DUOLOGIA COMPLETA - Philip é um jovem bruxo impetuoso que nasce para salvar o mundo da destruição. O bruxo Klaus que ajuda os inquisidores a aprisionar os feiticeiros, quer dominar o mundo dos vivos e o dos mortos. Klaus se torna imortal e persegue...
O bruxo sombrio, Klaus, escoltado pela criatura das trevas, caminhava quando deparou com a entrada da caverna. Ele suspirou ansioso com a possibilidade de obter o livro. Entrou na caverna e a encontrou vazia.
— Onde está aquele velho desgraçado? — Esbravejou, a voz cheia de raiva ressoando no fundo da gruta.
Vasculharam cada centímetro do lugar atrás do objeto precioso e nada. Pegou um pó que havia em seu bolso, colocou na palma de sua mão e soprou no ar. Era um encanto para revelar a presença de objetos mágicos, mas ele não surtiu efeito.
O monstro das trevas também olhava nos arredores com seus olhos vermelhos procurando vestígios de magia ou seres espirituais, a névoa negra sobrevoando o ar, porém o esforço era inútil.
De repente, sombras apareceram na entrada. Era Lua Negra que entrou na caverna mesmerizando suas presas. Pouco depois dele, uma ave sobrevoava o local. Era o corvo que crocitava chamando Klaus e o Fratello. A coruja de Juan surgiu logo após, fincando suas garras no galho da árvore perto da caverna. Por fim, a águia encurralou o corvo, que voou direto para o ombro de seu amo.
Como se esperasse todos estarem presentes, Juan apareceu no meio da noite, ingressando na abertura da gruta:
— Finalmente encontrei o mago mais famoso do mundo dos homens — Klaus comentou, dissimulado com um sorriso. — Falta chegar algum animal de estimação para nossa festa?
— Vou transformá-lo no bruxo mais ridicularizado do mundo dos espíritos. Porque é para lá que vou mandar você, seu pássaro maldito e a criatura covarde que está nos espreitando.
O mago percebia o replicante na parte escura da caverna como uma serpente pronta para dar o bote. Os olhos vermelhos apareciam no meio da escuridão e Juan podia vê-los claramente.
— Para um velho, você me parece bem corajoso. Mas penso que se fosse tão esperto não teria sido preso pelos inquisidores espanhóis que mataram sua família. Uma pena que eu não presenciei aquele momento. Gostaria muito de ter participado para ver seu sofrimento e dos que amava. Teria o imenso prazer de acender a fogueira pessoalmente.
O mago entristeceu-se, lembrando de tudo o que lhe acontecera. Seus olhos encheram-se de lágrimas ao lembrar dos bramidos de dor. As chamas consumindo os seus, a culpa voltando a dominar a sua alma o enfraquecendo, talvez o que o inimigo queria com aquelas palavras. Com a moral destroçada por um instante parecia sucumbir à luta, porém lembrou-se de Phillip e ali nasceu um novo sentimento, a raiva, incitada pelas palavras venenosas que Klaus havia proferido, enfim o tomou de assalto.
— Seu bruxo mal-amado, o que você sabe da minha vida não é nem metade do que eu passei. Você não tem piedade de ninguém e muito menos tem uma família que sinta sua falta. Você é um assassino impiedoso. Vejo a sua aura cinza escura rodeada pelo mais puro mal. Consigo sentir sua sede de poder que ultrapassa os limites dos sentimentos humanos e do código de honra da magia. O sangue derramado dos inocentes que assassinou clama por vingança e você pagará com a sua vida.
— Código de honra? Nem sabia que isso existia. Chega de baboseira, seu velho. Me dê o Livro das Almas e eu o deixarei viver!
— Não sei do que está falando.
— Com o poder da magia em mim, vi que o livro está escondido na sua caverna, assim como a criança que levou no dia em que matei todos os bruxos do Conclave... O miserável filho do Rei dos Magos, Agathor. Por que o salvou? — Perguntou, insidioso.
— Chega de conversa tola! Você terá o livro — ou qualquer outra informação se passar por cima do meu cadáver. — Juan disse, levantando o cajado.
O objeto irradiou uma luz e a criatura maligna escondida também se manifestou. O lobo entrou na caverna e se posicionou ao lado de seu mestre. A coruja observava curiosa o desenrolar dos fatos. _____________________________
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