O fim do ano estava chegando e logo, eu não estaria mais ao lado dela pela manhã, não nos veríamos com tanta frequência como nos víamos.
O medo começava a bater, o peito apertava só de pensar na saudade que teria de olha-la todos os dias e fixar o olhar naquele sorriso perfeito, que me trazia uma calmaria tão grande.
Ao término do ano (2012) me formei no terceiro ano do ensino médio e ali, me despedi de amizades que levaria por toda uma vida, me despedia dos professores que lembraria a vida toda e claro, também ia me despedir de alguém que me fazia um bem muito grande.
Mas não era um adeus e sim um até logo, até porque desistir de alguém que a gente ama não faz sentido algum.
No último dia de aula Rafaela e eu juntamos alguns amigos e chamamos Cristina para ir conosco até a pista de skate perto de casa, ela topou e fomos todos para lá.
Nesse dia saímos mais cedo, era no máximo 10:30 e ficamos lá na pista até 13hs, meu pai apareceu lá na pista meio bravo e me levou até em casa.
Quando cheguei em casa minha mãe não estava com uma cara muito boa, ela perguntou onde estava, com quem e porque não havia avisado para onde iria depois da escola.
Tentei explicar e antes que eu dissesse alguma coisa ela já estava discutindo comigo aumentando o tom de voz falando:
— Não me lembro quando foi que te ensinei a ficar correndo atrás de mulher e muito menos se pendurando no pescoço de uma.
— Você acha bonito fazer isso no meio da rua? Não sabe como me sinto com tudo isso! Acha mesmo que uma mãe quer receber isso de uma filha?
Disse minha mãe querendo vir pra cima.— Mãe não sei o que andam falando de mim e muito menos o que tem visto por aí, mas nunca fiquei me agarrando com mulher alguma no meio da rua. Tenho respeito pelas pessoas que passam, não sou dessas!
Respondi tremendo com uma vontade imensa de chorar.— Você é doente! Sinceramente não esperava isso de você, depois de tudo que fizemos para você!
Me dá seu celular que não quero você falando com essas garotas! Isso é tudo influência! Vou te internar garota!
Disse ela vindo pra cima querendo pegar meu celular.Me afastei dela e fui andando para trás mas não tinha pra onde ir, foi então que joguei meu celular longe fazendo com que ele abrisse e cada parte dele fosse pra um lado diferente, assim daria tempo de pegar meu chip e não correr nenhum risco que Cristina ligasse ou mandasse mensagem.
Em seguida que ela conseguiu pegar meu celular olhou para mim e disse
— Não sei onde foi que eu errei, nem sua prima que tem uma mãe assim está desse jeito! Vou te afastar de todos que você anda principalmente essa garota!
Em seguida respondi a ela sem pensar:
— Não me importa o que você vai fazer, pode tirar meu celular se isso vai te deixar feliz, mas isso não vai mudar o que sinto por ela. Eu a amo e não vai ser a senhora que vai mudar isso!
Pra que falei isso? Na mesma hora ela olhou pra mim, veio pra cima e me bateu igual louca, como nunca havia batido.
Aquilo me doeu por muito tempo, nossos dias não eram os mesmos, a forma como nos tratávamos era horrível e eu já não tinha Cristina para conversar, o que me doía mais.
Acredito que a pior parte nisso tudo, é o fato de ter pais assim, que não respeitam os filhos ou não os "aceitam" como dizem por ai.
Minha mãe após isso mudou demais, praticamente não falava comigo e foi horrível ter acontecido dessa forma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um amor proibido
RomanceRomance entre duas garotas que não se conheciam e que por algum motivo desconhecido o destino acabou unindo elas durante o ano letivo. Ambas em salas diferentes completando seu ensino médio. Época em que uma delas era hétero e que com o tempo passar...