MEU PRAZER É VOCÊ (LIVRO 2) FAMÍLIA GREEN

Capítulo 24

Todos os dias eu estava lá. Vê-lo naquela cama estava me matando aos poucos.

Conversava sempre com ele. Liam era forte, o meu porto seguro. Mas eu era a fraca naquela história. Todas as noites eu colocava a minha cabeça no travesseiro e chorava.

Ele não podia me deixar. Agora não.

Agora que ele tinha que lutar...

- Kathy... Querida, você precisa descansar. Isabel e eu vamos ficar aqui, assim você poderá ir para o apartamento e descansar um pouco mais.

- Obrigada, senhor Robert. Mas Alice foi até o apartamento do Liam para me trazer uma mala. Eu vou ficar aqui.

- Olha o seu estado, menina. - ele me avaliou - Seus pais ligaram novamente, estão preocupados com você. Todos estamos. Você está pálida, Katharyn! Não come a dias e ainda se sente mal...

- Eu estou bem, senhor. Obrigada por se preocupar. - tentei convencer à ele e também a mim mesma.

- Tudo bem, pelo menos ligue para a sua mãe, ela estava à ponto de surtar quando ligou para a minha Bel.

- Senhor Vilhena?

- Sim querida, diga.

- Eu posso... Posso abraçar o senhor? - pedi envergonhada.

Ele apenas sorri por um tempo.

- Claro que pode minha querida.

Então eu corri para ele e o apertei em um abraço forte. O abraço que eu queria dar em meus pais.

Os senhores Vilhena eram no geral ótimas pessoas e mesmo tão preocupados com o filho, eles tinham tempo para cuidar de mim, para me consolar.

Eu sabia que como pais, eles sofriam bastante. E isso era o que mais me doía.

- Eu sinto muito... - disse, com lágrimas caindo sobre o impecável terno do homem à minha frente.

- Eu também, querida. Eu também... Ele vai acordar. Eu sei que vai...

- Desculpe, eu molhei o seu terno com as minhas lágrimas... Eu sou um desastre.

- Hum... Tudo bem. Acontece com as melhores pessoas. Geralmente é a Isabel quem o suja. Mas com as maquiagens dela. - sorriu e apertou meus ombros.

Pela primeira vez na semana, eu sorri.

- Eu escutei isso hein. - olhamos para a porta e lá estava a mãe de Liam. - Você não reclama. Se me dedurar novamente, irá para a casa do cachorro.

- Querida, nós não temos um cachorro. - ele se aproximava da esposa.

- Você já pode providenciar um. - ela sorriu. - Até porque o sofá é bem macio e fofo. Não seria um castigo se você dormisse lá.

Eu olhava aquele casal, assim como olhava para o meu pai e minha mãe.
Eles se amavam, e um dia eu queria ser assim, como eles.

Eu queria ser assim com Liam.

- Você está bem querida? - Isabel perguntou acariciando meu cabelo. - Você estava chorando. - Não foi uma pergunta. - Ele vai acordar, meu bem! Eu sou mãe dele, ele vai ter que acordar... Eu vou esbofetear a bunda dele quando isso acontecer. Quem ele pensa que é para nos fazer esperar? Ele não é um urso para hibernar tanto. Vou proibí-lo de dormir.

Sorri novamente. Essa família era tão boa.

- Assim ele irá ficar com medo de acordar, não diga que irá bater nele dona Isabel.