Capítulo 8

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  Com o tempo aprendi que nem tudo sai como planejamos, mas, precisamos ser otimistas para conseguir ver estrelas mesmo estando no fundo do poço.

  Vernon sempre disse que seu lema de vida era "Carpe Diem", ou, "aproveite o presente", em português. Sei que pode ser um lema ou uma história clichê, mas é a mais pura verdade, porque, como seres humanos, todos sabemos que vamos morrer, afinal, essa é a única certeza na vida. Mas sempre achamos que haverá um amanhã, um mês que vem ou ano que vem.

  A vida é curta demais para não ser aproveitada.

  Seungcheol e eu sempre fomos muito próximos. Depois disso, ficamos mais ainda. Ele era como meu irmão mais velho que queria a todo momento ao meu lado.

  Quatro meses depois do ocorrido, ele alistou-se ao exército e ficamos dois anos separados. Foram os piores dois anos da minha vida. O restante dos meninos foram nos anos seguintes, todavia, é claro, mantínhamos o contato de todas as formas possíveis.

~•~ Fim das lembranças ~•~

— Ah, Luísa, sua idiota. Por que mesmo depois de tantos anos você continua olhando essa foto? — pergunto a mim mesma, dando um sorriso como disfarce a minhas lágrimas.

  Guardei-a junto à carta e alianças que daria a ele em 2018, umas fotos e outras coisas, enquanto ouvia passos rápidos no corredor.

— Hansol! — chamei-o. — Quantas vezes falei para não correr dentro de casa?

— Muitas...

— E por que nunca me obedece?

— Os hyungs já chegaram. Pediram para eu te chamar.

— Está ansioso para comemorar seu aniversário, meu anjo?

  Ele balançou a cabeça, afirmando.

Omma, você estava chorando?

— Um pouco.

— Por quê?

— Um dia eu te conto. Você é muito pequeno para entender isso!

— Pequeno? Eu já tenho seis anos!

— E eu vinte e seis! - respondi, rindo.

-— Isso são muitos anos!

— Sim, querido. Quando você menos esperar, já vai estar chegando lá, mas lembra do que eu te ensinei?

— "Carpe Diem".

— Aproveite o presente. O hoje é mais valioso do que imagina.

  Beijei suavemente sua testa, levantando-me, enquanto ele segurava em minha mão para irmos juntos ao andar de baixo, encontrarmos com os meninos.

  Descendo as escadas, vi Cheol olhando algumas de nossa fotos que estavam em quadros espalhados pela sala; Jihoon, Lee Chan, Jeonghan e Mingyu estavam no sofá, conversando; Jun guardava alguns brinquedos espalhados pelo chão e o resto dos meninos nos esperavam no carro.

— Olhe como ele cresceu, Luísa! Até ontem ele tinha quase meio metro de altura! — exclamou Jihoon.

— Então agora estou quase do seu tamanho, hyung!

— Acho que ele aprendeu bem essas brincadeiras com certas pessoas!

— Ah, oppa! Não foi comigo, eu juro! — exclamei, rindo.

— Cheol hyung... — disse, Hansol, aproximando-se do mais velho. Ele sussurrou algo em seu ouvido, deixando todos naquela sala confusos e curiosos.

— Isso é verdade?

— Sim. Pode ajudá-la?

— Eu?

— Sim...

— Por quê?

— Porque a omma gosta de você.

  Automaticamente, senti minhas bochechas esquentarem, meu coração palpitar e minhas pernas estremecerem. Era como se eu estivesse no colegial novamente. Senti-me presa dentro de uma adolescente que acabou de contar a um menino que gosta dele.

  Todos os meninos olharam-me com um sorriso de canto de boca, fazendo-me ficar mais envergonhada ainda.

— Não diga isso sobre sua mãe, Hansol. Não deveria mentir. — tentou, Cheol, fugir da situação.

— Mas foi ela quem disse isso!

— Ah... Isso é verdade Luísa?

— E-Eu... E-Eu acho que deveríamos ir. Não queremos chegar atrasados, certo?

— Claro.

  Seungcheol não conseguia mais tirar os olhos de mim. Isso não era incômodo ou desconfortável, apenas engraçado.

  Minghao estava dirigindo, visto que Cheol, como sempre, apenas estava com preguiça de dirigir no próprio carro. E, olhando pela janela, vejo Vernon, do outro lado da rua, olhando para mim.

—  Vernon- —  exclamei, assustada.

  Os meninos olharam para mim, confusos.

— Vocês não estão vendo?

  Continuei olhando àquela miragem, surpresa, arrepiada. "Eu te amo.", pensei por estar tão em choque e não conseguir dizer mais nada. Vi-o piscar para mim. Então, um sentimento de paz tomou conta do meu coração, deixando-me feliz.

— Vendo o quê, Luísa?

— Vernon... Ele estava ali. — vir-me-ei para falar com eles.

— Não há nada ali.

— Joshua oppa! Você não est... Mas... Ele estava ali há dois segundos!

— Seu coração ainda deve sentir falta dele, então, sua mente fantasiou isso para cobrir sua dor.

— E-Eu não sei... Só não quero falar sobre isso! É um dia feliz porque...

  Cheol pega em minha mão sem ninguém perceber, visto que eu iria começar a chorar novamente.

—... Porque agora tenho meus próprios motivos para não deixar aquela tristeza tomar conta de mim novamente.

  Ele sorriu fraco, entendendo o que quis dizer.

— Sinto cheiro de indireta. — disse Jun.

Aish, cale a boca!

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Carpe Diem [pt.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora