Herói (06/25)

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Eu realmente não queria ser um semideus, sério, esse tipo de coisa não é nada legal. Quer dizer, a parte dos superpoderes até que é, mas a parte em que quase todo mundo que te matar, arrancar seus membros ou transformar você em purê com bolas de futebol flamejantes com certeza não.

Confusos? Bem, irei explicar como evolui de o Grande Ladrão de Objetos Brilhantes, para o cara filho de um deus que até então só existia na mitologia.

Meu nome é Stiles Stilinski e eu tenho quinze anos, e como quase todos os alunos da minha idade eu estava na escola (em frente a ela na verdade) e cursava o primeiro ano do ensino médio. Era o último dia de aula, felizmente, e então teríamos nossas tão esperadas férias de verão.

Estava ao lado do meu pai, sentado no banco da frente do seu Porsche preto, ouvindo seu tão famoso discurso sobre não destruir ou roubar absolutamente nada, que eu já estava tão acostumado em ouvir. E não era de menos, eu "acidentalmente" já havia destruído alguns objetos de outras escolas como bebedouros, cadeiras e um dos computadores do laboratório, e pegado emprestado outros, como lâmpadas e uma esfera elétrica. Não me julgue, objetos brilhantes sempre me atraíram como se fossem imã.

Por isso meu pai estava fazendo marcação cerrada em cima de mim esse ano, e felizmente eu ainda não havia destruído nada. Mas eu juro que eu não tinha culpa, quando eu sequer prestava atenção, o que tinha em minhas já era um monte de sucata, ou já estava em meus bolsos. Eu não fazia ideia de onde eu tirava tanta força ou habilidades com furtos, mas sei que por causa disso acabei ganhando aquele apelido.

Olhei para meu pai falando.

Seu nome era Henry Stilinski e tinha trinta e dois anos, mas era sempre confundido como se fosse meu irmão mais velho. Ele tinha cabelos castanhos e revoltados, o que lhe dava a aparência de ter acabado de sair do banho, e tinha olhos cor castanho, mas que pareciam um caleidoscópio, pois pareciam trocar de cor a cada momento, assim como seu cabelo fazia às vezes. Seu corpo era magro e forte, e por sua aparência um tanto exótica, meu pai já havia feito diversos trabalhos publicitários como comerciais e outras coisas do tipo, e o que eu tinha mais vergonha de falar, ele já havia posado nu. Poderia já ter se passado um tempo, mas eu nunca me esqueceria, às pessoas nunca me deixariam esquecer. Ainda bem que ele nunca mais pensou em fazer isso e agora se dedica mais a mim e a sua carreira como modelo.

- Stiles, sei que é difícil controlar, mas tente não destruir nada. - Ele dizia, seus olhos pareciam estar verdes agora, e enquanto ele falava, minhas mãos não paravam quietas, iam desde ao rádio do carro ao smartphone dele no porta-luvas.

- Mas pai... você sabe que eu não faço de propósito. - Me defendi, pegando minha mochila do Capitão América no banco de trás.

Ele suspirou.

- Eu sei que não filho. Mas é que... Você é tudo o que eu tenho, e eu me preocupo. - Ele me abraçou, já fungando em seguida.

- Pai, por favor, nada de choro. - Eu o afastei com suavidade. Henry às vezes tinha essas crises de sentimentalismo, o que quase sempre resultava com ele chorando ou me abraçando em seguida.

- Tudo bem Stiles - ele limpou os olhos, e suas faces coradas só fazia ele ficar ainda mais bonito. Agora entendo o porquê de a cada dia ter dezenas de flores de admiradores secretos na porta.

- Não se preocupe pai, hoje é o último dia de aula e então poderemos voltar pra casa e ficar no sofá o verão todo assistindo séries. - O vi sorrir, mas então seu semblante ficou sério.

Ele sempre ficava com aquela expressão quando descobria sobre os meus furtos, ou quando eu usava sarcasmo para respondê-lo.

- Filho, eu preciso te contar uma coisa. E é muito importante.

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