Capítulo 5

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  Ficamos ao lado de fora, na sala de espera próximo ao quarto dele, esperando Vernon acabar mais uma de suas artimanhas.

— Hyung... — ouvi Mingyu chamar Cheol, que estava mais distante de todos nós.

— Sim?

— Por que seus lábios estão mais avermelhados que o normal?

  Sinto-o olhar suavemente para mim, mas eu apenas o ignoro.

— Nada demais.

— Por que está olhando para Luísa há tanto tempo?

— Não estou olhando para ninguém!

— Você a beijou?

— N-Não. Mingyu, deixe-me sozinho.

— Você é um péssimo mentiroso. Como pôde fazer isso com o Vernon?

— Desculpe-me... Eu não pude resistir...

— E se ele souber? Hyung, estou tão... Decepcionado.

— Decepcionado? Ah, Mingyu, cale a boca! É errado amar?

— É errado se for a namorada do seu melhor amigo que está a um passo da morte.

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  Ana nos avisa que a cirurgia começaria em alguns minutos e logo entra para falar com ele. Respirei fundo, ficando calma e preparada para o que viesse.

  Vernon estava sendo levado por uma maca à sala de cirurgias, mas, quando chegou ao fim do corredor, ouvi-o pedir para que parassem.

— Eu amo vocês! — gritou.

— Nós também te amamos! — respondeu Seungcheol.

— Seja forte, meu amor!

  Tentei ser forte e não chorar, contudo, assim que Vernon passou por aquela porta, chorei, desta vez, por medo de um possível futuro que nos assombrava.

  Vi o neurocirurgião que realizaria a cirurgia dele passar por nós, calmo, esperando a sala ficar pronta.

— Doutor Ji Sang! — chamei-o.

— Fale rápido! Tenho uma cirurgia para realizar agora.

— Depois da cirurgia, Vernon poderá ir para casa?

— Infelizmente não, minha jovem. O tipo de tumor que ele tem, não é curado com cirurgia. Mas, o processo pode reduzir o tamanho do mesmo para posteriores tratamentos de quimio e radioterapia, dando a possibilidades de uma melhor resposta a esses tratamentos.

— Mas...

— Desculpe-me. Tenho que ir agora. Prometo dar o meu melhor. Tudo vai dar certo.

  Sei que ele daria o seu melhor, mas por que sentia que seu "tudo vai dar certo" soava falso?

  Lee Chan segura em minha mão, levando-me à sala de espera novamente.

— Encoste sua cabeça em meu ombro, noona. Feche os olhos. Descanse um pouco. Sei que desde que chegamos na Coreia você não tem uma boa noite de sono.

  Fiz como o mais novo pediu e, levemente, fechei meus olhos, pensando apenas em coisas boas, mandando pensamentos positivos a mim mesma. Isso me acalmou. Deixou-me menos tensa.

  Por fim, acabei adormecendo.

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Carpe Diem [pt.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora