Paradoxo (10/25)

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Stiles estava terminado se vestir quando ouviu uma gritaria no apartamento do vizinho. Era sempre a mesma coisa, toda manhã escutava ele discutindo com alguém e coisas sendo quebradas.

Correu até a janela apenas com a calça de moletom e espiou. Lá do outro lado, seu vizinho de varanda Peter Hale discutia com alguém. Ele era um homem bem atraente, loiro, musculoso, porém parecia assustado e estava  visivelmente alterado, apenas de cueca e com uma camisa preta.

Só então Stiles percebeu que ele tinha algo na mão. Era uma arma. Ouviu ele gritar mandando alguém se afastar e então dois disparos foram ouvidos.

Stiles botou a mão na boca horrorizado, tinha acabado de presenciar um assassinato. E tudo piorou, pois Peter olhou diretamente para ele como se soubesse que tinha alguém o observando. Stiles ainda tentou se abaixar, porém ele o tinha visto mesmo assim.

Viu ele gritar alguma coisa, balançando a arma, apontando para a pessoa morta no chão como se quisesse dizer alguma coisa, porém Stiles pegou sua mochila e uma camisa e saiu apressado de seu apartamento.

Correu até o elevador, porém o mesmo estava com defeito e Stiles correu apressado pelas escadas enquanto desesperado tentava pegar seu celular. Sentia seu coração pulsando forte e sua respiração estava ofegante, Peter com certeza estaria vindo atrás dele e com certeza iria o matar como tinha feito com quem quer que estava no seu apartamento.

Quando saiu de seu prédio gelou quando viu o homem do outro lado da rua, vestido do mesmo jeito que estava no apartamento, de cueca e com a camisa preta escrito "Ajude-me". Parecia ter acabado de acordar e a arma ainda estava em suas mãos.

— Espera! - O ouviu gritar.

Stiles não teve tempo de colocar sua camisa, colocou a mochila e correu pela calçada da avenida descalço. A chuva o ensopou e os carros não paravam, lançando lama em seu corpo.

Correu desesperado gritando por ajuda, porém ninguém se querer parava, as pessoas simplesmente passavam por ele e fingiam não notar sua existência. Tentou falar com um homem, mas ele o empurrou e seguiu caminho. O desespero tomou conta de seu corpo quando notou que ninguém também tentava parar Peter, faziam igual, passavam por ele e ignoravam o homem semi nu e armado o perseguindo.

Stiles continuou correndo querendo dar a volta no quarteirão e despistar o homem. Digitou freneticamente os números da polícia no celular assim mesmo na chuva e levou o celular ao ouvido.

— Departamento de Polícia de Beacon Hills.

— Oi! Oi! Eu acabei de presenciar um assassinato!

— O que senhor? Não estou escutando direito.

— Ele está atrás de mim! Por favor! Por favor me ajude!

— Senh-

Stiles o olhou o celular e viu que ele estava totalmente ensopado, tentava mexer nele mais a água tinha o feito queimar de vez.

— Merda!

Correu por mais alguns metros e adentrou a porta de um prédio com força, não havia ninguém na recepção para Stiles pedir ajuda. Entrou rapidamente no elevador e apertou qualquer andar, só queria sair dali o mais rápido possível. As portas se fecharam no momento em que Peter arrombou as portas do prédio entrando ainda em sua perseguição.

— Espera porra!

Stiles colocou as mãos na cabeça e começou a chorar de desespero. Por que aquilo estava acontecendo com ele? Por quê? Era pra ser só mais um dia normal, como todos os outros. A vida parecia querer ferra-lo de todas as formas.

As portas do elevador abriram e Stiles correu pelo corredor batendo nas portas dos apartamentos, gritando por ajuda. Novamente, ninguém o ajudou.

Stiles esmurrou umas das portas com tanta força que ela abriu e ele entrou trancando ela no processo.

Estava a salvo, por enquanto.

Andou pelo apartamento, estava escuro, porém ainda conseguia ver algumas coisas por conta da luz vinda da varanda. Se aproximou de uma estante e olhou um dos portas retratos com atenção, nele um homem forte e loiro sorria para a câmera. 

Era Peter. Aquele era o apartamento de Peter!

A porta do apartamento começou a abrir, podia escutar a chave destravando a fechadura. Pegou uma garrafa de vidro que tinha na mesinha de centro e foi se afastando, tremendo.

— Fica longe de mim maldito!

Gritou quando Peter abriu a porta do apartamento. Jogou a garrafa de vidro nele e acertou a porta, fazendo estilhaços de vidro voarem por todos os lados.

— Calma! - Peter tinha a arma em mãos e estava ofegante, a cueca estava molhada e mostrava parte de sua nudez. — Deixa eu explicar!

Ele se aproximou e Stiles avançou. Os dois entraram numa briga violenta, bateram com força na estante fazendo cair garrafas de vidro, o estrondo podia ser escudado longe. 

Dois tiros foram disparados e um corpo caiu morto no chão. Stiles olhava chorando para o corpo de Peter no tapete, sangue descia pelo seu peito e fazia uma poça no chão em meio aos cacos de vidro. Ele havia o matado, o que iria dizer pra polícia? Não tinha como provar que estava sendo perseguido, iria ser preso e condenado à pena de morte.

Um barulho de algo caindo chamou sua atenção, na varanda vizinha de outro apartamento do prédio ao lado um homem encarava a cena horrorizado. 

Era loiro, forte e estava usando apenas uma camisa escrito "Me ajude" e uma cueca, parecia ter acabado de acordar. Era Peter. Ele olhou Stiles e depois correu apressado para dentro do apartamento.

Stiles olhou a arma em sua mão, e depois para o corpo no chão. Como era possível? Ele estava morto, ali na sua frente.

Subitamente Stiles percebeu que algo errado estava acontecendo. Precisa encontrar Peter, precisa pará-lo de algum jeito e explicar a situação.

Com a arma em punho, correu para fora do apartamento que estava, indo atrás de Peter.

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Notas Finais.

Esse conto foi baseado num dos episódios de Love, Death and Robots. Espero que tenham gostado 😘

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