Capítulo 25

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Não... Isso não está acontecendo...

- Ah, o senhor só pode estar brincando comigo! Onde já se viu? Eu, grávida!? Ah... Não... - minha mente trabalhava para processar a informação. - Eu não acredito...

Olhava somente para o médico. Coloquei as mãos sobre o rosto e me permiti chorar.

Não podia ser... Eu não quero um bebê. Eu nem sei como se pega um no colo, muito menos convivi com uma criança.

EU ERA A ÚNICA CRIANÇA DA CASA!

Eu jamais me vi como mãe, não sou apta para cuidar de uma criança.

- Meus pais vão me matar. - falei entre um soluço e outro.

- Ah minha querida... Não vão. - Isabel passou a mão em meus braços e sorriu. - Você já é grandinha, mora só... Tem o seu dinheiro e ainda trabalha
O que poderia atrapalhar um pouco é em questão a faculdade, mas isso só daqui uns meses. - ela parou e respirou. - Você terá a mim também, a vó do seu filho, principalmente terá o seu namorado, Liam... - uma lágrima caiu em seu rosto. - Você terá toda a família.

- E você terá a mim também, minha amiga. Vou te ajudar no que eu puder. - Alice me abraçou. - Eu disse que você tinha engordado.

- Alice! - mesmo com palavras doces, eu estava com medo.

Eu tinha que contar para os meus pais, tinha que voltar a estudar, mas o meu pilar não estava ali. Liam não podia nem pensar em me deixar.

Nós fizemos um bebê juntos.

Juntos.

Meu e dele.

E se Liam não aceitar o filho? E se achar que não é dele? Mas, e se ele não acordar!? O que eu farei?

Levantei da cadeira e disse:

- Eu preciso sair.

- Onde você vai, Kath? - Alice me questionou.

- Eu preciso resolver umas coisas. Voltarei logo. - segurei a bolsa pronta para sair.

Eu precisava de um tempo, queria gritar.

Merda!

- Mantenha contato, minha querida.  Vou para o quarto de Liam. - disse Isabel. - Precisa descançar, amanhã você tem aula e quero que você volte logo para a faculdade. Não pode parar a sua vida e se trancar num quarto de hospital.

-Eu sei. - Beijei o seu rosto e fui abraçar minha melhor amiga em seguida. - Tchau meninas.

Era ótimo alguém se preocupar comigo, coisa que eu mesma não estava fazendo a tempos.

.....

Cheguei à clínica onde Miguel trabalha e fui recebida por uma secretária.

- Boa tarde, em que posso ajudar senhorita?

- Olá, eu vim falar com o Miguel, senhor Green.

A mulher sorriu em seu lugar e disse.:

- Tem hora marcada? Não poderei fazer com que ele te atenda, querida. A menos que seu nome esteja na lista.

-Eu não... - ela me interrompe.

- Vejo que não. Mas olha, não fique assim, não é a primeira que vem atrás do doutor Miguel. Ele é um homem comprometido e não tem olhos para outra pessoa além de Rebeca, sua noiva. - ela frisou bem a última parte. - Desculpe.

Deixei minhas lágrimas caírem novamente, aquelas que eu segurei dentro de um táxi porque o motorista não parava de me olhar com pena.

Eu não era uma qualquer. Como aquela atrevida teve coragem de falar assim comigo? Ela teve sorte de eu não ter forças para revidar.

MEU PRAZER É VOCÊ (LIVRO 2) FAMÍLIA GREENOnde histórias criam vida. Descubra agora