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Ouço alguém a tocar à campainha e vou ver quem é

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Ouço alguém a tocar à campainha e vou ver quem é. Olho pela imagem pequena que me é oferecida pelo intercomunicador e vejo um rapaz.

-Quem é? - pergunto.

-É o António. - não acredito que vou sair com um rapaz que tem o mesmo nome que o meu irmão, é tão estranho.

-Vou já descer.

Antes de sair de casa passo no espelho enorme na minha entrada e ajeito a minha saia preta e o meu casaco prateado. Desligo as luzes todas do apartamento já que todos saíram de casa e não voltam tão cedo.

Quando vou a trancar a porta reparo nas minhas mão, estão a tremer. Estou um pouco nervosa com a ideia do encontro, não tenho tido nenhum recentemente.
Tenho me preocupado com os estudos, já que gostava de entrar numa faculdade.
Saiu do elevador e vejo um rapaz loiro alto à minha frente.

-Deves ser o António - digo.

-Sim, sim. -ele aproxima-se de mim e beija-me a bochecha. Que querido.

As suas bochechas são um bocadinho gordinhas mas o que é ótimo porque faz com que eu tenha imensa vontade de encher de beijinhos. Além disso, ele não é nenhum espantalho. Ele tem muita pinta, está com um polo cinzento e umas calças beijes.

-O Duarte pediu para irmos ter com ele ao restaurante. Estás pronta? - a sua voz é doce. É aquela voz que nós não nos importaríamos de ouvir para sempre, porque trás satisfação.

Sigo o até ao seu carro, é um Mini. Adoro minis acho lhes imensa piada.

-Então Benedita, porque que aceitaste vir jantar com um completo estranho? - não estava à espera desta pergunta.

Estava mais à espera das típicas perguntas sobre a faculdade, família, viagens. Mas este rapaz está a surpreender-me.

-Na verdade não vim por mim como é óbvio. Não sou daquelas raparigas que aceita todos os encontros, eu tenho valores. Eu ao aceitei porque eu ponho os meus amigos a minha frente e foi isso que fiz.

-Querias ver a Maria feliz.

-Exatamente. Eu faço sempre o meu melhor mas nunca se sabe, temos de continuar a esforçar. - olho para o meu telemóvel e vejo que está limpo de notificações - além disso um amigo. Eu insistiu a eu vir.

- Então vou ter de agradecer a esse rapaz porque vai fazer com que seja uma das minhas melhores noites.

Boa, e agora o quê que eu digo? Nunca sei o que dizer, comunicação não é o meu forte.

- Não me parece que um dia irias agradecer, como eu irei de dizer isto. Ele é muito ocupado.

Não posso denunciar o Shawn, se isso acontecesse seria prejudicial para ambos os lados.

A nossa conversa acabou por fim com a chegada ao restaurante. É italiano.

Dizemos os nossos nomes na entrada e levam-nos para uma mesa  onde já estão os outros dois. Cumprimento ambos com um beijo na bochecha e sento-me ao lado do Duarte.

Eles pareciam estar os três a divertir-se imenso, contavam piadas e histórias.
É irónico como eu e a Maria temos tanta coisa que fomos diferentes mas depois temos uma espécie de ligação, que numa compreendi.

-E tu Benedita? -o Duarte olha para mim. - o que que vais pedir?

-Uma pizza rústica por favor. - sorrio para o rapaz que nos veio atender e tiro o meu telemóvel da carteira.

Tenho duas mensagens do Shawn. Já as recebi a cerca de 20 minutos.

Está tudo a correr bem?
Se precisares de uma desculpa eu ajudo.

Responde-lhe assim:
Obrigada Shawn mas não preciso de nada. Se está a correr bem não sei. Mas também não estou a perceber nada deste encontro. Despojos falamos adeus.

-Então do quê que estavam a falar? - pergunto.

-Música. A Maria estava a contar nos que adorava cantores com o Shawn Mendes e Harry Styles.

Tento revirar os olhos sem que ninguém note mas foi a missão impossível. Provocou diversos risos que foram os antecedentes do meu.

Tenho de fazer um esforço pela minha amiga, é só este jantar, é só este jantar.

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