E quando tudo
Já não cabe no bolso,
Já não entra na mala
Pela porta então, nem passa.
Vira bomba relógio sem tempo.
E tempo sem calma.
Grito de guerra sem voz,
Sono sem sono,
É cabeça barulhenta
E silêncio no quintal,
É latido a noite toda
E insônia entre quatro paredes.
É corrida pra precipício
E vencedor sem prêmio
É buraco sem fundo.
E medo sem coragem
É chorar por qualquer motivo,
E sorrir com raridade
É doença sem eira nem beira,
É sobre lutar e sobreviver
É sobre tirar e partir
É sobre não querer acordar
Sem mesmo ter dormido.
É sobre nós na garganta
E não saber como desatá-los
E sobre morrer sufocado
É sobre não saber como tudo começou,
Mas, imaginar como vai terminar.
BUUUUUUM!
