Uma semana depois, março de 2018, dia da cirurgia
Mal consegui dormir durante essa semana. A ansiedade, medo e nervosismo faziam questão de manter-me acordada. No dia seguinte, eu e os meninos acordamos cedo para fazermos nossa última visita a Vernon antes da cirurgia. Era aniversário dele e queríamos que tudo saísse de forma inesquecível.Quando chegamos ao hospital, os primeiros raios de sol ainda estavam aparecendo.
— É uma bela manhã de primavera. — disse Lee Chan, quebrando o silêncio que havia no carro.
— E calorosa também. — Cheol completou. — Ah, por favor, tirem essas expressões tristes do rosto de vocês!
— Não estou triste, mas sim preocupada e aflita.
— Todos estão, noona. Mas, se só transparecermos preocupação, como iremos confortá-lo?
O tempo estava passando tão rápido que nem me dei conta quando chegamos no hospital.
— Vocês vão na frente. Estou indo logo em seguida! — exclamou Cheol ao me ver ainda sentada, sem querer sair do carro. — Você está bem?
— Sim...
— Quer que eu fique aqui com você?
— Por favor.
— Tudo bem.
Era bom ter Cheol por perto. Ele, de certa forma, completava o vazio que Vernon deixava por estar longe.
O mais velho sentou-se ao meu lado, no banco de trás e conversamos por algum tempo.
— Você acha que vai ficar tudo bem? — perguntei.
— Só o futuro pode nos dizer.
— Não quero perdê-lo.
— Não vamos.
Olhei para o lado direito, escondendo minhas lágrimas do mais velho.
— Você deveria sorrir.
— Tenho medo... Pelo meu filho. E se ele nascer sem conhecer seu pai?
— Não deveria ter pensamentos tão negativos.
— Estou sendo realista, não pessimista.
— Vamos! Olhe para mim! — exclamou ele.
Ele me olhava de forma tão serena que me acalmou em questão se segundos. Cheol seca minhas lágrimas, passando suavemente seus dedos sobre meu rosto.
Havia um certo clima entre nós dois àquele momento. Eu queria recuar à aproximidade um tanto incômoda dele, mas ao mesmo tempo eu queria tanto senti-lo, prová-lo. Era assustador. Eu, comprometida com Vernon, pai do meu filho, meu primeiro namorado sério, o cara que eu pretendia pedir em casamento. Por que aquele desejo estava alí? Seria carência?, insegurança?, medo?
Seja lá o que fosse, eu estava pronta para cair nos encantos de Choi Seungcheol por alguns segundos.
—Você é muito especial para todos nós, Luísa. Nunca se esqueça disso. Principalmente para mim.
Então, ele sela nossos lábios profunda, porém rapidamente, fazendo-me cair na real e pensar: que merda eu tô fazendo?
— Tenho que ir, desculpe-me.
— Por quê?
— Eu namoro... — respondi, nervosa. — Meu namorado está prestes a fazer uma arriscada cirurgia e... E ele é o pai do meu filho! Não poderia ter feito isso!
— Desculpe-me. Só quero te ver bem.
— Eu sei, mas não faça dessa forma.
Saímos do carro e, por sorte, não havia ninguém ao lado de fora, apenas alguns seguranças.
Alguns Idols que eram amigos do Vernon foram visitá-lo. Seu quarto estava cheio de flores e cartas de fãs – sim, ele fazia questão de pedir aos seguranças lê-las uma por uma –.
— Ah, finalmente chegaram! — exclamou Seungkwan.
— Hyung, não fale muito alto!
— Desculpe-me!
A cirurgia, por infelicidade do destino, caiu no dia do aniversário dele. Rapidamente, arrumamos o quarto com alguns poucos enfeites de festas e nos reunimos para comemorarmos juntos.
— Feliz aniversário, Vernon! — dissemos juntos, quando ele acordou.
— Que susto! — logo exclamou, rindo. — Muito obrigado!
— Essa é a última visita de vocês...
— Sabemos, hyung. Não precisa se preocupar, você está nas mãos do melhor neurocirurgião da Coreia!
— Não é exatamente com isso que me preocupo...
— Então o que é?
— Luísa, quando que... Iria me contar que está grávida?
— O quê? Como sabia?
— "A vida nos deu outra chance!", menos óbvia, impossível! Fora que... Eu vi quando fez o teste.
— Desculpe-me! Eu iria te contar! Não fique bravo!
— Bravo? O quê? Eu sou o homem mais feliz do mundo por ter formado uma família com você!
Ah, aquele sorriso era tão confortante, porém, ele logo tornou-se uma expressão preocupada e triste.
— O que foi? Por que estão todos chorando?
— É um momento preocupante para nós também. — disse Jeonghan.
— M-Mas eu estou bem. Ah, qual é! Não acreditam que vou conseguir?
— Acreditamos, com certeza! Mas...
— Mas? — pareceu bravo.
— E se não? Como ficaremos sem você?
— Não pensem nisso...
— É uma possibilidade! Não queremos que vá!
— Podem me deixar sozinho?
— Não, Vernon, desculpe-me, não queria...
— Meu amor, o que foi?
— Preciso de um tempo sozinho. Coisas de compositor, sabe?
Ótima hora para escrever uma música, senhor Chwe.
Pensando bem, deveria ser mesmo, afinal, o que seria da arte sem um pouco de tristeza para alegrá-la?
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Carpe Diem [pt.1]
Fanfiction"[...] E foi olhando uma foto nossa que me lembrei de tudo o que vivemos juntos. As pessoas dizem que só temos um grande momento em toda nossa vida. Você me mostrou que elas estão erradas, afinal cada dia em que passamos juntos foram grandes mom...