My dummy❤

Um pouco de vingança😤

--Brito on--

Acordei a sentir-me um inútil. Tinha rejeitado uma gaja linda e depois tinha estado a chorar por uma que já não quer saber de mim. Enfim, eu já nem me conhecia. Decidi mandar uma mensagem para a Sara.

"Olá linda, eu estive a pensar e a casa tá livre agora. Se quiseres vir ver um filme. Desculpa não te ter dado atenção ontem, tava meio deprimido. Mas agora tou ótimo e és uma boa companhia. Então, vens?"

Desci as escadas até à cozinha e tomei o pequeno almoço. O meu irmão não tinha vindo para casa na noite anterior. Eu já estava a ficar preocupado, ele quase nunca queria sair de casa. Queria tar sempre a dormir ou então a ver TV.

Os meus pensamentos foram interrompidos com o meu telemóvel que acabava de mostrar uma mensagem da Sara.

"Olá querido, estou a ir para aí. Não faz mal. Mas vemos um filme mesmo, ok? Hoje tou cansada. Talvez mais à tarde continuemos aquilo de ontem."

Não sei se fiquei feliz ou triste. Ela era linda e muito gostosa mas eu não sabia se queria o mesmo que ela. Ela chegou uns 20 minutos depois.

Ao abrir a porta vi que ela usava um vestido parecido com o de ontem mas este era rosa. Ela entrou e sentou-se no sofá.

-Então, que filme vamos ver? Estou a pensar no Me before you. Era fixe, não?

-Qualquer um, não me importo desde que esteja contigo. - pisquei-lhe o olho.
-Ownn... Que fofo. Vamos então ver. - sorriu ela a mexer no cabelo.

Fui até ao meu quarto para ir buscar o meu pc. Quando voltei à sala ela estava a falar com o meu irmão que, pelos vistos, acabara de chegar.
-Pois é, a faculdade é uma seca. - disse ela a mexer novamente no cabelo.
-E Ainda por cima sozinho. - sorriu o meu irmão.
-Acho que isso trata-se bem fácil. - respondeu ela.
-Achas? - perguntou ele.
-Tenho a certeza, querido. - respondeu.
-Olha, Gui, eu e a Sara vamos ao cinema. Podes convidar uns amigos e fazem uma festa do pijama ou assim.
-Mano, eu já não sou criança. - berrei-lhe.
-Claro que não. Ora, xau. - terminou ele.
Eu sentia o sangue a ferver-me nas veias mas não me conseguia mexer bem falar.
Eles saíram e só quando a porta fechou atrás deles é que eu consegui aturar-me para o chão e dar um murro numa almofada que se encontrava lá perto.
Desde quando é que eu passei a ser mais burro do que o normal?! Naquele momento não houve orgulho que me parasse.
Olá, eu acho que já esperei tempo demais. E estou farto disto que estou a sentir... Eu só quero estar contigo. Por favor responde. Eu preciso de ti...
Enviei e depois arrependi-me. Mas agora já não havia forma de voltar atrás. Passados uns minutos ela respondeu. Eu corri tudo para ir ler a resposta.
Daqui a um mês eu vou visitar a minha família. Vou estar aí durante uma semana, passo por esmoriz talvez no segundo dia. Aí falamos melhor.
Eu não queria ter de esperar mais um mês! Eu queria falar agora. As lágrimas caiam pesadas e brilhantes como pequenas pedras preciosas.
Mas não podemos falar agora? Por chamada? Por favor.
Passado um minuto ela ligou.
-Diz. O que precisas? - disse secamente.
De fundo ouvia o som de um rapaz a falar e a Mah ria carinhosamente.
-Está aí mais alguém? - perguntei.
-É uma amigo meu. - respondeu atrapalhada.
Lembrei-me logo do tal Leo.
-Como se chama? - berrei.
-Tem calma, meu deus! Chama-se Leonardo. - respondeu calmamente.
-Só podes tar a gozar comigo! Olha xau. -conclui e desliguei mesmo antes de me levantar e sair de casa a correr até chegar a um sítio que nem eu sabia existir. Ea um bar mas para putos da minha idade. Decerto era ilegal, vender álcool a menores sem pedir identificação... Entrei, só queria não sentir nada.
Arrastei-me até ao balcão onde um homem estava a limpar uns copos de cerveja.
-Qualquer coisa forte. - pedi ao homem.
-Alguém foi magoado à seria. - evidenciou.
Eu permaneci calado. Assim que me deu um copo com um líquido transparente bebi tudo de uma vez, queimou-me tudo por dentro. Continuei a beber até que já nem me lembrar de mais nada.
Acordei de manhã com uma rapariga ao meu lado. Estava só de roupa interior e o sei cabelo todo despenteado. O quê que eu tinha feito...
Mas também não importava nada. A partir dali ia apenas viver um dia de cada vez. Beber o mais que conseguisse e fazer o máximo para não sentir mais nada. Não quero que sintam pena de mim, apenas foi a opção que mais fazia sentido na cabeça de um miúdo bêbedo e magoado.
Desci para comer. Passado uma meia hora ela desceu.
-Olá... - disse ela.
-Olá. Tens fome? - perguntei atrapalhado.
Ela vestia uma T-shirt do meu irmão. Talvez encontrara-a no chão da casa de banho.
-Um bocado. - respondeu ela.
Fiz umas torradas e bebemos café.
Quando terminamos decidi falar.
-O que aconteceu? - perguntei eu.
-Tu estavas mesmo mal e eu também. E as minhas amigas fizeram-me ir falar contigo. E fomos falando e falando e acabamos aqui... Mas não aconteceu nada demais, o maximo foi tirarmos a roupa! Eu disse que era melhor não, tu estavas muito cansado. Então eu deitei-te e cobri-te. Ia embora mas eu também não estava lá muito bem então decidi passar a noite, espero não ter incomodado. - disse ela.
-Obrigada, principalmente por teres ficado, estava a precisar de companhia amiga. - respondi sorridente.
-De nada. - terminou ela.
E sem me conseguir controlar beijei-a. Foi um dos poucos momentos em que realmente senti que o mundo estava a recompensar-me. Os seus lábios eram suaves e lembravam um dia de primavera. As flores a florescerem e o sol a brilhar lá no alto. Parei de a beijar.
-Primeiro. Tenho, pelo menos, de saber o teu nome. - disse eu.
-Gabriela. E o teu? - perguntou.
-Guilherme. - respondi.
O recomecei a beija-la.