27

497 57 28
                                    

Estávamos a duas horas na estrada, era sábado e iríamos voltar a cidade de Perrie, ela ainda achava que o pai estava vivo e eu estava ali para apóia - lá. Já que não acreditava ser muito possível.

Não tínhamos nos falado muito desde que saímos de casa. Ontem ela ficou no meu apartamento um tempo, depois disse que ia voltar para casa e saiu, sem mais nem menos.

— Só mais duas horas, ok? — ela continou olhando para a janela com o rosto apoiado nas mãos.

— Não quer dormir um pouco?

— Não, eu dormi bastante ontem a noite, obrigada. — sua voz estava carregada de sarcasmo.

— O que tá acontecendo? Por que você ta assim do nada? — acho que devo ter falado um pouco mais alto do que ela esperava, já que me olhou assustada.

— Nada, desculpa. Eu só estou com medo de voltar pra lá e não sair nunca mais.

— Não vai acontecer ok? — coloquei a mão em seu joelho, seus olhos foram imediatamente pra onde minhã mão estava. — Certeza que é só isso?

Ela revirou os olhos exageradamente e engoliu em seco antes de responder. — Sim.

— Perrie, se vai agir como uma criança é melhor ir para o banco de trás, adultos conversam para resolver as coisas.

— E você disse que era diferente do Joey.

Freei o carro bruscamente, fazendo meu corpo e o de Perrie irem pra frente.

— Você nunca mais me compare  a ele. — Falei olhando em seus olhos arregalados. — E pense melhor antes de falar algo, palavras também machucam.

Um carro que vinha atrás, buzinou e nos ultrapassou, fazendo com que meu carro fosse o único na grande estrada.

Continuei encarando Perrie, ela desviou os olhos dos meus e olhou para as mãos, seu peito subia e descia devagar. Duas lágrimas desceram de seus olhos vermelhos assim que sua respiração começou a ficar frenética.

— Perrie... — Tentei encostar nela, mas isso só piorou sua situação, ela estava tremendo, com o rosto e os olhos vermelhos.

Quando tentei tocar nela de novo, ela soltou o próprio cinto e começou a tentar abrir a porta do carro.

— Perrie, para com isso, eu não vou deixar você sair do carro até você se acalmar.

— Porque está me prendendo aqui? O que vai fazer comigo?

— Eu não vou fazer nada com você...

— Eu sei que você tá bravo, mas me desculpa. Eu não faço mais isso, prometo. Só não... Não me machuque. — Ela estava chorando e suas mãos não deixavam a tranca da porta.

— Pez, calma, eu não vou fazer nada com você. Ainda não confia em mim? Depois de tudo que eu fiz?

— Vocês sempre dizem isso. Se não vai me machucar porque não me deixa sair do carro?

— Você precisa prometer que não vai sair correndo.

Ela confirmou lentamente limpando o rosto.

Assim que a porta abriu, Perrie saiu correndo.

Demorei um minuto para perceber que aquilo tinha acontecido.

Sai do carro e a vi se distanciando ainda mais. Antes que eu pudesse ir atrás dela, ela parou bruscamente e logo depois estava no chão, abraçando as próprias pernas.

Fui até ela bem devagar. Quando cheguei ela olhou pra mim e parou de chorar e olhou pra mim.

— Me desculpa.

Details ( Hiatus) Onde histórias criam vida. Descubra agora