O Poder da Sedução (09/25)

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- Esse lugar é uma espelunca! Ainda não sei como deixei você me trazer aqui! - Derek rosnou, olhando os arredores desconfiado, parecendo ficar mais irritado cada vez que olhava o lugar com atenção.

- Aqui é a casa de show mais luxuosa do estado meu caro sobrinho, creio que está pensando com a cabeça errada. - Peter respondeu, seu tom de voz carregava malícia. - Ainda mais você Derek, já que hoje é sua despedida de solteiro!

- Não vim aqui por vontade própria, preferia estar em minha casa a esse horário, revendo as planilhas do mês. - Derek sentou ao lado do tio numa mesa mais reservada ao fundo, próxima a plataforma de espetáculos, onde barras de ferro metalizadas subiam ao teto forrado.

Uma mulher seminua fazia movimentos na barra, aos olhares atentos dos homens e mulheres ao redor. Todos eles estavam usando uma máscara negra que tapava apenas metade de seu rosto, deixando os olhos e boca expostos, Peter e Derek também usavam.

- Me pergunto se sua esposa compartilha da mesma opinião. - Derek não perdeu a oportunidade.

- Tenho certeza de que ela aprovaria a escolha deste local.

Um garçom deixou uma bandeja com dois copos e uma garrafa de conhaque extremamente caro em sua mesa, saindo em seguida para atender os outros visitantes. Peter fez questão de encher os dois copos até a borda, e enquanto tomava um longo gole, ouviu seu sobrinho devolver seu comentário.

- Às vezes esqueço o quanto vocês dois são promíscuos. - O homem agarrava o copo com o líquido, parecia entediado.

Peter não o julgava, vez ou outra trazia seu sobrinho para lugares como esse, para tirar um pouco do estresse causado pelo trabalho. A empresa a qual eram sócios majoritários tirava muito tempo do seu dia, fazendo-os sair quase sempre tarde da noite. Derek era o que mais sofria, pois acabou se tornando um viciado em trabalho e quase não tinha tempo para ficar com sua noiva, e Peter suspeitava que ele não fazia a mínima questão disso.

Felizmente Lydia, sua esposa, entendia o quão exaustivo era gerenciar uma rede de empresas pelo país. E os quase vinte anos de casados também fizeram sua relação se tornar bem mais aberta, ambos passaram a ter um estilo de vida bem mais liberal, passaram a ter juntos todos os tipos de experiências, consolidando com ainda mais força o que tinham.

- Você ainda é jovem meu sobrinho, tem trinta e dois anos, poderia estar viajando pelo mundo. Conhecendo novas pessoas, novas culturas. - Peter levantou o copo. - Mas ao invés disso se tornou um viciado em trabalho, e vai se casar com uma mulher que você claramente não dá a mínima.

Derek bufou.

- Você sabe muito bem que meu casamento não é mais do que outro negócio.

- Você está igualzinho a sua mãe, ela teria orgulho de você.

- Que ela queime no inferno! - Praguejou o mais novo.

Os dois se olharam por um tempo, então começaram a rir. Fazia tempo que não se divertiam em família, o trabalho sempre vinha a frente para os Hale, infelizmente. Era bom ver seu sobrinho rindo novamente, ele foi o que mais sentiu a morte de sua família no desastre envolvendo o jato particular da família. Sua mãe e pai, suas irmãs e tios, todos morreram na queda. Os dois só escaparam por estar, advinha, trabalhando.

A mulher no palco finalmente terminou a apresentação, e após recolher algumas notas no chão do palanque, saiu pelos fundos do mesmo. No mesmo instante as luzes ficaram mais baixas, deixando o lugar relativamente escuro, uma fumaça aromática começou a sair de alguns dutos nas paredes de mármore. Tinha um cheiro bom, Peter percebeu, parecia estar envolvida com algum produto afrodisíaco pois sentiu seu corpo ficar mais quente sua visão ficar mais nublada.

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