Capítulo 15

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Bônus: Miguel & Rebeca

Ser o filho mais velho dos Green requer um trabalho imenso.

Sério. Desde os meus 19 anos eu estudo e nas horas vagas vou para a empresa do meu pai para ajudá-lo.

Hoje com meus vinte e cinco anos, estou no ramo da medicina, como minha mãe. Porém escolhi a pediatria, pois adoro crianças. E agora ainda mais, a minha noiva está grávida de três meses, tão linda!

No começo foi assustador, caramba! Imaginar que eu ajudei alguém a conceber um ser, um ser pequeno, ainda não formado totalmente, mas que eu já o amo com todo o meu coração.

Rebeca ainda está um pouco assustada. Com vinte e três anos, ainda não se vê com a barriga grande.

Ela é modelo, quase nunca para em casa, sempre viajando. Sabe que vai ter que parar um tempo, mas não está totalmente convencida com tanta mudança.

Nossas famílias estão felizes por nós e nosso pequeno bebê já tem duas avós babonas e um quarto cheio de presentes. Mesmo que ainda não esteja decorado ou arrumado.

- Querida, meu amor... - tentava dialogar com ela. - Você ficará bem. A maternidade será ótima para você. - como se fosse um mantra eu continuo - eu vou ser um ótimo pai e um bom marido.

- Eu sei meu amor. Só não estou acostumada com a idéia de viver dentro de casa, nem que seja apenas por dois anos. Não quero depender de você e sua família, eu amo meu serviço, amo viajar!

- Beca, você é a mulher da minha vida, eu amo tanto você. E agora ainda mais. - coloco a mão sobre a sua barriga. - Não será nenhum problema ter você em casa, pelo contrário... Vamos estar mais próximos, vamos nos amar mais e este tesouro aí dentro, o nosso presente. A nossa família. E sem falar que podemos viajar sempre, em família! Sem serviços, sem nada, apenas nós três.

Vejo um brilho em seu olhar, um brilho de amor.

- É verdade, meu amor. Eu não havia pensado nisso. - ela põe sua mão sobre a minha, que ainda estava pousada em sua barriga. - Eu te amo muito. O que faria sem você na minha vida?

- Provavelmente, não iria sobreviver! - digo com um sorriso. Mas logo recebo um tapa na cabeça.

- Aí, amor! Nossa, mulheres grávidas são tão agressivas! - passo a mão onde ela bateu.

- São os hormônios! - ela sorri.

Terminamos com um beijo rápido.

- Tenho que ir para a reunião, minhas colegas estão esperando.

- Tudo bem. Eu te amo! Se cuida, por favor.

Sorri e recebi um beijo estalado nos lábios.

Rebeca tem um gênio difícil as vezes, mas na maior parte do tempo ela é um amor. Eu amo ela pelo simples fato de ela existir. Símples!

Nos reconhecemos assim que entrei na faculdade. Rebeca havia ido embora de casa com doze anos, quando quis ser modelo. Tia Isabela apoiou a filha em tudo.

No começo, Pietro estava confuso em ver que a filha iria sair de baixo das tuas asas, indo morar em um lugar longe. Foi um susto enorme.

Cinco anos sem vê-la e ela estava totalmente mudada. Mais bonita, e segura de sí.

Eu sempre gostei daquela garota, mas nunca tivemos nada, por respeito a família. Mas do que adiantou?

Uma vez quando estava num café, onde eu ficava quando queria estudar. Meus colegas de quarto eram relaxados, não levavam nada a sério, a não ser pegar mulheres nas boates em que íamos.

Não sou uma pessoa exemplar, porém sei dividir meus horários, e desde aquela época, eu já sabia distinguir as coisas.

E então chega Rebeca, fazendo meu mundo virar... Aquele cara, estudioso, sério, sem pretendente. Cara, ela era uma deusa. Ainda é.

Foi amor a primeira vista... Depois de cinco longos anos. Meu amor acordou de um sono antigo e profundo.


Eu não imaginava que poderia me apaixonar por alguém que era como um membro da minha família.

Mas, não foi nenhuma novidade para os demais. Nem mesmo para Katharyn, que era a minha maninha ciumenta. Rebecca sempre tentou ser amiga de Kath.

Neste mesmo dia, após ela esbarrar em mim e derramar o café quente pra merda no meu colo, mais precisamente no meu procriador (tenho absoluta certeza que ali iria se formar uma bolha), pode até ser ironia, mas eu me apaixonei por ela. Outra vez.

Duas semanas depois, ela sumiu.

Achei que nunca mais a veria, e isso me destruiu por dentro. Seus pais estavam no Brasil, sei porque mamãe dizia isso. Será que ela iria para lá também?

Será que ela não percebe meu amor?

Cerca de um mês se passou, e no final de semana eu estava indo visitar meus pais e minha pequena (adulta) irmã. Então a encontrei novamente, no avião.

Foi ali que decidi que nunca mais poderia a perder de vista. E ali também ela me contou sobre a tua profissão.

Ela realmente estava trabalhando como modelo, e era famosa.

Ela conseguiu realizar seus sonhos.

Em que mundo eu vivia?

Ah, no mundo dos livros. Claro!

No começo me deixou chateado, com tal profissão ela raramente ia pra casa e quando ia, logo teria que embarcar para outro estado, ou pior, outro país.

Mas eu fiquei muito feliz por ela. Ela era tímida, mesmo assim puxei assunto e perguntei para onde ela estava indo agora.

Quando me disse que seus pais agora viviam em Nova York novamente e ela iria passar dois dias por lá, não perdi mais tempo.

- Poderíamos nos ver outra vez, o que acha?

- Por exemplo, um encontro? - olhou para mim, curiosa.

- É, isso, um encontro. -- um encontro. Finalmente!

- Eu iria adorar. Quer dizer... Claro! Só dizer quando. - sorriu timidamente.

E aqui estamos, seis anos depois... Noivos e quase pais também.

Eu preciso fazer uma surpresa para ela, o nosso casamento.

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Bônus do nosso casal mais fofo.... Diferente de Katharyn e Liam, estes são bem decididos.

Espero que tenham gostado, e que também tenham entendido o  relacionamento deles.

:)

-Bea Alcântara.

MEU PRAZER É VOCÊ (LIVRO 2) FAMÍLIA GREENOnde histórias criam vida. Descubra agora