Fertilidade

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Oi amores, tudo bem?

Não tenho nada para falar, só queria saber como vocês estão, então fiquem aí com mais um capítulo de CL e uma boa leitura para todos!

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Lauren's point of view


Já tinham se passado um mês desde a minha última resposta negativa de gravidez e se eu já achava que estava frustrada antes, agora eu não consigo nem nomear o sentimento que tomou conta de mim. Eu estou perto de fazer 27 anos e todo dia quando acordo parece que ouço o meu relógio biológico batendo cada vez mais alto, me avisando que o tempo está passando para mim e eu sei que pode parecer exagero dizer isso antes mesmo dos trinta, mas eu estou ficando quase paranoica em não conseguir engravidar e tudo o que eu menos quero é ficar para titia dos filhos que meu irmão mais velho provavelmente vai ter antes de mim.

Eu estava no escritório, mais precisamente na minha sala, de frente para cinco processos empilhados na minha frente. Três eram processos de guarda compartilhada, um era um pedido de danos materiais por extravio de mala e o outro era um processo criminal por porte ilegal de arma. A audiência de julgamento desse último estava marcada para amanhã e por isso passei a manhã lendo o processo, mas agora o coloquei de lado e comecei a ler o do extravio de malas, eu precisava peticionar nesse e mesmo que minha cabeça não estivesse me permitindo ser totalmente clara nas minhas ideias, eu ainda precisava trabalhar.

O som de batida na madeira da porta da minha sala pode ser ouvido e eu parei a minha leitura para responder ao chamando com um "entra". A porta foi aberta segundos depois pela minha secretária, ela segurava sua agenda na mão direita e uma caneta na esquerda. A mulher tinha um olhar brevemente perdido pelas palavras que ela tinha escrito na agenda e só levantou o olhar para mim quando eu a chamei.

- Pois não, senhorita Clark?

- Desculpa interromper o seu estudo de caso, senhora Jauregui, mas é que a sua amiga Ally ligou perguntando se a senhora ainda vai ao consultório dela depois do último horário e eu não telefonei para a sua sala porque ela ainda está na linha aguardando uma resposta.

- Sim, pode confirmar com ela que eu estarei lá às 6:00pm. Mais alguma coisa?

- A senhora Whiteman ligou e disse que ficou muito feliz por ter conseguido o habeas corpus e ela também disse que semana que vem marcará uma reunião com a senhora – falou enquanto lia o seu caderno e eu sorri.

- Quando ela quiser marcar você dá uma olhada na minha agenda e ver o melhor dia, ok? – ela assentiu e permaneceu na minha porta – Mais alguma coisa?

- Somente isso. A senhora precisa de alguma coisa aqui para a sala? Café? Algo para o bar?

- Não, tudo certo por aqui Denise – eu sorri gentilmente e a mulher assentiu, saindo da minha sala e fechando a porta, me deixando sozinha com os meus processos mais uma vez.

Horas se passaram e eu já não aguentava mais ler, depois que eu terminei a petição do processo de extravio eu também li os outros três processos de guarda que estavam na minha mesa. Eram tantas informações e tantas páginas de leitura que era capaz de eu ter um colapso instantâneo se tivesse que ler uma simples mensagem de texto. Fechei os últimos autos que eu estava lendo e levantei da minha cadeira, sentindo o meu corpo reclamar por ter ficado tanto tempo naquela mesma posição. Estiquei um pouco a coluna e o meu pescoço estalou quando girei levemente minha cabeça para os lados. A constatação de que eu estou ficando velha veio ainda mais com força quando um ato tão simplório como levantar da cadeira sem ter todos os meus ossos estalando se torna uma prova olímpica.

Crossed LivesOnde histórias criam vida. Descubra agora