um gosto amargo na minha garganta e uma sensação ruim pelo meu corpo isso tem que acabar. Eu quero que acabe, odeio sonhar com os fantasmas de quem eu já matei, eles têm que ir embora logo.

Olho em volta daquele casebre de madeira e Gibson ainda não chegou. Aproveito isso e vou tomar um banho. Assim que saio, eu vejo os estragos da tempestade da noite anterior, galhos enormes no chão, folhas espalhadas para todo o lado e ainda sinto o cheiro de terra molhada, mas os pássaros cantam animados como se a tempestade anterior não fosse nada ou talvez eles estejam agradecendo o fato de estarem vivos depois de uma noite instável que poderia ter matado um ser tão frágil como eles. De qualquer maneira, eu pude tomar meu banho e quando sai daquele banheiro improvisado vi Gibson chegando com a comida.

— Resolveu se limpar? -Meu amigo brinca. Eu me mando o dedo para meu amigo.

— Cala Gibson. -Resmungo e Gibson sorri e entra no casebre. Eu não demoro a entrar também, pois eu me visto rápido. Vou até à mesa vendo que ele havia trago pão e café. Eu pego o pão e começo a comer.

— Entregou o chip para Alexia? -Pergunto e começo a mastigar o pão. Gibson me olha.

— Entreguei. Quem é ela? -Pergunta curioso e respiro fundo. Dou mais uma mordida no pão. — Você sabe que ela é a puta fixa do Gates não é? Dizem por aí que ele quer ela só para ele. Os caras falam que ela seria uma boa moeda de troca para fazer uma trégua entre Anthony e Christopher. -Gibson fala e meu estômago embrulha.

Christopher Gates deve ter o dobro da idade dela. Um homem mal que se faz de bom moço para ter privilégios da realeza, é com isso que ele consegue toda sua riqueza, mas eu sei que ele não passa de um filho da puta. Não gosto dele e ele tão pouco gosta de mim, sempre dei trabalho para ele. Além disso, eu ajudei a matar a esposa dele também. Alexia às vezes me lembra a mulher, exceto pelos olhos e o sorriso, talvez as personalidade também, mas Max era parecida com Alexia.

— Harry. -Gibson me chama e o olho. — Me conta.

— Ela salvou minha vida. Quero tirar ela disso. -Explico de uma forma bem minimalista. Em seguida, bebo o café e Gibson franze a testa.

Golden || H.S || CompleteOnde histórias criam vida. Descubra agora