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Uma noitada com os amigos, era isso que eu precisava, segundo Louis e como ele não tinha me deixado em paz o dia inteiro aqui estávamos​ nós sentados em uma mesa cheia de bebidas enquanto as meninas se acabavam na pista de dança.

E como Louis não dava ponto sem nó, ele levou Gigi para que a noite terminasse completa e eu quis mata-lo assim que ele disse isso. Passei a noite evitando ela, até os olhares sugestivos que ela mandava enquanto rebolava e passava as mãos pelo longo corpo.

Louis pegou o baseado da minha mão e levou até a boca balançando a cabeça em negação.

— Se você não pegar ela hoje irei te chamar de frouxo durante um ano.

— Cara, não vou ficar com a Gigi nem hoje nem nunca.

— Frouxo. — Louis bufou.

Mas a única mulher em quem eu pensava ultimamente era Perrie, outra vez passei o dia inteiro pensando nela.
Mas desde que tinha entrado no clube essa sensação havia piorado consideravelmente.

A cada novo flash de luz uma lembrança dela, o azul dos seus olhos, o louro desbotado de seu cabelo, a cor clara de sua pele, os hematomas roxos em seus braços, o vermelho da cicatriz....

Algo estava acontecendo exatamente agora, algo muito errado, mas tudo o que acontecia com Perrie era errado.
A sensação ruim na boca do estômago não ia embora, eu sabia que precisava ir pra casa, Perrie precisava da minha ajuda.

Mesmo com os pedidos do pessoal e as falhas tentativas de Gigi de me agarrar, eu saí do clube e fui até meu carro, lembrando de Perrie no banco do carona, rindo e se divertindo como se fosse a primeira vez.

Fechei os olhos e me entreguei a isso, a energia dela, tão poderosa e retraída. Ela era uma metáfora. Ela ainda ia se libertar e o mundo inteiro veria o que estava dentro dela.

Estacionei na frente do prédio e entrei, ignorei as pessoas no saguão e subi as escadas detendo os passos assim que cheguei na nossa escadaria, com medo do que poderia encontrar no corredor.

Assim que virei no corredor, encontrei Perrie, não do jeito que eu achava que ia encontrar, mas de um modo nada convencional.

Ela estava sentada no chão, em frente a minha porta, abraçando as próprias​pernas, com os cabelos caindo escondendo o rosto, mas pelo modo que seus ombros tremiam era claro que ela estava chorando.

Sei que devia ter ido devagar para não assusta-la, mas em um piscar de olhos eu estava na frente dela, me abaixei e toquei suas costas e me arrependi assim que ela se afastou se arrastando no chão. Mas ela me viu e parou, como se a trava de segurança tivesse voltado para o lugar, seu peito subia e descia de acordo com sua respiração profunda.

Me agachei em sua frente e abri os braços. Ela demorou um tempo, mas aceitou o convite e veio para meu colo, ficando muito mais próxima dessa vez do que das outras.

— O que aconteceu? — perguntei com a voz suave não querendo pressiona-la.

— Joey tem outra. — demorei para entender o que ela tinha dito pela voz abafada pelo choro, mas mesmo quando entendi me senti mais confuso ainda.

— Como você sabe?

— Ele saiu hoje, disse para não esperar ele acordada. — ela se afastou e eu me senti vazio. — Eu não sei o que vou fazer agora, estou com medo.

Será que ela era apaixonada por ele? Será que ainda tinha esperanças de um relacionamento feliz com ele? Só de pensar nessas possibilidades senti o mal estar voltando com força.

— Mas isso é bom não é? Isso significa que você pode seguir em frente — minha voz estava fraca, a sensação de nojo, se ela fosse apaixonada por ele tornaria as coisas mais horrendas ainda. — Você... Você está apaixonadas por ele?

Ela olhou pra mim, mas não respondeu, sua boca entreaberta, os oceanos dentro de seus olhos virando sangue.

— Ele é meu marido. — ela desviou os olhos, se encolhendo novamente. — Mas não, não estou apaixonada por ele, se você se importa.

Soltei o ar que estava prendendo sem perceber. A resposta dela me aliviou e eu me senti estranhamente culpado por isso. Talvez me sentisse culpado por estar me apaixonando por ela, quando ela era casada.

— Eu não entendi ainda, Pez.

Ela sorriu pelo apelido, mas derramou mais lágrimas.

— Zayn, ele realmente tem outra mulher, não estou falando que ele saiu pra transar com qualquer uma, isso é normal. Ele está gostando dela, eu acho, já passou duas noites fora com ela, acho que ela deve ser do novo emprego dele. — lágrimas continuavam molhando seu rosto e eu me aproximei mais dela. — Zayn, quando ele quiser ser um homem solteiro, não vai recorrer a um divórcio.

Então era isso. Um maldito egoísta, era isso que eu era por estar pensando nos meus sentimentos quando devia estar pensando em Perrie.

Cheguei mais perto deixando claro o que iria fazer, ela estava assustada, mas ainda assim me deu a concessão que eu precisava. Peguei ela em meus braços e me levantei, mesmo com certa dificuldade consegui abrir a porta e a fechei com um chute.

Fui com ela até o quarto, e a deitei na cama. Ela ficou parada, não se mexeu, porém não recuou quando a puxei para meu peito.
Depois de uns segundos ela se entregou ao choro, fiquei me perguntando a quando tempo ela não desabafava com alguém ou tinha um tempo só pra ela.
Conforme seu choro ia aumentando, ela me apertava mais, e quando ela dormiu suas mãos ainda estavam ao meu redor.


Vivs.

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