Capítulo 6

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  Depois de algum tempo, não sei ao certo quanto, acordei com Lee Chan chamando-me.

— Uma das enfermeiras saiu da sala. Mas por que não veio falar conosco? — perguntou aos mais velhos.

— Ele está bem. Tenho certeza.

  Animei-me num pulo, abri um sorriso de orelha a orelha e esperei o neurocirurgião dizer que tudo tinha dado certo.

  Todos os meninos, que antes estavam sentados nos bancos da sala de espera, levantaram-se junto a mim e esperaram ansiosamente o neurocirurgião sair da sala.

  A segunda enfermeira saira de lá. Sem dizer nada. Sem olhar para nossos rostos. Sem notícias alguma.

  Os meninos já estavam se desanimando, mas, mantive-me firme e sorridente. Por ele. Por nós. Por mim.

— Ele está bem, certo? — perguntei, ao ver o cirurgião sair da sala. — O-Onde ele está?

— Não, Luísa. Ele já tinha alcançado seu limite. Infelizmente, Vernon se foi e pediu para te entregar isso.

  Ele estende sua mão direita e me entrega o papel que segurava desde que saiu daquela sala.

— Desde sempre, nas nossas consultas e até mesmo minutos antes da cirurgia, ele gostava de dizer o quão incondicional era o amor dele por todos vocês. Principalmente por seu filho.

— Não pode ser! Diga-me que isso é mentira, por favor.

— Sinto muito. Meus pêsames.

— Doutor Ji Sang! Por favor, volte à sala de cirurgias! — gritou Ana, chorando.

  Incrédula, meu antes tão belo sorriso foi totalmente destruído por aquelas palavras que quis não acreditar.

  Seungcheol estava com a mão na cabeça, chorando, sem acreditar no que ouviu; grande parte dos meninos estavam sentados, segurando firmemente suas lágrimas, demonstrando uma força que, àquele momento eles não tinham, apenas para confortar o maknae; enquanto isso, Mingyu, Jeonghan, Wonwoo e Seungkwan simplesmente choravam.                             
    
— Vernon ainda está naquela sala. Eu sei disso.

— Ele não... — Seungcheol começou a chorar ainda mais, não conseguindo completar a frase.

— Ele está lá!

— Vamos para casa.

— Eu não vou sem ele. — disse Lee Chan.

  Fui em direção à porta donde doutor Ji Sang entrou, mas Cheol abraça-me por trás, impedindo-me.

— Por favor, solte-me! Solte-me! — gritei tentando soltar seus braços que envolviam meu corpo. — Preciso vê-lo.

    A cada palavra, minhas lágrimas caíam cada vez mais; a cada palavra e lágrima, algo dentro de mim ainda dizia que ele não estava morto.

— Você precisa ficar calma! — gritou, e, olhando em meus olhos, completou: — Vai tudo ficar bem. Estamos aqui, OK?

— Mas e ele?

— Ele... Foi embora.

— Não, não foi.

— Você não está sozinha porque tem a gente. Vamos voltar para casa agora e sair desse lugar ruim, tudo bem?

  Concordei com um murmuro e levanto-me. Abraço-o fortemente, por um longo tempo. Ouvi-o sorrir fraco, então, digo: — Obrigada. Eu amo vocês.

— Também te amamos.

  Entrei no carro ainda chorando. A noite estava a chegar, o pôr-do-sol estava lindo e aquelas folhas verde-rosadas davam um toque especial a tudo. Apesar do acontecido, tentei cada vez mais ser forte, não só por mim e pelos meninos, mas pelo meu filho.

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Carpe Diem [pt.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora